SKILLING: Índices da Ásia iniciam agosto em verde; futuros do petróleo caem; ouro enfraquece; BRL perde mais terreno com FED
*Por José Giraz, analista de mercado financeiro e diretor da Skilling para LATAM
A primeira semana de agosto começou com
os Índices da Ásia em verde, depois que a americana Square anunciou o acordo
para a compra do Australian Afterpay por 29 bilhões de dólares. Da mesma forma,
na China, sabe-se que o índice manufatureiro Caixin/Markit de julho não
correspondeu às expectativas dos analistas, situando-se em 50,3 pontos, quando
as projeções apontavam para 51,1. Este dado confirma os números oficiais da
China divulgados no fim de semana, que mostraram que a atividade manufatureira
cresceu em um ritmo mais lento no mês passado. Da mesma forma, os dados não
foram suficientes para reduzir o apetite pelo risco no mercado de ações
asiático. Tanto o Nikkei 225 quanto o Índice de Xangai fecharam com ganhos
próximos de 2%.
Na Europa, todos os olhares estarão
voltados para os resultados trimestrais das principais empresas do continente.
Entre eles, destacam-se os da Heineken, AXA e HSBC que serão publicados nesta
segunda-feira.
Por outro lado, destacam-se hoje as
publicações dos resultados do PMI de manufatura de julho do Reino Unido, Zona
do Euro e Estados Unidos. Pelo restante da semana, serão conhecidas as decisões
sobre as taxas de juros do Banco Central da Austrália (RBA), do PMI de serviços
da China, dos Pedidos de Fábrica da Alemanha, com destaque nos Estados Unidos
os Non-Agricultural Employment Payrolls e a taxa de desemprego de julho.
Na América Latina, conheceremos a
decisão sobre as taxas de juros do Banco Central do Brasil, do IPC da Colômbia,
do PMI industrial do México e do IMACEC do Chile.
Petróleo: Os contratos futuros de petróleo caíram
cerca de 1% após renovados temores sobre a economia chinesa, a segunda maior
consumidora de petróleo do mundo, após saber que o setor manufatureiro cresceu
no nível mais lento dos últimos 17 meses. No mercado, estima-se que até que as
campanhas de vacinação sejam concluídas nos principais mercados do mundo, o
setor de petróleo continuará instável e incerto. Agora, não se prevê que a
situação de saúde melhore com a variável Delta causando estragos em alguns
países como os EUA, onde as autoridades esperam que a situação se agrave com o
passar dos dias. No caso do West Texas, será fundamental que seu valor
permaneça acima de US $ 70 o barril para continuar a recuperação que começou em
21 de agosto. Em caso de perda, é provável que volte a níveis próximos a 66-65
dólares o barril.
Ouro: O ouro também está se enfraquecendo em
relação ao dólar norte-americano, desvalorizando-se em torno de 0,2% na
primeira hora da sessão europeia. O motivo pelo qual o metal precioso está
perdendo terreno para o dólar é a expectativa gerada no mercado de quando o
Federal Reserve (FED) dos EUA começará a reduzir seu programa mensal de compra
de títulos de US $ 120 bilhões. Analistas estimam que começará no outono e a
redução será rápida o suficiente para terminar no 1T 2022. Por enquanto, a
commodity encontrou suporte e não caiu mais abruptamente devido ao aumento nas
compras dos principais consumidores mundiais, Índia e China, buscando refúgio
das incertezas sobre a economia mundial.
Real brasileiro: Depois de cair para o nível mais baixo
em duas semanas na última quarta-feira, a moeda brasileira perdeu mais terreno
com o FED confirmando a continuidade de seu apoio econômico. Após o anúncio, a
taxa de câmbio passou de 5.1629 para 5.1935. Além disso, a semana fechou com
uma aversão ao risco que havia impactado o Índice local, a Bovespa, que
encerrou o último dia da semana com queda de 3,08%. Se o Banco Central do
Brasil aumentar 100 pontos básicos na taxa de juros, a moeda local deve
recuperar parte do terreno perdido na semana passada contra o dólar.
Peso mexicano: o dólar sofreu ligeira depreciação em
relação ao peso (0,16%), fechando a próxima semana em 19,85. Nos últimos dias,
o peso havia acumulado sete pregões consecutivos em alta, com valorização de
0,8% semanalmente. Entre as razões para o aumento estão os dados preliminares
do PIB do México, que apresentaram crescimento de 7% ao ano no 1T e 19,7% ao
ano no 2T. Analisando 2021, o peso vem se fortalecendo há 5 meses consecutivos
em relação ao dólar, com valorização de 4,5%. Em certa medida, o peso também se
beneficiou de um aumento no comércio (exportações) com seu vizinho, os Estados
Unidos. Para esta semana, a consolidação do câmbio acima de 20,06, níveis
alcançados há duas semanas, será fundamental para que o dólar reverta parte das
perdas registradas em relação ao peso.
Peso colombiano: para esta semana, analistas estimam que
a taxa de câmbio ficará entre 3.800 e 3.950 pesos por dólar. Isso se deve à
bateria de dados macroeconômicos que serão conhecidos nos principais mercados
do mundo. No entanto, a evolução em certa medida estará condicionada aos preços
internacionais do petróleo.
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