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Falta de garrafas já compromete a produção de cervejarias artesanais

Disponibilidade de garrafas de vidro permanece abaixo das necessidades atuais do mercado cervejeiro no Brasil


De um lado, temos um maior consumo de cerveja nas residências por conta da pandemia da Covid-19, e de outro, uma produção de garrafas que ainda não se adaptou a esse aumento da demanda, o que faz com que fabricantes de pequeno e médio porte, também conhecidas como cervejarias artesanais, padeçam com a falta de embalagens para manter sua produção ativa.
Um estudo recente realizado pela plataforma CupomValido.com.br, que compilou dados de pesquisas da Credit Suisse, Euromonitor e Statista sobre o consumo da bebida apontou o Brasil como o terceiro país que mais consome cerveja no mundo, ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos. 
O brasileiro consome em média seis litros de cerveja por mês, e seu gasto médio por semana com o produto foi de R$ 46. No mês, totaliza R$ 184, o que representa 16% do custo do salário-mínimo nacional. Além disso, 9% dos pesquisados gastam acima de R$ 101 por semana.
Falta garrafa, produção para
De acordo com o levantamento feito pela Catalisi, plataforma dedicada a Inteligência de Negócios do mercado da cerveja do Brasil e do mundo, a indisponibilidade de garrafas de vidro começou já em 2020 e persiste em 2021, impactando toda a cadeia e o mix de embalagens com que os fabricantes de cerveja utilizam para os seus produtos.
Como explica um dos criadores da Titobier, cervejaria artesanal de São Paulo, Antonio Bicarato, os pequenos e médios produtores sofrem com a falta de disponibilidade de garrafas de vidro e com o consequente aumento no valor das mesmas. “Temos um menor poder de barganha e manter a produção ativa em meio à fata de matéria-prima para o envase é algo desafiador nesse momento”, diz. “As grandes cervejarias contam com produção própria de garrafas ou já possuem contratos sólidos com fabricantes locais ou por meio de importação, e acabam sendo menos impactadas”, complementa.
O Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) reforça a tese de que a falta de garrafas que o mercado vem enfrentando é um reflexo do impacto que a pandemia gerou na cadeia de insumos e produção de embalagem e que busca com os fornecedores, soluções para a normalização e menor impacto possível ao processo.
Embalagens retornáveis: uma expectativa possível?
Na Alemanha, o lixo reciclável tem destino certo, e é conhecido por lá como “Pfand”, algo como um depósito em que o consumidor, ao adquirir o produto, paga um valor pelo recipiente quando compra determinadas bebidas. 
Em alguns recipientes, aparece o símbolo do Pfand impresso no rótulo. Ou seja, quando você compra bebidas, o valor do Pfand aparece discriminado no cupom fiscal.
Vale lembrar que a Alemanha possui um dos mais eficientes sistemas de reciclagem do mundo, com cerca de 66% dos resíduos urbanos reciclados e que os programas de coleta de lixo administrados pelo governo têm influência nestes dados. 
Por lá, praticamente todas as garrafas de cerveja, de todos os tamanhos, estão sujeitas ao Pfand e ao comprar uma caixa ou engradado, com várias garrafas de cerveja, por exemplo, o engradado também pode ser devolvido para receber o dinheiro de volta.
Para receber seu dinheiro de volta, você deve levar os recipientes vazios até um supermercado e procurar uma máquina, que geralmente fica próxima à entrada com a identificação “Pfandautomat” (máquina de Pfand) ou “Leergut-Rücknahme” (retorno de objetos vazios) e, ao entregar os recipientes, a máquina emite um cupom com o desconto. Caso você esteja comprando outras coisas neste dia, o valor do Pfand será dado como desconto no valor de suas compras. Caso contrário, a pessoa no caixa deve te entregar o valor em dinheiro, mesmo.
          Por aqui, a movimentação para embalagens retornáveis, por meio da logística reversa, é incipiente e, para muitos, inviável. “Precisamos de políticas mais acessíveis para todos, seja por meio de parcerias com cooperativas locais, incentivos governamentais, campanhas de reuso, desinfecção de embalagens, entre outros aspectos”, conclui Bicarato.



Sobre a Titobier: “Não é banda, mas é de garagem”. É sob este lema que a Titobier começou a elaborar suas receitas em 2012, numa garagem na Lapa, próxima à R. Tito, que acabaria por inspirar o nome da cervejaria. Atualmente consolidada na produção de cervejas especiais, possui 7 rótulos, dos quais 5 estão disponíveis e que podem ser encontrados em lojas como Grupo Pão de Açúcar, St. Marche e Eataly. São eles: Marx Red IPA, Trotsky Red Ale, Goethe Kölsch, Thoreau APA e Ada Wit IPA. A Titobier transita junto a públicos menos óbvios do mercado de cervejas especiais, criando conexões mais emotivas a partir da abordagem de temas levantados por cada um dos personagens de seus rótulos. (www.titobier.com.br)

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