Novas regras do PIX entram em vigor no dia 04 de Outubro
Advogado especialista em direito digital explica medidas que visam maior segurança aos usuários
Imagem Shutterstock |
No lançamento do PIX, houve uma grande
empolgação e adesão de usuários. Esse novo meio para realizar pagamentos e
transferências possibilitou operações instantâneas, mais baratas e foi visto
como um grande progresso no mercado financeiro e pela população em geral.
A história teria tudo para um final
feliz, pois é um meio de operações online elaborado pelo Banco Central e
aprovado pela sua eficiência, permitindo a realização de transferências
imediatas nos sete dias da semana e a qualquer horário, mas infelizmente, os
golpistas atrapalharam esse desfecho.
Quadrilhas de bandidos ao notarem a
facilidade para transferências bancárias que o PIX oferecia, passaram a roubar
celulares e sequestrar pessoas com essa finalidade. “No caso do roubo de
celulares, buscam os golpistas preferencialmente os aparelhos desbloqueados,
puxando-os das mãos de pessoas distraídas. Já no sequestro relâmpago, levam a
pessoa consigo e somente a liberam depois de uma série de transações e da conta
bancária esvaziada” explica Francisco Gomes Junior, especialista em direito
digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e Consumidor.
Segundo a Secretaria de Segurança
Pública de São Paulo, o crime de sequestro relâmpago teve um aumento de 106% em
2021,quando comparado com o ano anterior, tal crescimento foi verificado em
todos os Estados do Brasil.
Diante desse cenário, o Banco Central
resolveu implementar mudanças no PIX, visando melhorar sua segurança. São
regras que entrarão em vigor no dia 04 de outubro que estabelecem que:
- O limite máximo para transações em
PIX, TED ou DOC das 22 hs até às 6 da manhã será de R$ 1 mil;
- Haverá um prazo mínimo de 24 hs e
máximo de 48 hs para efetivar pedido de aumento de limite de transação
financeira;
- Clientes poderão estabelecer limites
diferentes para o PIX, TED e DOC;
- Operações pelo PIX acima do limite
estabelecido, somente serão efetuadas para contas pré-cadastradas pelo
correntista.
“As medidas melhoram a segurança, mas só
veremos se serão suficientes na prática. Há o temor de que bandidos sequestrem
pessoas e permaneçam com elas até as 6 da manhã, para fugir da limitação de
movimentações de valores no período noturno”, continua o especialista.
De fato, existem defensores de que o PIX
seja suspenso até que mais medidas de segurança sejam implementadas, permitindo
a verificação da operação em várias etapas. E isso as alterações ainda não
trazem.
“Acredito que junto às mudanças que o
Banco Central efetua, é necessário que o usuário também tome medidas ativas.
Aconselho que se possível, não instalem os aplicativos de bancos em celulares,
prefira realizar operações em sua residência”, acrescenta Gomes.
O avanço representado pelo PIX, como
outros avanços tecnológicos, faz com que golpistas criem tipos de fraudes, por
vezes somente digitais e em outros casos com o uso de violência. Devemos
lembrar que permanecer atentos, não usar o celular em locais de risco e limitar
os valores de operações bancárias são medidas fundamentais para nossa
segurança.
Francisco Gomes Júnior - Advogado
Especialista em Cibercrimes e Direito Digital. Presidente da Associação de
Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Coautor da obra “Contratos
Empresariais em nossos Tribunais”. Instagram: fgjr
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