As empresas começam a perceber que não há crescimento sustentável sem diversidade
por Juarez Borges Filho, diretor sênior de Global Entity Management (GEM) do PayPal LATAM
A diversidade precisa ser abordada como
um tema mandatório nas empresas, não opcional. Promover a existência de uma
grande variedade de pessoas diferentes entre si, garantindo respeito e
igualdade, permite a criação de um ambiente organizacional inovador e criativo.
Não é à toa que este assunto tornou-se
um ponto estratégico para as organizações e representa um fator impulsionador
de vantagem competitiva. Portanto, este tema necessita ser tratado como meta e
não como uma simples prática de cunho social.
De acordo com o estudo “Cenário
de Vendas no Brasil 2021”, publicado pelo LinkedIn, os clientes preferem
fazer negócios com empresas que investem em diversidade, e estas estão em
posição de vantagem para oferecer a experiência que desejam.
O cliente precisa se sentir representado
e, portanto, deseja enxergar um reflexo da comunidade nas organizações. Na
mesma pesquisa, 88% dos clientes afirmam que fariam negócios com uma equipe de
vendas mais diversa e 93% concordam que a probabilidade de comprarem de uma
determinada empresa aumenta quando a equipe de vendas representa a comunidade e
o setor que atende.
Quando a diversidade atinge os diversos
níveis organizacionais, as empresas chegam a um ponto de maturidade também na
questão de produtos, com soluções abrangentes que contemplem uma variedade de
perspectivas distintas e complementares. Ao contratar funcionários com
múltiplas origens étnicas, orientações sexuais, gerações e deficiências
físicas, garantimos uma maior variedade de habilidades e repertório de
experiências.
Imagine, então, ser possível garantir
que esse pacote ainda venha repleto de engajamento e comprometimento. Empresas
inclusivas geram um senso de pertencimento, criando um ambiente no qual os
funcionários se sentem valorizados e, consequentemente, se tornam mais
engajados.
Por tais motivos, percebe-se que
empresas inclusivas tendem a apresentar níveis mais reduzidos de rotatividade.
Isso garante que o conhecimento permaneça na organização e que haja uma redução
dos riscos operacionais relacionados a falhas humanas. Afinal, pessoas felizes
permanecem por mais tempo em seus trabalhos.
A Harvard Business Review confirma tais
benefícios da diversidade, ao apontar, em um estudo
de 2015, que companhias pautadas pela diversidade possuem um ambiente organizacional
com 50% menos conflitos e 17% mais engajamento quando comparadas às outras
organizações.
De acordo com a consultoria
norte-americana McKinsey, em pesquisa
publicada em 2018, há uma tendência mundial de investimento em diversidade
como questão de estratégia para aumento da produtividade. No entanto,
diversidade e inclusão ainda são temas que precisam evoluir muito no Brasil.
Segundo matéria
publicada pelo site UOL em fevereiro de 2021, enquanto nas empresas
norte-americanas este tema surgiu nos anos 70, como resposta das empresas aos
protestos por direitos civis – como a segunda onda do feminismo, o movimento
LGBTQIA+ e a luta da população negra contra a segregação –, no Brasil vemos
cerca de 65% das empresas sem um programa de D&I estruturado, com
estratégia e planejamento.
Porém, de acordo com a mesma matéria,
após a pandemia, 97% das empresas pretendiam manter ou aumentar seus
investimentos em D&I para 2021. Isso mostra que as organizações começaram a
perceber que não há crescimento sustentável sem diversidade, inclusão,
representatividade e pertencimento.
Nenhum comentário