Começa hoje a 26a CASACOR Minas Gerais
A CASACOR Minas, o primeiro grande evento da capital mineira desde o início da pandemia, começa hoje, seguindo um rigoroso protocolo com o objetivo de garantir a segurança de todos os participantes e do público.
Jomar Bragança Bar Benericks - Daniel Tavares e Cynthia Vianna |
Começa nesta terça a 26ª edição da
CASACOR Minas, considerado o maior evento do setor no estado. A seleção de
profissionais deste ano inclui um vasto time formado por veteranos, além de
jovens talentos da arquitetura, do design e também do paisagismo. Serão ao todo
47 ambientes, concebidos por 71 profissionais. O tema central desta edição é “A
Casa Original”. A temática provoca uma série de reflexões, sobretudo pelo
evidente desejo de retorno às origens, buscando na ancestralidade e na
simplicidade o equilíbrio necessário entre o passado e o futuro. A inspiração
para o conceito surgiu antes mesmo da pandemia, que trouxe como principal
consequência, a ressignificação da nossa relação com a casa, inaugurando uma
série de novas reflexões sobre o morar contemporâneo.
Entre os arquitetos e designers de
interiores que participam desta edição estão veteranos como Lena Pinheiro, Patrícia Hermanny, Cristina Menezes, Flávio Bahia, Lena Pinheiro e Norah
Fernandes, além de profissionais de destaque no mercado como Alexandre Rousset, Ângelo Coelho, Ângelo Coelho Filho e
Cristina Morethson, Júnior
Piacesi, Sérgio Vianna, Juliana Vasconcellos, Rosângela Brandão Mesquita,
Janaina Pacheco, Patrícia Abreu, Roger Lages, José Lourenço, Linda Martins,
Andrea Pinto Coelho, Casa Tereze, Daniel Tavares, Igor Zanon, Bárbara Nobre, além
de uma intervenção do designer
Gustavo Greco e da fotógrafa Leca Novo. Somam-se à lista, um
time de estreantes na mostra como
Duo Arquitetos, Cynthia Vianna, Liga Arquitetura, João Daniel Silva,
Evandro Melato, Ivia Maia,
Rafael Mineiro, entre outros, ampliando também de forma
expressiva a participação de profissionais do interior do estado.
Outro ponto interessante é que esta é
uma das edições com grande destaque ao paisagismo uma vez que a maior parte dos
ambientes estará concentrada nas áreas abertas do Palácio das Mangabeiras.
Serão seis ao todo: Droysen
Tomich, Felipe Fontes, Katiene Rodrigues, Nãna Guimarães, Rafael Mineiro
e Valter Braga.
Todos revelando soluções, ampliando o desejo de um maior contato com a natureza
e, naturalmente, reverenciando o grande mestre Roberto Burle Marx, autor dos
jardins originais do Palácio das Mangabeiras, pela segunda edição, palco da
CASACOR Minas.
O público irá se surpreender com os
projetos e soluções apresentadas nesta edição. Entre os destaques estão uma
série de projetos que foram inteiramente construídos especialmente para o
evento, utilizando métodos construtivos inovadores, reduzindo
significativamente os impactos ambientais. A CMC, indústria do grupo mineiro
Lafaete, forneceu 25 módulos, cada um com 12 metros quadrados e pé direito de
três metros, uma tecnologia que se assemelha na forma, mas que é bastante
diferente dos contêineres marítimos, uma vez que sã construídos de forma
industrial e exclusivamente para a construção de habitações, assumindo diversas
medidas, o que possibilita mais opções aos projetos.
Além de sintonizados com a
sustentabilidade, os ambientes permitem mais segurança aos visitantes, por
serem edificações ao ar livre. A tudo isso, soma-se o novo formato: quem
visitou a edição de 2019, também no Palácio das Mangabeiras irá se surpreender.
O lugar é o mesmo, mas tudo mudou. A partir da entrada, a sensação é de estar
em um outro endereço. Leveza, alto astral, paisagismo exuberante e projetos
incríveis de ambientes para serem vivenciados do lado de fora e deliciados do
lado de dentro. Dentro do Palácio das Mangabeiras, novos impactos esperam o
visitante.
A partir da entrada, que conta com
Pavilhão assinado por Andrea
Pinto Coelho, a sensação é de estar em um outro endereço.
Leveza, alto astral, paisagismo exuberante criando cenários bucólicos como o
espaço Horto Laguna,
assinado por Rafael
Mineiro e Natália
Azevedo, um pequeno oásis que inclui um lago, que na verdade é
uma piscina natural, cercada de plantas. Outro destaque é a intervenção Siré (Xirê) assinada pelo
designer Gustavo Greco
reunindo diversos cobogós em mogno africano, exibindo dentro de um pequeno
labirinto, símbolos que representam os orixás. A partir daí o público poderá
encontrar uma série de ambientes incríveis, projetados para serem vivenciados
do lado de fora e deliciados do lado de dentro.
É o caso do espaço projetado por Júnior Piacesi, que se
chama Casa da Serra,
todo em estrutura metálica encapada por breezes, com rasgos de luz no teto,
revestido em madeira, da Duratex. Nele, a proporção interna se equivale à do
deck externo, ambos com 150m2 cada. No ambiente projetado por Sérgio Vianna, batizado
de Gourmet dos Sentidos Deca,
recursos tecnológicos e integração com a natureza funcionam em total sintonia.
Na parte interna, a ilha é o ponto central, para preparo de receitas culinárias
e, do lado de fora, um deck suspenso propõe uma cena mais rústica integrada à
natureza, além de total integração com a natureza surpresas para encantar o visitante.
A dupla Evandro Melato
e Pabrício Amaral
escolheram prestar uma homenagem ao minerador, geólogo, empresário e grande
incentivador da cultura e da arte, Osmar Puperi, fundador da Quartzito do
Brasil.
Na Casa
Voktum, a arquiteta Barbara
Nobre utiliza a transparência do vidro, tanto no teto como nas
paredes externas, com a proposta de que o morador possa ver o céu e os jardins
sem ter que sair do conforto de ambientes integrados e fluidos. Bárbara Fonseca e Lucas Belisário, da
Liga Arquitetura apresentam o que há de mais moderno para uma casa de montagem
rápida, com a Cabana Soluções
Usiminas, inspirada no design escandinavo, que pode ser implantada
em qualquer tipo de terreno e feita para durar uma vida inteira. No quesito
arte, a Galeria Bel Lar
surpreende o visitante tanto com o projeto de Patricia Hermanny, quanto com a brilhante
curadoria de trabalhos do artista homenageado, Israel Kislansky.
Dentro do Palácio das Mangabeiras, novos
impactos esperam o visitante. Destaque para o Gabinete, que tem projeto de Lena Pinheiro, para a Sala de Estar JK, assinada por Juliana Vasconcellos em
parceria com a Studio 31, passando pela Sala
de Jantar, de Flávio Bahia e Letícia Rennó, culminando
com a Sala de Estar
de Norah Fernandes
e João Uchoa,
recheada de peças modernistas garimpadas em antiquário. Completando a cena no
interior do Palácio, os quartos chamam bastante atenção como a Suite Master da Maraú Design, o Quarto da Jovem Empreendedora,
de Aline Castro e Natália
Leite e o Quarto
dos Filhos, da Situar Arquitetura. O
cinema do Palácio, que está passando por um processo de restauro, foi
transformado no Living Prima
Linea, um espaço intimista do trio Ângelo Coelho, Ângelo Coelho Filho e Cristina Morethson. E
a Galeria Abreu, de Patrícia
Abreu, que também assina a Sala
de Imprensa, é um espaço de apreciação artística, com destaque para
os trabalhos de Christus Nóbrega.
Preservação e Memória
Em 2021, a CASACOR Minas continua
investindo na preservação da memória, resgatando aspectos históricos da
edificação. Nesta edição, apresentamos mais uma parte do projeto de recuperação
e implementação dos jardins originais de Burle Marx, um trabalho desenvolvido
pela paisagista Nãna Guimarães. E outra novidade é que a fonte criada por Burle
Marx em uma das áreas externas laterais da construção foi inteiramente
recuperada. Em dois níveis de pedra, ela tem como base um espelho d’água com
espécies aquáticas e está em meio a um rico jardim que envolve tons de roxo e
de verde, entre dracenas, marantas, asparagos, jiboias, peperoneas, columeias,
samambaias e variedade de espécies que o preenche. Alguidares dentro e fora da
água criam composição que os apresentam vazios e com plantas. Outra novidade
para esta edição é que a CASACOR Minas, em parceria com a Codemge e a equipe da
Novus 3D, desenvolveram um passeio virtual pelo Palácio das Mangabeiras
mostrando como ele era na época de sua inauguração, em 1955. A visita foi
desenvolvida a partir de um extenso levantamento histórico, resgatando imagens
e dados do projeto original e será disponibilizada em breve aos visitantes.
Gastronomia
A gastronomia sempre foi um dos pontos
de destaque da CASACOR Minas, refletindo de forma muito fiel a relação que os
mineiros possuem com a cozinha. Por conta disso, a mostra já foi palco de
vários lançamentos, ativação de marcas e experimentação na área, reunindo a
cada edição um público ávido por novidades. E nesta edição, mesmo neste
contexto atípico que estamos enfrentando, não será diferente. A CASACOR Minas
vem ampliando cada vez mais sua conexão com a cultura gastronômica, fomentando
o setor, colocando-se na vanguarda das tendências.
Focada em oferecer experiências cada vez
mais inovadoras e marcantes para o público, a mostra está repleta de novidades.
Quem assume a curadoria e concepção gastronômica desta edição é o premiado chef
italiano Massimo Bataglini, que juntamente com Henrique Benerick, da Benericks,
está a frente do Outland, um bar e restaurante a céu aberto, que alia boa gastronomia, uma extensa carta de
coquetéis e, claro, um bom design. Levando essa proposta para dentro da
CASACOR, o Outland comandará o restaurante, um café e os bares desta edição. O
restaurante “Outland Al Mare” terá projeto arquitetônico assinado pela equipe
do escritório Casa
Tereze,
oferecendo um menu exclusivo e o conceito foi todo inspirado no mar Adriático.
Entre as apostas do chef estão o Rosbife de atum com mel de figo e amêndoas, melão, melancia e pepino
e a Bruschetta com carpaccio
de bacalhau cru.
A inspiração para o bar Benericks,
no entorno da piscina, com projeto de Daniel Tavares e Cynthia Vianna, veio dos bares venezianos, e por este
motivo, o Negroni será o tema principal e e o vermelho predomina. O cardápio
contará com uma
extensa carta de drinks e antepastos que fazem parte dos aperitivos italianos.
O café Panini e Jardim, assinado pela
equipe da Duo
Arquitetos,
que faz sua estreia na mostra, em parceria com o paisagista Droysen Tomich, também funcionará sob comandando do
chef Massimo Bataglini, que preparou um cardápio dedicado à criações que
utilizam o pão como base principal.
A CASACOR Minas ainda conta com uma
Cozinha Funcional, com projeto assinado por Ivia Maia e Mirlene Sales, que receberá uma programação com
pequenos eventos gastronômicos, direcionados para grupos fechados.
Segurança
Buscando oferecer um ambiente seguro
para a visitação, a CASACOR Minas investiu em uma série de ações e de aparatos
tecnológicos voltados para garantir a segurança de todos os presentes. A
primeira delas será que as visitas deverão ser realizadas com hora marcada. O
visitante terá a opção de escolher a faixa de horário pretendida durante o
momento da compra do ingresso. Além do controle preciso de visitantes dentro da
mostra e a visita agendada por horário, haverá ainda a higienização frequente de
todos os espaços de circulação, dispensers de álcool gel em todos os ambientes
e uma das principais mudanças está no processo de entrada na mostra, que será
alterada para um modelo inovador e tecnológico.
O evento contará com catracas
inteligentes, em que a pessoa poderá entrar por meio de reconhecimento facial
ou ao apresentar um QR Code gerado durante a compra do ingresso pela internet.
Durante a compra online, o visitante deverá marcar um horário para visitar a
mostra. Assim, o sistema só liberará a entrada dentro da faixa especificada no
ato da compra.
Desenvolvida pela empresa ZK Teco, e
comercializado pela Templuz, essa nova tecnologia de entrada é projetada para
atuar em diferentes tipos de cenários, sendo compatível com a mais recente
tecnologia de visão computacional. Além disso, as catracas estão preparadas
para um volume de tráfego elevado e evitam qualquer tipo de contato físico e a
formação de filas na bilheteria. Outro ponto importante é que a mostra investiu
bastante em acessibilidade, proporcionando que cadeirantes possam possam
explorar todos os ambientes.
A 26ª CASACOR Minas começa no dia 14 de
setembro e segue até 17 de outubro, no Palácio das Mangabeiras, em Belo
Horizonte. As
visitas deverão ser agendadas em horário fixo, visando controle de acesso do
público. A maior parte dos ambientes estará concentrada nas áreas externas, uma
área ao ar livre com mais de 12 mil metros quadrados, possibilitando a
visitação de forma segura, além de garantir a realização de um rigoroso
protocolo. Uma nova tecnologia permitira que visitantes tenham acesso à mostra
sem nenhum tipo de contato com outra pessoa, acessando o evento através de uma
catraca eletrônica que capaz de fazer o reconhecimento facial cadastrado na
internet no ato da compra do ingresso.
Sobre a CASACOR Minas
A CASACOR é reconhecida como a maior e
melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas e
reúne, anualmente, renomados profissionais. Em 2021 chega à sua 26a
edição em Minas Gerais e com mais de 20 eventos nacionais (Alagoas, Bahia,
Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Interior de SP, Litoral de
SP, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa
Catarina) e seis internacionais (Miami, Peru, Chile, Equador, Bolívia e
Paraguai).
SITE:
www.casacor.com
FACEBOOK: www.facebook.com/casacorminas
INSTAGRAM: @casacorminas
Serviço
CASACOR Minas Gerais
Onde: Palácio das Mangabeiras -Praça Ephigênio
de Salles, 01, Mangabeiras, Belo Horizonte - MG
Quando: de 14 de setembro a 17 de novembro de
2021
Horário de funcionamento:
Terça a Sexta - 14h às 22h
Sábado - 12h às 22h
Domingo - 11h às 20h
Ingressos pelo site: https://casacormg.byinti.com/#/
Informações: https://casacor.abril.com.br/
Descritivos ambientes CASACOR Minas 2021
Pavilhão de entrada e loja Mels Brushes - Andrea Pinto Coelho
A chegada já é uma experiência: antes de
fazer o check in, uma circulação com mobiliário em corda náutica recebe quem
entra e quem sai da mostra. A recepção se materializa com tudo que se espera
para transitar em total segurança a partir dali. Utilizando dois contêineres,
ela é clarinha e leve, com aspecto asséptico. Tem balcão em porcelanato com
vidro de proteção centralizado e, internamente, foi revestida em freijó, com
fundo ripado.
Loja Mels Brushes
Situada na mesma margem do check in, a
loja repete a mesma linguagem de materiais, com predominância de tons claros e
a presença da madeira. O balcão, no centro do espaço, permite dividí-lo em
cenas iguais de ambos os lados. Além de prateleiras em madeira, e da
humanização conferida pelas mesas do século 19 garimpadas em um antiquário,
duas enormes telas em azul forte estabelecem a personalidade do espaço. Do lado
de fora, o deck cria espaços para descanso e contemplação.
Horto Laguna - Rafael Mineiro e Natália
Azevedo
O espaço externo projetado pelos
arquitetos e paisagistas Rafael Mineiro e Natália Azevedo é um pequeno oásis,
trazendo uma diversidade de plantas tropicais em torno de um lago natural, que
se propõe como um novo conceito de piscina. Água no tom de Caribe, areia com
jeito de praia, formas sinuosas como na natureza. Com leds submersos nas águas,
em meio a palmeiras, filodendros, ciclantos, marantas e plantas aquáticas
ganham uma iluminação difusa e a companhia de peixes ornamentais. Decks com
poltronas e espreguiçadeiras integram o cenário que transforma um sonho em
realidade. Um convite a repensar o espaço de lazer e contemplação com um novo
jeito de morar, além de evidenciar a necessidade do contato constante com a
natureza.
Siré (Xirê) - Gustavo Greco
O espaço assinado por Gustavo Greco logo
na entrada da CASACOR Minas serve como uma espécie de introdução, preparando o
visitante às construções assinadas por arquitetos e designers que virão a
seguir. É um percurso singular, imagético e que permite experiências
particulares a cada uma das pessoas que passam por ele. Simples, sem
interferência de cor, a madeira está no piso e nos cobogós que o ladeiam.
Imbuídos pelo tema “A Casa Original”, eles representam o desafio de retomar os
laços ancestrais, essenciais à identidade. O percurso permite uma reflexão, ao
mesmo tempo em que resgata elementos milenares, que contam história e expressam
sentimentos. Feitos em mogno africano, os cobogós exibem símbolos que representam
os orixás. Essas divindades trazidas ao Brasil por ancestrais vindos da África,
são cultuadas nas religiões de matriz africana e representam as energias da
natureza. O espaço fala de caminho, das entradas e saídas, de contemplação e
das origens enfatizadas na própria escolha do mogno, que carrega a África em
seu nome. Foi batizado de Siré (Xirê), palavra em iorubá que significa roda, ou
dança utilizada para evocação dos Orixás, conforme cada nação
Suite Lite - Igor Zanon
Com ares da pousada perfeita e cara de
cabana contemporânea, o ambiente do quarto é leve e caloroso ao mesmo tempo,
com o uso do painel em MDF em jequitibá rosa, na cama e nas paredes, e a
sutileza do breeze quadriculado, de alumínio pintado na cor branca. Usa tons
terrosos que remetem a casa de vó no interior, a pedra, a madeira e o início do
caminho de uma mineiridade que se assume universal. Ela está na poltrona Pachá,
assinada por Pietro Oliveira e na cama, desenho do arquiteto, onde a cabeceira
lembra um abraço. E como arte é fundamental, ela traz o requinte instigante de
obras de Abraham Palatinik e de Christus Nóbrega. O cuidado artesanal passeia
pelo banco em tear de Inês Schertel e outros detalhes de texturas e tramas e a
lareira suspensa é a única interferência no teto, limpo. O mini-closet ao fundo
é uma adaptação de uma estante vasada, para não fechar a paisagem externa.
Seguindo a mesma leveza, o banheiro é um ato contínuo de relaxamento e
renovação das energias, em paleta bem clarinha e aberto para a mata em volta.
Na parte externa, a opção foi por uma solução mais resistente que o concreto,
feito com rejeitos de ferro, na cor areia e acabamento levigado. A
churrasqueira tem desenho de Ricardo Rangel e o espaço ainda conta com uma
lareira de chão. A conversação entre o mobiliário se dá pelo tecido que remete
ao linho, próprio para áreas externas, que está na cadeira e na enorme chaise.
Tudo leve, harmonioso. Um perfeito convite ao relax e às boas energias.
Gourmet dos Sentidos Deca - Sérgio
Vianna
Utilizando quatro módulos de contêiner,
tanto a construção, como o acabamento e a marcenaria foram explorados como
peças de lego que se encaixam, pensados para uma construção rápida, com menos
desperdício e que se adapta a qualquer ambiente ou terreno. O padrão da madeira
está presente no piso parquet em porcelanato, da Portinari e também no teto
ripado, da Duratex. Na cozinha, peças da Deca parecem dizer que o futuro é
agora, como a torneira embutida que surge apenas com um toque e facilita para
que a cuba se destine a vários usos e a coifa, que, da mesma maneira, também
pode sumir da cena num piscar de olhos. Na parte interna, a ilha é o ponto
central, palco para a preparação das receitas culinárias e também onde os
convivas não só assistem ao espetáculo gastronômico, mas se deliciam, sentados
à mesa que sai do centro desse elemento, criando total integração entre todas
as ações. Há detalhes de charme e soluções extremamente criativas, como
as cadeiras verde musgo, de design italiano, e a banqueta desenhada
especialmente para o espaço, assinada por Zanine de Zanini, de pés metálicos e
releitura contemporânea do assento em palhinha e madeira. O inusitado fica por
conta da estante que abriga a TV e caixas de som: 17 cubas da Deca foram
transformadas em nichos que lembram um cobogó gigante. Do lado de fora, grande
um deck de madeira, suspenso, propõe uma cena integrada à natureza.
Bangalô Bateia Osmar Puperi - Evandro
Melato e Pabrício Amaral
A experiência arquitetônica deste
bangalô se dá pela total integração com o exterior. Rodeado por panos de vidro,
o ambiente é inundado pela luz natural, interagindo em todos os ângulos com os
jardins à sua volta. O volume ortogonal faz um interessante contraponto às
linhas orgânicas do espelho d’água que margeia o ambiente. O acesso principal
acontece pelo deck, área ao ar livre que antecede o living intimista. Nos
espaços, a proposta é homenagear o minerador, geólogo, empresário e grande
incentivador da cultura e da arte, Osmar Puperi. Sua história é contata ao
longo do percurso do ambiente, através de objetos de sua propriedade, exibidos
como obras de arte em uma estante que transpõe o ambiente e acentua o layout
fluido. A presença da pedra sabão, da madeira e do couro dão o toque atemporal,
junto a peças de design, como o mobiliário assinado por Zanine de Zanini
próximo à lareira, no lounge/ jardim. Após uma imersão nas histórias das minas
e do garimpo, contadas pelas peças garimpadas pelo Sr. Osmar ao longo de sua
vida, a sala de banho com vista para a Serra do Curral é um convite à contemplação.
Destaque do ambiente, a banheira batizada de Bateia, esculpida em pedra sabão
emerge do chão, propondo uma verdadeira desconexão com a vida urbana.
Estúdio Lapinha -– Ada Penna, Júlia
Temponi, Gabriela Melo e Mariana Calixto - Plano Livre
A proposta é uma construção que será
posteriormente desmontada e novamente remontada na Lapinha da Serra, refúgio
paradisíaco, na Serra do Cipó. Como não foi projetada como construção
temporária, essa diretriz influenciou desde o início do desenvolvimento, até a
escolha dos revestimentos, para evitar que eles trinquem ou danifiquem nesse
translado. O raciocínio construtivo serviu para entender toda as
particularidades da montagem, ao passo que, o raciocínio desconstrutivo
permitiu garantir que os componentes possam ser desmontados. Um exemplo é o
piso vinílico clicado, que pode ser destacado e reassentado. A mesma lógica
serve para os ladrilhos utilizados. Apesar de ser um protótipo e também um
espaço que vai cumprir uma função, o Estúdio Lapinha apresenta a ideia de
sistema, que pode gerar outros espaços. Pensada como refúgio para finais de
semana, a construção utiliza a estrutura modular de dois contêineres, sem
camuflar os componentes construtivos industrializados e sim valorizando-os. A
boa qualidade espacial é garantida pela iluminação e ventilação naturais. Um
dos módulos concentra as áreas molhadas, banheiro e cozinha, racionalizando a
infraestrutura em uma única parede, O outro, foi pensado para ser livremente
apropriado, com cama de casal, sofá que pode virar cama para uma criança e TV.
O projeto, além da flexibilidade espacial, oferece a possibilidade de
crescimento, a partir do acoplamento dos módulos. No protótipo, a área externa
ganhou uma charmosa rede horizontal, convidando o visitante a contemplar o entorno.
Casa da Serra - Júnior Piacesi
Esse projeto parte do conceito de uma
casa modo-lar, pensada assim mesmo. Toda em estrutura metálica, de montagem
rápida, encapada por breezes, utilizando placas de cimento no piso e rasgos de
luz no teto, demonstra simplicidade tanto na montagem, quanto na arquitetura e
uso do espaço. Não há nada que o mascare. A opção pelo revestimento em madeira,
da Duratex, traz conforto visual e acolhimento. Em uma área de 320m2, a
proporção interna se equivale à do deck externo, cada uma com 150m2. Os
ambientes integrados sugerem que morar, receber família e amigos e mesmo
trabalhar em um mesmo espaço é uma realidade e são ações que podem estar em
perfeita harmonia. Estrategicamente, essa casa oferece abrigo para necessários
momentos de reclusão e, ao mesmo tempo, se adapta à realidade, que pede
conciliação em um lar que proporciona acolhida, morada, onde é possível
expandir-se, seja no modo conectado ou off-line. Foi pensada para que as
obrigações diárias possam ser cumpridas com facilidade e onde seja possível
recarregar a própria energia, tirando o peso diário da sensação de que sobra
pouco tempo para o simples existir. É também um projeto que cria novas
perspectivas para o verde, mesmo quando ele não é abundante no entorno. Por
isso, ele está dentro da casa, de forma naturalista e inspiradora. Assim, o
interior é também jardim com cheiro de mato e abriga, inclusive, uma
jabuticabeira em local estratégico onde recebe luz solar e até mesmo a água da
chuva.
Living Oásis - Bárbara Barbi
No sentido figurado, a palavra Oásis
remete a um ambiente que proporciona prazer em um meio hostil. Em meio a todas
as experiências recentes, vividas globalmente, o projeto desse espaço busca
oferecer uma sensação de deleite e tranquilidade. Com ampla conexão com o
entorno, o living gera espaço para uma pequena copa e área de leitura e, no
deck, acrescenta um ingrediente irresistível: uma sauna ecológica, toda feita
em vidro, instalada em meio a um cuidadoso paisagismo com plantas altas iluminadas
por baixo. A proposta vai além da questão estética, muito bem cuidada, para
oferecer uma narrativa que permeia todo o ambiente. Aqui, a história se conta
pelo estímulo dos sentidos, equacionando sombras e transparências e misturando
ao contemporâneo uma pegada mais rústica. Concebido em estrutura modular,
internamente o revestimento é, em parte, em madeirado jequitibá rosa e, no
externo, ganhou madeira ecológica, composta 50% da matéria prima e 50% de PVC,
que não tem necessidade de manutenção, na cor areia. O piso mescla porcelanato
bem clarinho com a madeira que demarca espaço, e o tecnocimento presente no
teto está também em algumas paredes. A iluminação pontual cria uma ambiência
quase cenográfica, bastante aconchegante e os armários baixos madeirados da
copa compõem e se misturam a esse espaço. Peças de cerâmica valorizam o feito à
mão, presente também nos tapetes, executados por artesãos do interior mineiro,
em corda náutica, juta e sisal. Enaltecendo texturas, tramas e toques, o
detalhe da tapeçaria de parede chama o olhar, em camadas coloridas cheias de
movimento. O sofá mais baixo utiliza tecido encorpado e dialoga com poltronas
em crochê, e uma escultural, assinada por André Ferri, peça de destaque, como a
mesa de centro, uma tora de madeira que reforça a imponência das formas
orgânicas. Entre o living e o deck, três painéis pivotantes – um muxarabi de
madeira tauarí – de Patrick Sizílio e um sistema de vidros que aproxima o
entorno, abrem vãos para que a natureza seja convidada de honra na área interna.
Espaço (COM)VIVER - Assis Humberto e
Marcus Vinícius - Studio Arquitetônico
O projeto desse espaço foi inspirado na
sustentabilidade em diversas situações. A primeira, que chama a atenção
imediatamente quando olhamos para ele são as paredes feitas com descartes de
obra, na qual foram adicionados, inclusive os descartes de drywall da própria
CASACOR Minas. O revestimento foi executado por mulheres dos projetos
Arquitetura na Periferia e Bioarquitetar, que coletaram em aterros, terras de
diferentes tonalidades. Essas cores terrosas são perceptíveis no padrão de
linhas horizontais das paredes com pegada rústica. A estrutura e cobertura é
toda em alumínio, material que pode ser reaproveitado e a ideia é de um espaço
de convivência, que tenha o aconchego da textura e ao mesmo tempo, venha
imbuído com uma reconexão com a hereditariedade das pessoas, trazendo a terra
como elemento forte. O espelhado que aparece em um trecho da fachada tem como
proposta mimetizar a construção com o verde do entorno. Nela, o minério da
Serra do Curral, que está ao fundo foi lembrado na escultura banco de Zanine,
peça única na passarela livre, em porcelanato que remete ao chão batido. Os
jardins trazem, de um lado, duas jabuticabeiras, referência aos quintais de
Minas e, do outro lado, um jardim rochoso com pedras portuguesas e moreas, em
desenho minimalista e orgânico. Sem porta de entrada ou saída, a proposta foi
criar um espaço fluido, ventilado, incorporando o detalhe das paredes que não
encostam no teto. As entradas são afuniladas para oferecer sensação de
acolhimento tão logo a área externa seja transposta. Ao fundo, um pergolado com
plano cartesiano se abre para a vista.
Espaço Origem Minas - Cynthia Silva e
Maakaroun Arquitetura
O simples é mais na loja recheada de cafés
e queijos premiados, artesanato e cerâmicas utilitárias do projeto Origem
Minas, do Sebrae. Cynthia Silva, Rodrigo Maakaroun e Rodrigo Castro partiram
das esquadrias em madeira, ora contemporâneas, ora com referências das fazendas
mineiras, para criar um ambiente que convida a entrar pela leveza e equilíbrio.
Branco, madeira, luz pontual, sintonia entre dentro e fora, um sofá de linhas
orgânicas, na medida. O revestimento externo se repete lá dentro: um reboco
rústico bem branquinho. No ambiente com piso em placas cimentícias e teto limpo
com forro de gesso, também branco, o balcão em formato de meia lua causa o
primeiro impacto ao visitante, que precisa de tempo para percorrer as demais
estantes e prateleiras, em mogno africano maciço. O apelo é bastante
convidativo: elas foram recheadas por produtos do programa Origem Minas, do
Sebrae, e oferecem cafés e queijos premiados, variadas cachaças, geleias
premiadas, além de peças de artesanato, almofadas feitas a mão, cerâmicas
utilitárias e esculturas da arquiteta e artista Rosana Piló. O deck que rodeia
a construção tem, de um lado um pergolado com fechamento em esteiras em fibra
natural, fazendo jogo de luz e sombra. Nesse espaço, o confortável sofá para
área externa, desenhado pelos arquitetos Rodrigo Castro e Rodrigo Maakaroum, do
Ibiá Estúdio de Design, em parceria com a Faruk Móveis, é uma peça orgânica com
módulos cambiáveis e encosto móvel que lembra pedras empilhadas.
Escritório da Diretora Criativa - Luoda
Arquitetura
A proposta foi a de criar o escritório
de uma profissional criativa, lugar que tornasse suas ações dinâmicas e que, ao
mesmo tempo, fosse inspirador. Logo na entrada, uma pérgula vertical de
madeira, em desenho orgânico, cria jogo de luz e sobra. Moderno, mas sem o
apelo de uma pegada mais tecnológica, a ideia foi a de humanizar o interior com
a presença da madeira e também permitir sua sintonia com as áreas externas, com
o verde e com a luz natural, explorada em diversas situações. A opção foi por
uma mesa única, toda em porcelanato que remete à pedra no tom cinza, que serve
tanto para reuniões como para o uso individual. O toque mais inusitado fica por
conta de uma parede sensorial, que ocupa uma área de 3,3m x 2,6m. O trabalho em
couro colorido é assinado pelo designer Rogério Lima, misturando paletas de
inverno e de verão, como se o conjunto fosse uma cartela de cores ao alcance
das mãos.
Exótico Sustentável - Katiene Rodrigues
Junto ao Loft Sense, de Andrea Medeiros
e Cristina Capanema, o paisagismo criado por Katiene Rodrigues Rosa oferece a
mesma integração com os sentidos, trabalhando formas e movimentos e usando
diferentes tons nas folhagens. São plantas nobres, como a aspidistra, crótons,
yuca rostrata, aspargos real, aloé e ainda oliveiras, permitindo volumes e
alturas variadas ao jardim. A ideia foi a de fazer com que ele funcionasse de
forma sustentável, por isso, algumas das plantas foram escolhidas por
necessitarem de menos irrigação. Katiene acha importante falar sobre o assunto,
já que a questão hídrica tem se tornado um problema que merece a atenção
coletiva. Apesar de ocupar um espaço mais reduzido, esse jardim traz com ele o
carinho com que a paisagista costuma trabalhar. Katiene acredita que o afeto
teve se estender a várias ações e estar presente também nas plantas de um
ambiente.
Módulo 37 - Francisco Morais - Framo
Arquitetura
Em cada detalhe, o projeto assinado pelo
arquiteto Francisco Morais está alinhado com a contemporaneidade. Construído em
Steel Frame, método construtivo industrializado, o ambiente apresenta uma
possibilidade de construção a seco, sustentável e muito mais rápida que o
convencional, além de estar completamente alinhado com a contemporaneidade.
A flexibilidade e a mobilidade do ambiente também dialogam com o desejo
tão atual de de uma vida mais leve e fluida. Construído estrategicamente na
medida de um contêiner (3mX7m) o módulo é transportável. Com aproveitamento
inteligente do espaço, a multifuncionalidade dos ambientes apresenta soluções
práticas, como o sofá do estar se transforma numa cama, criando um dormitório,
ou a bancada da cozinha atende aos momentos de refeições e home office. Corando
o projeto, um deck de madeira delimita uma aconchegante área de lazer, com
direito a lareira e uma chaise extremamente convidativa.
Espelho D’Agua e Mini Pavilhão -
Cristina Menezes
Uma criativa releitura da configuração
das casas romanas das antiguidades transportada para módulos independentes do
tipo contêiners, em brincadeira geométrica que os une por uma pérgula central.
Cozinha, living, escritório e banheiro, e quarto são rodeados por um espelho
d’água e têm fechamentos der breezes e toldos que descem até o chão. O layout
interno é tão flexível quanto a proposta arquitetônica e os detalhes fazem toda
a diferença. A impressão é de que o conjunto flutua como se fosse uma ilha. O
espelho d’água, que além de permitir conforto térmico e amplitude ao projeto,
reflete não só os volumes de sua composição, como a natureza do entorno. Com
móveis soltos – até mesmo a bancada – eles permitem variadas configurações. A
maior parte é em madeira e utiliza tecidos apropriados para áreas externas. Na
paleta de cores, tons naturais como o cinza, areia, branco e madeira. A cor é
pontuada em detalhes mínimos, tudo pensado para oferecer a sensação de
relaxamento, como se o morar fosse a céu aberto. Se a personalidade está na
simplicidade da organização espacial, feita de forma criativa, está também nas
peças garimpadas pela arquiteta em diversas regiões brasileiras, que misturam
design ao artesanato genuíno com perfeição. Dando mais expressão aos espaços, a
poltrona do piauiense Junior Brandão, que explora as transparências, o
inusitado cabideiro da paulistana Juliana Llussá, o banco da gaúcha Inês
Schertel e as peças da marca mineira Alva Design, além das mesas em pedra sabão
brutas, assinadas pela própria arquiteta. Os ambientes são claros, iluminados,
mas em cada um, uma peça preta se destaca. Para relembrar a proposta ligada aos
hábitos romanos na antiguidade, no living, a arte pintada diretamente nas
paredes substitui os quadros dependurados. Detalhes que fazem toda a diferença
em uma proposta corajosa e inovadora.
Loft Sense – Andrea Medeiros e Cristina
Capanema
Desacelerar e se reconectar com o
essencial. Inspirado em linhas orgânicas, na leveza e na simplicidade, esse
loft utiliza o espaço interno, guiando nosso olhar para os detalhes, permitindo
vazios e cheios na medida da fluidez. Ela acontece desde a entrada, onde um
recorte simétrico mistura o dentro e o fora, e é permitida também pela
marcenaria em L, que abriga uma ampla bancada que, ao virar, atende à uma
expressiva adega revestida em quartzito e ainda oferece privacidade à cama.
É também um recorte retangular que substitui janelas tanto na parede logo
atrás da cama, e, em proporção maior, acima da bancada, na parte destinada à
cozinha. Nos dois casos, utilizando a transparência do vidro, a proposta é de
total integração dos ambientes com a paisagem. O extenso breeze na lateral da
entrada tem esse mesmo objetivo e contempla living e parte da área do quarto. A
linguagem minimalista traz o mesmo revestimento para piso e paredes, tanto na
parte externa como interna e acrescenta ao teto, o ripado de madeira clara.
Tramas naturais, tapetes feito à mão, o conforto das poltronas que acompanham a
mesa redonda e peças de design assinado por André Ferri compõem esse cenário
equilibrado e harmonioso. O banheiro aberto, na parte de fora do loft, tem teto
de vidro, breezes e uma relaxante banheira, permitindo uma sensação de estar ao
ar livre.
Suíte Líder - João Daniel Arquitetura
Uma arquitetura que valoriza as pedras
preciosas e o garimpo, as riquezas naturais regionais e o ofício do casal que
serviu de inspiração para esse projeto. Nela, tecnologia e acolhimento são a
tônica de um ambiente contemporâneo, oferecendo conforto e dinamismo ao
cotidiano dos usuários dessa suíte master. A tecnologia está no contexto da
segurança, lazer, diversão e conexão com o mundo; e o acolhimento se dá pelo
atendimento às necessidades e hábitos dos moradores, na possibilidade que o
espaço oferece para o exercício do olhar para dentro e também para a renovação.
A paleta de cores neutras e esfumaçadas, esmaecidas e terrosas, remetem ao
solo, à terra de onde vem as riquezas naturais. Os materiais e tecidos também
remetem às riquezas, ao minério, ao ouro e, principalmente, às pedras naturais,
seixos rolados, numa apropriação desses elementos dentro do arquitetar e do
residir. A suíte contempla uma cama generosa e convidativa que, junto ao
home-office compõem a ilha do ambiente. O espaço também possui um estar íntimo,
apoiado por uma mesa para café da manhã, um closet moderno que mais parece uma
vitrine e, claro, uma bela sala de banho com uma banheira de imersão como
protagonista. Destaque também para uma varanda que se integra ao espaço.
Essa suíte poderia ser um anexo no campo ou na montanha, refúgio tão desejado
nesse tempo pandêmico e incerto. Oferecendo multifuncionalidade e traduzindo a
personalidade dos usuários.
Cabana Soluções Usiminas - Lucas Pereira
Belizario e Barbara Fonseca de Souza - Liga Arquitetura
Uma casa de montagem rápida inspirada no
design escandinavo, que também inspira o modelo de negócio na facilidade de sua
execução. Tanto a compra, feita pela internet, como a agilidade com que ela é
erguida ditam todo o processo. Com peças que pesam no máximo 60 kg cada, e por
isso necessitam da mão de obra de duas pessoas para carrega-las cada uma até o
terreno em que será instalada, ela foi pensada para ser toda parafusada. Fica
pronta em 20 dias e, apesar de poder ser levada de um lugar para outro, é uma
construção vitalícia: para durar uma vida inteira. Compacta, feita em estrutura
metálica e still frame e vidro, ela tem dois andares. No térreo fica o estar,
com duas poltronas em couro e mesinha de centro, e o apoio de uma cozinha,
planejada com o básico: cooktop, cuba, frigobar e armários. Resumindo toda a
parte hidráulica no mesmo lugar, a cozinha esconde um banheiro integrado à área
externa, que fica na parte oposta. Pequeno, charmoso e funcional, conta com
dois chuveiros de teto, um jardim em uma das laterais e, do outro lado, um
espelho redondo que proporciona a sensação de que o espaço é maior. Acima dele,
no mezanino, o quarto com duas janelas em abertura máximo-ar tem como charme, a
vista do entorno, que pode ser apreciada da cama baixa. Tanto a base dela, como
de toda a parte interna da casa é revestida em pinus, em contraste com a
pintura preta na placa cimentícia do piso e no painel wall no teto. Na área
externa, o conforto de quatro poltronas em aço e três banquinhos, além da
lareira também em aço completam a cena. Simplicidade no uso de materiais,
praticidade no conceito e uma arquitetura que dá a leitura contemporânea a uma
casa em estilo cabana.
Casa Voktum - Barbara Nobre
A Casa Voktum é um espaço inteiramente
construído especialmente para a CASACOR Minas. O projeto privilegia a
integração permanente com as áreas internas e externas, que estabelecem um
diálogo permanente. Para isso, além dos ambientes integrados, ela utiliza da
transparência do vidro, tanto no teto quanto nas paredes externas. Logo na
entrada, a mesa de jantar Pin, um ícone da Voktum, tem personalidade única.
Toda em madeira, ela tem estrutura inspirada nos corredores de castelos
góticos. Valorizando o trabalho de marcenaria, ela é acompanhada das cadeiras
MAT, que seguem a linha do biodesign, com formas orgânicas que remetem à
natureza. O espaço também foi aproveitado como uma mini-galeria de arte,
apresentando sete telas vibrantes da série Anjos, de José Roberto Aguilar, em
acrílica e esmalte sobre fundo branco. Na sequência do jantar, um living traz a
elegância discreta do sofá Connect. Em módulos, o nome não poderia ser mais
apropriado, já que suas partes podem ser alteradas, adequando-se a diferentes
ocasiões. A arquiteta é autora do desenho orgânico do tapete que integra o
living. Ao fundo do espaço, Bárbara projetou uma mini-cozinha, que antecipa a
suíte, com bancada que reproduz o cimento com leves nuances. No quarto,
seguindo a proposta da sintonia com a natureza, a cama Aiby, em madeira maciça,
tem cabeceira em palhinha e pés projetados para dar a impressão de que a cama
está flutuando. Já no banheiro, o destaque fica por conta da cuba branca L.300,
desenho de Jader Almeida para a Deca, que se destaca pelo visual leve, com
laterais planas e torneira que explora o arquétipo do caminho da água até uma
bica, na qual o fluxo é manipulado intuitivamente por uma alavanca. Mesmo com a
sensação de que a natureza está dentro de casa, a arquiteta ainda projetou um
deck ao ar livre que materializa esse encontro. Nele, além da madeira peroba,
fornecida pela Madeiraria, destacam-se os móveis da Voktum, além do pendente
assinado pela mineira Simone Oliveira, desenvolvido exclusivamente para a
Templuz. Acompanhando todos os ambientes, o belo paisagismo assinado por Valter
Braga, com destaque para o jardim de orquídeas.
Jardim das Orquídeas - Valter Braga
Uma orquídea em um ambiente impressiona
logo de cara. Imagina centenas delas, em um jardim deslumbrante, que pode ser
admirado tanto do estar, quanto da suíte? Foi isso o que norteou o trabalho do
paisagista Valter Braga para o projeto da Casa Voktum, ambiente da arquiteta
Barbara Nobre. O conjunto formado por 380 orquídeas dão um ar de nobreza e se
alia ao frescor de um jardim vertical como pano de fundo, com samambaias,
peperoneas e renda portuguesa. Para emoldurar a floresta de flores faceando a
casa, Valter Braga utilizou o filodentro e o Imbé como uma margem que o
distingue ainda mais.
Bel Lar Casa com Arte - Patricia
Hermanny
Cenográfico, como uma caixa, com piso,
revestimento e teto no tom aço cortem, valoriza as esculturas de Israel
Kislansky em seu potencial máximo. A proposta de Patrícia Hermanny é a de
valorizar as esculturas do artista em seu máximo potencial, estabelecendo uma
conexão muito forte, despertando no público uma reflexão sobre a relação da
arte com a arquitetura e o design. Além das obras, o fundo desse cubo ganha luz
com fotos que mostram o artista em processo de criação, todas emolduradas em
madeira clara. Humanizando o espaço, a arquiteta utiliza bases em tronco de
madeira maciça para as obras de menor porte, para que sejam apresentadas na
altura do olhar do visitante. E ainda se vale de uma mesa original assinada por
Jorge Zalszupin, da coleção Branco e Preto, em jacarandá e de grandes
dimensões, para as peças menores. Uma escolha que relaciona sofisticação,
cultura e conhecimento. O espaço conta ainda com um pátio ao ar livre que
prossegue com o mesmo piso interno e é emoldurado com visadas para a beleza da
Serra do Curral. Nela, uma frondosa árvore nativa se oferece como suporte para
a iluminação das esculturas que se encontram nesse espaço. Com essa ação, a Bel
Lar prossegue palmilhando o sentimento que reforça a importância da arte no
morar, no viver e no compartilhar e reafirma seu patamar de excelência
Banheiros do Palácio - Filipe Geraldes,
Fernanda Guerra, Gabriela de Oliveira e Henrique Rangel
Após o concurso “Ibmec-se na CASACOR”, a
equipe composta por Filipe Geraldes, Fernanda Guerra, Gabriela de Oliveira e
Henrique Rangel foi chamada, a convite da CASACOR, para elaborar e executar na
última semana de montagem do evento uma nova intervenção nos banheiros da área
externa. Sob a supervisão do arquiteto e urbanista André Prado, a nova
intervenção conta com o uso de cores vivas e manchas. A instalação adesivada
dialoga com o painel pré-existente feito pelo artista Alexandre Mancini e foi
realizada de forma espontânea e ousada em conjunto a estética industrial
reforçada pelo grupo, a fim de elaborar um ambiente jovial e contemporâneo.
Design para os sentidos - Templuz - José
Lourenço
Não é uma sala, um quarto ou qualquer
outro cômodo da casa. É uma estrutura metálica em forma de um cubo. Uma das
mais simples formas da arquitetura dar significado a um abrigo humano, uma
casa. Feito externamente em quase em sua totalidade de vidros refletentes, ele
simula a beleza externa: a arquitetura do Palácio e a natureza moldada por um
paisagismo vigoroso. Ao mesmo tempo lembra que uma casa deve refletir um pouco de
quem vive ali. Afinal, a arquitetura trabalha com isso. Mas não é uma casa, é
um cubo cujo espelhado dos vidros que cobrem sua estrutura também suscita a
curiosidade. É da natureza do ser humano essa curiosidade, daquilo que está por
vir. Claro que não dá para desprezar o aspecto de que fazer uma foto nesse
lugar é uma oportunidade de belos enquadramentos. Sim, ela é real, mas o cubo é
bem mais que isso. A estrutura de 3 metros cúbicos reserva surpresas, que mexem
com os sentidos para quem escolhe percorrer seu interior. Da entrada ao momento
em que essa experiência fica para trás, acontece algo, como se o cubo nos
falasse intimamente. E ele fala! Seja qual for o sentido mais aguçado. Audição,
visão, olfato, tato, seja qual for o sentido mais aguçado, ele remete cada
visitante a lembranças, sentimentos, desejos e perspectivas. Uma experiência
única, por isso o nome, Design para os sentidos – Templuz.
Pop-up store “A Casa Original” -
Conceito Digital - Roger Lages
Uma pop-up store que carrega o tema da
mostra. Do lado de fora, uma pequena varanda coberta já apresenta na fachada o
elemento principal, presente nos produtos que foram desenhados e estão à venda
no espaço, feitos em Router CNC. Em linhas básicas, Router, do inglês,
significa Tupia, uma das principais ferramentas empregadas na marcenaria de
alto padrão, utilizada para furar, rebaixar, frisar ou recortar materiais.
Router CNC são ferramentas simples e eficientes de corte computadorizado.
Partindo dessa inspiração, a fachada tem testeira que parece uma nuvem, ou um
ninho, feito em ripas de madeira. Passa a ideia de algo fragmentado, orgânico,
mas que ainda está se materializando. Dentro, na primeira sala a madeira mais
uma vez é protagonista, em tom cru, presente em painéis com padronagens
recortadas, que fazem uma referência à técnica artesanal japonesa Kumiko.
Silenciosa e reflexiva, essa técnica milenar da marcenaria japonesa cria
padrões a partir de pequenas peças e encaixes de madeira. Nessa sala, o piso é
de ladrilho de tijolo e no teto, o tecido branco tencionado tem forma orgânica,
partindo daí a iluminação. O conjunto confere uma sintonia com os produtos
expostos, assinados por designers e arquitetos. Na saleta seguinte, a opção é
uma cena mais dramática, utilizando papel de parede escuro, assumindo a textura
de papel. Nela são apresentadas uma seleção de peças de design assinado, a
maioria em mogno africano. A iluminação utiliza tecido branco tencionado,
também em forma orgânica, uma repetição do primeiro espaço, em nova situação,
agora, na parede.
Jardim da Piscina - Felipe Fontes
Um jardim com conceito naturalista e uma
atmosfera moderna, elegante e selvagem. Plantas e espécies de diversos tamanhos
compõem uma estética rica em biodiversidade e interações. Ele foi organizado em
um conjunto que expressa características diferentes ao longo das quatro
estações, assim como ocorre na natureza em áreas de campos naturais e mata
nativa. Arbustos, capins, ervas e flores têm a oportunidade de mostrar suas texturas
e aromas distintos. Um espaço que gera valor para todo o contexto através do
contraste com as construções ao redor. Esse projeto valoriza as plantas nativas
e as formações e composições naturais. Um jardim contemporâneo, de baixa
manutenção e que respeita o habitat natural, com o resgate da estética do bioma
original. Destaque para a presença dos capins (Cortaderia selloana) e da Íris
amarela (Sisyrinchium palmifolium).
Bar Benericks - Daniel Tavares e
Cynthia Vianna
Vermelho, porque é a cor da vida, da
coragem, da paixão e da energia. Vermelho, porque é a cor do Negroni, icônica
bebida centenária, criada em Florença na Itália. Nesse ambiente, um bar à beira
da generosa piscina de formas orgânicas, o vermelho é vibrante. Lembra um bar
de hotel e oferece doses de glamour, alegria e uma pitada de luxo em um espaço
agradável e surpreendente. A cor predomina nos drinks, nos ombrelones dispostos
ao redor da água e em parte do mobiliário, como poltronas e sofás. A cena
despojada e chic começa na estrutura onde fica o serviço e balcão. Com pegada
sustentável, aproveita a mesma cobertura orgânica criada pelo arquiteto Lucas
Lage para a CASACOR Minas 2019. Se Chanel já disse: “Sou contra a moda que é
passageira, pois não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora só porque é
primavera”, nada mais adequado que transpor essa proposta também para a
arquitetura. No Benericks, o novo layout dispõe o balcão em um canto da base
quadrada desse deck. Linear, de 9,5m de comprimento, ele é em porcelanato em
grandes formatos bem clarinho e tem, em sua base, tecido tecnológico que
oferece uma luz difusa e calma que ilumina o espaço, deixando a luz focada
somente nas bebidas. Ainda na parte interna, um amplo sofá na cor cáqui
com mesinhas vermelhas ao longo de sua extensão e confortáveis poltronas criam
o ambiente de espera. O conforto se estende no entorno da piscina, com vários
lounges e situações: sofás, mesas que viram bancos, em cubos maciços de
quartzito azul, poltronas em aço inox fininho e pufes. Como nos ombrelones, o
vermelho é pontuado pelo espaço e está ainda na projeção mapeada na piscina,
com imagens de espécies marinhas como peixes, lulas e polvos que inspiram o
clima praiano. Detalhe para a série de esculturas em aço, do artista Leopoldo
Martins, intitulada Insetos
Office Lafaete - Ø Arquitetos - Felipe
Pederneiras e Katarina Grillo Polatscheck
Um escritório no meio do jardim, com a
função de receber clientes e realizar reuniões. Ele foi concebido em um módulo
sem paredes, com fechamento em vidro e portas de correr que permitem contato
instantâneo com o entorno. O espaço abriga dois ambientes: o primeiro é uma
pequena recepção com cadeiras em madeira, couro e metal e bancos em couro e
metal e o segundo é um ponto de trabalho e também para reuniões mais formais. Nele,
a mesa tem base em metal preto e tampo em madeira e cadeira com toda a
ergonomia necessária, mas com design mais sofisticado. Dividindo os dois
espaços, uma estante limpa, com prateleiras altas que não bloqueiam a vista, de
onde dá pra ver o pôr do sol e uma estante baixa, ambas em madeira. Entre os
livros, cubos de madeira com desenhos de Vitor Mizael, jovem artista paulista
que busca inspiração na ilustração científica, mas com um transvio, criando
seres de seu imaginário. Destaque para a solução de uma cortina acústica
situada entre as estantes que, quando fechada, preserva totalmente a área de
reuniões. A iluminação com luzes neutras favorece o trabalho e está em spots e
pendentes, um deles assinado por André Ferri, em madeira e metal. Na parte interna,
o que quebra a proposta de neutralidade é o colorido intenso das telas do
artista Luiz Áquila, uma forma de estimular o pensamento criativo e o piso, em
tijolinho cerâmico. Já a área externa tem deck em madeira com degraus para
promover o encontro e criar uma transferência mais fluida entre os ambientes.
Nela, bancos de concreto Demetra contam com iluminação e carregamento usb
integrados e outros bancos Stone, instigam usos diferentes com sua forma
irregular.
Restaurante Outland “Al Mare” - Antônio Valladares,
Joana Hardy e Tereza do Prado - Casa Tereze
O projeto do restaurante Outland, traz
narrativas que vem de longe, ou de longa data para compor um cenário imortal
enquanto durar a mostra. Alegre, muito charmoso e colorido, ele foi pensado
como um espaço de celebração e encontros, tão necessários, mesmo quando os
abraços estão fora de uso, por causa da pandemia. Os profissionais criaram as
cerâmicas, executadas pelo Ateliê da Vila, tanto as utilitárias, como as
luminárias. Cada mesa tem uma, pendente, criando um clima intimista e, no
balcão, de 12m de comprimento, elas foram alinhadas como uma chuva alegre e de
várias cores. Por falar em balcão, ele tem tampo de mármore creta<
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