Wellness tech e a importância da saúde mental dentro das organizações
*Por Conrado Guilherme Nogueira, gerente de Desenvolvimento de Negócios da SONDA
A pandemia de covid-19 impactou a vida
de todos nós, pessoal e profissionalmente. Com o isolamento social e boa parte
das pessoas trabalhando em casa, veio à tona uma questão que jogou luz sobre a
importância do bem-estar físico e, sobretudo, mental. Com isso, as empresas,
por meio do departamento pessoal e das próprias lideranças, passaram a dar a
devida importância ao tema. Como garantir que as pessoas possam ser produtivas
em suas funções profissionais, ao mesmo tempo em que lidam com aspectos de
saúde e bem-estar emocional? São essas questões que o conceito de wellness corporativo busca
responder.
Isso foi apontado em uma pesquisa
realizada pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, que mostrou
que 38% dos profissionais brasileiros acreditam que, durante o período de
pandemia, houve piora em sua saúde mental e no bem-estar. O lado bom disso,
aponta esse mesmo estudo, é que 60,97% das 491 pessoas entrevistadas declararam
que, durante o período de isolamento, notaram o aumento do nível de preocupação
das empresas nas quais atuam com relação ao bem-estar emocional e à saúde
mental dos colaboradores.
Essa questão é de extrema importância
para esses tempos em que vivemos. A partir do momento em que as pessoas
passaram a trabalhar de maneira remota, a adoção de ferramentas de wellness também passou por
uma reinvenção. O uso de inovações digitais para garantir o bem-estar ganhou
nova forma, e as organizações vêm observando a importância de incorporar
elementos de tecnologia para facilitar o entendimento sobre quais são as reais
necessidades de suas pessoas para obter uma melhor qualidade de vida e de
saúde, tanto física quanto mental. Por isso a importância do wellness tech, junção de
estratégias que visam ao bem-estar com ferramentas tecnológicas.
E as discussões sobre o bem-estar físico
e emocional das pessoas no âmbito corporativo ganham uma relevância tremenda,
uma vez que dizem respeito não apenas aos indivíduos, mas também a toda a
organização. Isso é especialmente importante, uma vez que as companhias, de
maneira geral, estão revendo todas as suas estratégias de negócios, tanto pela
ótica da transformação digital, como também pela promoção de práticas que
garantam uma gestão mais inclusiva, diversa, sustentável e que traga o social
para o centro das decisões.
Não à toa, a pauta das ações de ESG,
sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa, ganha força na
agenda das companhias e de suas lideranças. E isso conversa também com o que se
convencionou chamar de jornada
digital, pois não se trata apenas de adoção de tecnologia. Vai
muito além. Esse caminho diz respeito também à transformação de negócios e ao
social. Por isso, o olhar das empresas sobre aspectos de ESG traz o social como
um de seus pilares, e o bem-estar de suas pessoas é parte fundamental disso.
Apoiar uma estratégia que propicie o
bem-estar comum e uma corrente de engajamento entre todos os colaboradores da
organização resulta em uma série de benefícios que serão observados nos
resultados dos negócios. Promover hábitos preventivos mais saudáveis e
priorizar a saúde física e mental faz com que as companhias reduzam, por
exemplo, a incidência e os custos com programas e planos de saúde. Isso sem
mencionar os índices de abstenção e a taxa de rotatividade (turnover) dentro dos
times.
Para suportar uma estratégia bem
definida de bem-estar para as pessoas, as companhias precisam ter em mente que
as ferramentas digitais são parte essencial do projeto. Tecnologias preditivas,
com inteligência artificial, podem ser aplicadas na gestão de pessoas. É o que
conhecemos como people
analytics. Com base em dados sobre aspectos produtivos, mentais e
físicos dos funcionários, as empresas, por meio de suas lideranças e gestores,
podem tomar decisões direcionadas, com o objetivo de engajar e construir um
ambiente que priorize a saúde e o bem-estar.
Toda a crise gerada pela pandemia nos
ensinou que precisamos ter um olhar mais próximo das nossas pessoas, com uma
mudança na maneira como nos relacionamos com nossos times e com o mercado. Ter
o foco no cuidado genuinamente humano não é apenas uma estruturação no modelo
de trabalho. Muito além disso, diz respeito à centralidade da figura humana e
às suas relações no ambiente profissional. E isso passa por fatores como inteligência
emocional e saúde mental. Só assim as empresas conseguirão alcançar resultados
positivos e sustentáveis, tanto nos negócios quanto nas relações com seus
colaboradores. A adoção de ações de wellness,
associadas ao uso de ferramentas tecnológicas, podem assegurar o bem-estar e,
como consequência, um diferencial competitivo para o mercado. Afinal, empresas
são pessoas. E, sem elas, não há triunfo.
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