Setembro Amarelo: é preciso praticar o amor ao próximo
Um domingo ensolarado é um dia perfeito
para exercitar a felicidade, passear no parque, levar as crianças na piscina ou
encontrar os amigos com seus sorrisos largos e escancarados. Um dia expressivo
em que a vida clama a ser vivida para a maioria das pessoas. Para outras é
apenas mais um triste e deprimente mórbido domingo e, talvez, um fatídico dia para
tirar a própria vida.
Essa realidade antagônica já faz parte
do dia a dia. Nossa atenção deve estar voltada para aquelas pessoas que cogitam
extinguir sua existência, que estão camufladas atrás de rostos tristes e
apáticos com mentes transtornadas e que em silêncio suplicam por socorro. Sejam
quais foram as circunstâncias, os motivos ou suas justificativas que as levaram
a essa condição, não requerem julgamentos, mas suporte emocional.
É fato que para indivíduos em sã
consciência é difícil entender a possibilidade de alguém tirar a própria vida.
Indiferente a este raciocínio, é imprescindível perceber as evidências. Mesmo
que possa ser complicado de identificar, se você conhece alguém que seja
introspectivo e melancólico, oriente a procurar ajuda de um profissional
capacitado. É possível que aquela pessoa por si não tenha disposição suficiente
para procurar auxílio e, nesse caso, cabe a insistência em não desistir de
encorajá-la.
Segundo dados da OMS a cada ano cerca de
800 mil pessoas cometem suicídio no mundo, sendo a segunda maior causa de morte
entre jovens de 15 a 29 anos, em 2016. Esses dados nos instigam a perguntar,
sem imprimir a culpa, se as pessoas que cercavam aqueles potenciais suicidas
fizeram o bastante em momento oportuno para evitar tal tragédia? Houve
julgamento ou apoio emocional? Indiferente das respostas a verdade é que após o
fato consumado famílias inteiras são afetadas com traumas insuperáveis.
Todo ano os holofotes iluminam esse
assunto no palco da campanha Setembro
Amarelo, um período para elucidar sobre o suicídio. É necessário
mais que isso. É preciso atitude de cada um de nós. Praticar o amor ao próximo,
compreensão, generosidade e subsídios que contribuam para afastar a tristeza
constante.
O mundo seria melhor se apenas a alegria
fizesse parte de nossas vidas, mas a tristeza permanente esconde tragédias que
podem ser evitadas. Fazer a diferença na vida de alguém que precisa não lhe
tornará um herói, mas o prazer de poder olhar para aquela pessoa e ver seu
sorriso espalhado no rosto em uma tarde de domingo ensolarado.
*Sérgio Giacomelli é escritor, engenheiro eletricista e um
apaixonado por pesquisas. Descendente de italianos escreveu o romance de época D'Angelo - O Viajante de Conca.
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