Eleições no Marrocos: partido islamita, atualmente no poder com 125 cadeiras, consegue eleger apenas 12 parlamentares
O Marrocos é uma monarquia parlamentarista. A partir de 2011, o Parlamento e o governo ganharam mais poder e, desde então, os islamitas conseguiam maioria nas votações. Dessa vez, perderam para os liberais. Eles afirmam que perderam pois houve irregularidades no processo eleitoral.
O Marrocos é uma monarquia parlamentarista. A partir de 2011, o Parlamento e o governo ganharam mais poder e, desde então, os islamitas conseguiam maioria nas votações. Dessa vez, perderam para os liberais. Eles afirmam que perderam pois houve irregularidades no processo eleitoral. Mulher coloca seu voto em urna em Casablanca, no Marrocos, em 8 de setembro de 2021
Abdelhak Balhaki/Reuters
O partido islamita que governa Marrocos há uma década sofreu uma contundente derrota para os partidos liberais nas eleições legislativas de quarta-feira (8), de acordo com os resultados preliminares divulgados na manhã desta quinta-feira.
O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (PJD, islamita moderado) passou de 125 cadeiras para 12, do total de 395 deputados, segundo dados divulgados pelo ministro do Interior, Abdelouafi Laftit.
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Com isso, o PJD ficou longe de seus principais rivais, o Grupo Nacional Independente (RNI), o Partido Autenticidade e Modernidade (PAM), ambos liberais, e o Partido do Istiqlal, de centro-direita.
O RNI ganhou 97 assentos, seguido pelo PAM com 82 e o Istiqlal com 78.
O RNI, que hoje faz parte da coalizão governamental, é liderado pelo rico empresário Aziz Akhannouch, identificado como um homem próximo ao palácio (o Marrocos é uma monarquia parlamentarista).
Já o PAM, principal partido da oposição, foi fundado em 2008 pelo atual conselheiro real, Fouad Ali El Himma.
O Istiqlal (Independência) é o partido mais antigo de Marrocos.
A magnitude da derrota dos islamitas é inesperada no país. Apesar da ausência de pesquisas, a imprensa e vários analistas esperavam que o PJD conseguiria permanecer entre os primeiros lugares.
De fato, o partido almejava um terceiro mandato consecutivo à frente do governo marroquino.
O rei Mohamed VI terá que nomear um chefe de governo do partido que vencer o escrutínio legislativo, que comandará o Executivo por um período de cinco anos em substituição de Saad-Eddine El Othmani.
Os resultados definitivos devem ser conhecidos ainda nesta quinta-feira.
A taxa de participação na eleição atingiu 50,35%, segundo o ministro do Interior, superior ao índice de 43% das eleições de 2016.
Esta foi a primeira vez que cerca de 18 milhões de eleitores escolhem seus 395 deputados ao mesmo tempo que seus representantes comunitários e regionais, o que ajudou a reduzir a taxa de abstenção.
Os islamitas denunciaram "graves irregularidades" no processo, incluindo a "distribuição obscena de dinheiro" perto das seções eleitorais e "confusão" em algumas listas eleitorais onde as pessoas não conseguiram encontrar seus nomes.
No entanto, Laftit disse que as eleições aconteceram "em circunstâncias normais", apesar de alguns "casos isolados".
Em 2011, o Marrocos adotou uma nova Constituição que deu grandes prerrogativas ao Parlamento e ao governo.
Ainda assim, as decisões e orientações em setores-chave continuam a emanar das iniciativas do rei Mohamed VI.
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Fonte: G1.COM.BR
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