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Semana de trabalho com 4 dias ganha força no mundo e chega ao Brasil

A jornada de quatro dias de trabalho para três de folga surgiu como adaptação do modelo híbrido e já reflete em diversos benefícios para empresas e colaboradores

Encontrar um emprego com menos horas de trabalho sem redução salarial pode parecer um sonho, mas é uma realidade cada vez mais próxima. No início do ano, o governo da Islândia realizou testes a respeito da redução do tempo trabalhado semanalmente e, segundo analistas, o resultado foi animador e pode servir de exemplo para outros países. Na Espanha, o governo já aprovou um plano piloto de três anos, prometendo um bônus de 50 milhões de euros para as empresas que fizerem parte da nova dinâmica.   

“Aqui no Brasil, diversas empresas já adotaram o modelo de trabalho híbrido, possibilitando que os colaboradores revezem entre dias em casa e no escritório. Agora, estamos caminhando para um novo formato ainda incomum: a semana de 4 dias. Uma adaptação do modelo híbrido, onde todos terão um dia livre de compromissos profissionais para resolver as necessidades de sua vida pessoal”, explica Cristiane Ribas, professora de Soft Skills no ISAE Escola de Negócios.

Segundo a especialista, os benefícios deste novo formato são diversos. “Para os funcionários, são desde curtir um final de semana prolongado até aproveitar um dia útil para agendar médicos ou tocar outros projetos pessoais que estavam engavetados. Já as empresa ganham em funcionários mais felizes, com objetivos mais claros, potencial dedicado e maior foco nos dias de trabalho”, aponta. As vantagens já foram comprovadas por algumas empresas brasileiras, entre elas o coletivo de produtores de conteúdo I Hate Flash, que implementou recentemente a jornada de quatro dias de trabalho para três de folga.

“Li um texto sobre empresas que estavam adotando essas jornadas e os benefícios que folgar em um dia útil poderia trazer para a equipe, principalmente quando falamos em trabalhos que mexem com a criatividade”, conta Francisco Costa, sócio do I Hate Flash. Segundo ele, a mudança no formato de trabalho exigiu deixar os processos ainda mais organizados. Desde então, as reuniões com todos os colaboradores passaram a acontecer no primeiro horário de segunda-feira e no último de quinta-feira. Já para que nenhum cliente ficasse sem atendimento na sexta-feira, foram implementados plantões com revezamento entre os profissionais. 

Os colaboradores do coletivo já sentiram a diferença. Para Clarissa Ribeiro, diretora de projetos, o dia útil de folga serviu para tocar projetos pessoais. “Agora me sinto muito mais feliz e tenho satisfação em estar em um lugar que se preocupa com meu bem-estar”, diz. A professora do ISAE destaca que proporcionar bem-estar é, atualmente, o grande diferencial do mercado corporativo. “Estamos em um novo mundo, onde sairão na frente as empresas que entenderem que tornar competências profissionais em objetivos pessoais é fundamental para os resultados da organização e para o crescimento daqueles que fazem parte dela”, completa Cristiane Ribas.

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