Open Banking: Perguntas e respostas 3ª e 4ª fases
José Luiz Rodrigues, especialista em regulação
da JL Rodrigues & Consultores Associados Divulgação |
A implementação do open
banking segue em vigor e na próxima segunda-feira, 27 de setembro, começará
nova etapa da segunda fase.
Para auxiliar na
compreensão do consumidor sobre o que muda a cada fase, o especialista em
regulação José Luiz Rodrigues, da JL Rodrigues & Consultores
Associados, respondeu as principais dúvidas do público.
1 - Como está a
implementação do open banking hoje?
Atualmente, estamos na
Fase 2 de implementação do Open Banking, que é o compartilhamento dos dados
entre as instituições financeiras. Este processo foi feito de forma gradativa,
começando em agosto com os dados pessoais, e expandindo para os dados
correspondentes ao comportamento financeiro dos consumidores.
O compartilhamento dos
dados correspondentes ao perfil econômico dos clientes começou em 13 de
setembro, com as informações de movimentações nas contas. No dia 27, passam a
ser compartilhados os dados sobre cartões de crédito, e no dia 11 de outubro a
plataforma para compartilhamento das informações financeiras passará a funcionar
24 horas por dia, sete dias por semana.
2 - As empresas poderão
compartilhar os dados dos clientes livremente?
Não, todo
compartilhamento de informação necessita da autorização do detentor dos dados.
Como diz a Lei Geral de Proteção de Dados, é necessário o seu consentimento.
Então, o cliente tem que autorizar a empresa que detém as suas informações e
também a que irá recebê-las.
3 - E quais serão as
próximas fases do open banking?
Na Fase 3, começa a
integração nas prestações de serviços, iniciando com os meios de pagamento.
Essa fase está prevista para começar no dia 29 de outubro, integrando
transações via Pix. Ela também ocorrerá de forma gradativa, integrando
posteriormente os pagamentos com TED e transferências entre contas na mesma
instituição, boletos, débitos em conta e, por fim, propostas de créditos.
Esta fase proporcionará
o surgimento de novas soluções e ambientes para a realização de pagamentos e,
posteriormente, novas dinâmicas às operações de crédito. É uma fase direcionada
para difundir o acesso a serviços financeiros, de forma mais fácil, mas
preservando a segurança do Sistema Financeiro Nacional.
Já a Fase 4, que tem
previsão de início em 15 de dezembro, terá foco na integração de outros
serviços financeiros. Os clientes poderão compartilhar suas informações sobre
operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência privada e
contas-salário. Como esta fase inicia o compartilhamento de um conjunto de
informações além de produtos e serviços bancários tradicionais, ela marca o começo
da migração do Open Banking para o Open Finance.
4 - O que é Open
Finance?
Open Finance é a
evolução do Open Banking, quando são compartilhados dados além dos tipicamente
bancários, como seguro, previdência e investimentos, por exemplo.
5 - Como o Open Banking
afetará as vidas dos consumidores?
A tendência é que as
pessoas tenham cada vez mais produtos e serviços de instituições financeiras e
fintechs à sua disposição. Caso haja interesse, a pessoa deve enviar à
instituição em que possui conta/cadastro a autorização de compartilhamento de
seus dados, além de autorizar o recolhimento desses dados pela outra
instituição.
Então, o que deve
acontecer é que o cliente vai ser cada vez mais ativo, na medida em que for
impactado por ofertas - e a tendência é que surjam cada vez mais ofertas,
porque o mercado estará mais competitivo.
6 - Caso ocorra algum
vazamento de dados ou outra prática que o cliente considere irregular, como a
pessoa deve proceder?
Primeiramente, é
importante dizer que cada empresa deve manter um canal de atendimento ao
consumidor voltado exclusivamente à gestão de dados, segundo a LGPD (Lei Geral
de Proteção de Dados Pessoais). A lei não especifica como deve ser esse canal,
se um portal, telefone ou e-mail, por exemplo, mas coloca como obrigatória a
criação desse meio. Então, cada pessoa pode acionar esse canal para saber quais
dados está compartilhando com determinada empresa, por qual motivo e/ou
protocolar alguma reclamação.
Além deste canal, a
LGPD não substitui as formas de proteção já existentes e de conhecimento da
população. Se o cliente identificar o uso indevido de seus dados, ele pode
reclamar acionando tanto os canais da empresa, quanto o Procon (Programa de
Proteção e Defesa do Consumidor), com base no Código de Defesa do Consumidor.
Agora, caso tenha
ocorrido um vazamento de dados, que, dependendo da extensão, é considerado algo
grave e punível sob a LGPD e pelas normas do open banking, deve haver
investigação tanto pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados),
responsável pelas penalizações na LGPD, quanto pelo Banco Central.
7 - Uma vez que os
dados foram compartilhados, o cliente pode voltar atrás?
Sim, a qualquer momento
o cliente pode deixar de autorizar o compartilhamento de seus dados com
instituições financeiras das quais ele não seja cliente, ou seja, revogar o seu
consentimento.
Sobre a JL Rodrigues
& Consultores Associados
Há vinte e três anos no
mercado, a JL Rodrigues & Consultores Associados (https://jlrodrigues.com.br/) é uma
consultoria especializada em regulação, organização, supervisão e acesso ao
Sistema Financeiro e ao Mercado de Capitais, com foco no atendimento a empresas
e instituições financeiras brasileiras e estrangeiras, que atuam ou pretendem
atuar nesses ambientes.
Também atende
instituições que atuam em atividades relacionadas como, por exemplo,
instituições de pagamentos, fintechs de crédito, consórcios e outros modelos de
negócios ligados ao Sistema de Pagamentos Brasileiro, como as de
Infraestruturas de Mercado.
A consultoria
representa seus clientes perante os órgãos reguladores pertinentes, para propor
soluções eficazes no âmbito administrativo, institucional, regulamentar e
contábil, que preservem seus legítimos interesses econômicos, financeiros e comerciais.
José Luiz Rodrigues,
sócio titular da empresa, é também membro do Conselho da ABFintechs (Associação
Brasileira de Fintechs) o que faz com que a Consultoria esteja inserida nesse
ecossistema de forma ativa.
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