Armadilhas na gestão: quais são e como administrá-las
Pesquisas sobre os
problemas e dificuldades enfrentados pelos gestores ajudam a identificar como
está o nível de gerenciamento e como não cair em ciladas que prejudiquem o
desempenho.
É comum gestores se
depararem com obstáculos que, com o tempo, vão sendo sanadas, e com a
maturidade em entender algumas coisas como: ser humilde e aprender a pedir
ajuda, ser facilitador, ouvir e ponderar, não dono da verdade entre outros.
Sabendo de algumas
lacunas na formação profissional regular, empresas investem em formações e
treinamentos internos para mitigar estes pontos, coaching, liderança,
comunicação, entre outros que abordam os principais pontos esperados de um
gestor. Eis alguns pontos que mais surgem nos levantamentos e avaliações de
gestores e os resultados que poderiam alcançar se não perdessem o foco e não
caíssem nesses ardis.
Armadilha 1 –
Despreparo
Não é possível ser um
gestor se não entender o que é ser um. Um ótimo técnico muitas vezes é
promovido e a empresa perde um técnico e a chance de ter um bom gestor.
Importante saber que as habilidades, postura e até ações são e precisam ser
diferentes na gestão. Por isso, há o tempo de preparo.
Armadilha 2 – Falta de
consciência sobre o que seria necessário para ser um gestor efetivo
Existe o incompetente
inconsciente, o incompetente consciente, o competente consciente e o competente
inconsciente. Para gestão empresarial, o incompetente inconsciente é mais
perigoso que o incompetente consciente, pois ao saber de suas limitações,
fatalmente, o incompetente consciente não assumirá nem colocará a empresa em
risco. Apesar de não saber itens fundamentais para a gestão, poderá deixar de
levar resultados e oportunidades para empresa e equipe, mas não irá colocar em
risco pessoas, processos e resultados, como o incompetente inconsciente, que
acredita estar preparado sem estar.
Armadilha 3 – Se achar
o dono da verdade
Achar que pode e deve
fazer e decidir sozinho, que é o dono da verdade e da razão pode trazer
problemas com equipe, pares e superiores, clientes e fornecedores. A empresa
precisa funcionar como um time, ou deveria, e resultados devem ser
compartilhados. Maus líderes acabam incentivando uma individualidade que alguns
até gostam, porém, eles não se sustentam nas posições, pois acabam prejudicando
resultados para o grupo, no longo prazo.
Armadilha 4 – Ser
centralizador, não delegar
Alguns gerentes não
delegam, porque acham que ninguém além deles pode realizar os principais
trabalhos adequadamente. Isso pode causar problemas enormes, como gargalos de
trabalho e ineficiência, à medida que eles se estressam e se esgotam.
A delegação exige
esforço, desde o início. Pode ser difícil confiar na sua equipe para fazer o
trabalho corretamente, porém, a menos que você delegue tarefas, nunca terá
tempo para se concentrar na “visão mais ampla”, pela qual a maioria dos líderes
e gerentes é responsável. Além disso, falhará em envolver e desenvolver a
equipe para que possa aliviar a pressão.
⠀
Armadilha 5 – Não
realizar gestão de pessoas
Um gestor que não
investe tempo com os colaboradores, não escuta, não media conflitos e foca
apenas no resultado final sem olhar os recursos, acabará por comprometer a
performance e o resultado.
Armadilha 6 – Não
investir em aprendizagem constante
Não se aprende a ser
gerente apenas por um livro, no YouTube ou em uma sala de aula, porém, a
consulta de bons conteúdos sobre gestão ajudará a saber como e quais ações
desenvolver e praticar no ambiente de trabalho para ser um bom profissional e
buscar aprimorar-se sempre. Não se qualificar e se atualizar constantemente
tornará um gestor obsoleto em pouquíssimo tempo, o que é arriscado para ele e
custa caro para empresa. Ao gerenciar, o profissional deverá construir
aprendizados sobre sucessos, erros, testar, refletir e tentar novamente, com
retrospectiva e insights das experiências vividas ou trocadas e,
principalmente, ele deve pôr em prática ações que comprovem teorias.
Armadilha 7 – Falta de
entendimento de processos e pular etapas
Sabe o gerente que
pensa que projeto é pastel? Quer tudo “para já” e perfeito? Além de desgastar a
equipe, este gestor perde credibilidade por demonstrar que não entende como a
empresa funciona e ainda coloca em risco a integridade dos processos e, muitas
vezes, os resultados da empresa por pedir e incentivar o “jeitinho” e o “by
pass”.
⠀
Armadilha 8 – Pensar no
curto prazo
Há empresas e gestores
que caem nessa armadilha e dizem que seus objetivos são gerar resultados a
curto prazo não importante de que forma, independente do setor em que atuam ou
da maneira de conduzir seus negócios. Por mais que você consiga tocar uma estratégia
assim por alguns anos, as chances de se perder chegam rapidamente à 100%. E,
empresas assim, quando vistas como oportunidades, acabam liquidadas por fundos
de investimento que as compram apenas para reduzirem suas perdas.
⠀
Armadilha 9 – Ausência
de metas objetivas
Não ter metas e
estratégias claras e departamentais alinhadas às estratégias da empresa é quase
um crime. Não saber onde quer chegar e não ter objetivos claros impactam na
produtividade, já é impossível ser produtivo sem saber no que se está
trabalhando, ou o que determinada tarefa significa. É um erro também não
priorizar a carga de trabalho de maneira eficaz, o que significa que os
projetos e as responsabilidades não serão concluídos na ordem ou mesmo no prazo
certos.
Quais empresas têm melhores
resultados? As que tem os melhores ou piores gestores? Quais países têm
economia mais desenvolvida, os com os melhores ou piores gestores? A
responsabilidade pela boa gestão não pode ser vista apenas como útil para uma
empresa. Ela impacta empresas, vidas, sociedades e até uma nação.
Uma dica fundamental é
ficar atento às armadilhas. Quanto mais consciente em relação a elas, mais se
terá condições de contorná-las em todas as esferas de gerenciamento.
*Fábio Lima é consultor
empresarial, executivo de finanças, master coach e CEO da LCC - Light
Consulting e Coach
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