Fraturas por osteoporose causam cerca de 200 mil mortes, por ano, no Brasil
Dia Mundial de Combate à Osteoporose, em 20 de outubro, é dedicado a ações de conscientização e prevenção desta doença
A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que uma a cada duas mulheres terá uma fratura óssea, e que ocorrem cerca de nove milhões de fraturas globalmente por ano. A IOF (International Osteoporosis Foundation) aponta que cerca de 10 milhões de brasileiros têm a doença, porém, apenas 20% estão cientes disso.
Dados publicados, em 2019, pela revista científica Journal of Medical Economics, mostram que a osteoporose custa R$ 1,2 bilhão por ano para a economia brasileira. Cerca de 61% deste valor, o que equivale a R$ 733,5 milhões, está associado à perda de produtividade do paciente. A pesquisa aponta, ainda, que as despesas com hospitalização representam R$ 234 milhões e os custos cirúrgicos, R$ 162,6 milhões.
“Podemos dizer que essa é uma doença silenciosa. Infelizmente, a manifestação clínica da osteoporose é a complicação mais grave da doença, as fraturas”, afirma Francisco José Albuquerque de Paula, endocrinologista e presidente da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).
Prevenção
Existem alguns hábitos que auxiliam na prevenção à osteoporose e que podem ser feitos por todos. A ingestão correta de cálcio, proteínas e vitamina D, exercícios físicos (podem variar de acordo com o caso do paciente), evitar consumir bebidas alcoólicas e fumar e realizar exames, regularmente, são alguns exemplos.
Segundo a ABRASSO, o consumo diário recomendado de cálcio é de 1.200mg para pessoas acima de 51 anos. “A vitamina D é responsável por ajudar o organismo a absorver o cálcio. Ela é obtida, principalmente, por meio da exposição ao sol ou por suplementação. Apenas de 10 a 15 minutos de exposição solar por dia são suficientes para atender nossas necessidades”, ressalta Francisco de Paula.
Histórico de osteoporose na família também requer atenção, já que a genética possui forte influência sobre o desenvolvimento de massa óssea e suscetibilidade de fratura. O uso de medicamentos (principalmente glicocorticoides) e o aparecimento de fraturas são outros fatores de risco da doença.
“A menopausa, período que, geralmente, acontece entre os 45 e os 55 anos, marca a diminuição na produção do estrogênio, hormônio que provoca alterações em todo o organismo feminino, incluindo o processo de remodelação e reparação óssea. Por isso, a osteoporose é mais comum em mulheres. Porém, a condição também afeta homens”, salienta o ginecologista e coordenador da Comissão de Mídias da ABRASSO, Marcelo Steiner.
Segurança em casa
Como grande parte das fraturas por osteoporose acontecem durante tarefas do cotidiano, é fundamental ter uma casa segura, fazendo algumas pequenas alterações. Na cozinha, a altura máxima de armários e prateleiras não deve passar de 1,60m, para facilitar o acesso. O micro-ondas deve estar a uma altura de 1,30m, com uma prateleira ao lado para apoiar pratos. Lavar louças e passar roupas enquanto está sentado é menos cansativo e reduz os riscos de queda.
Também é recomendado evitar escadas, porém, se não for possível, colocar fitas antiderrapantes na borda dos degraus melhora a aderência e sinaliza o limite do chão. Uma fita de led abaixo dos corrimões ajuda a iluminar e não causa ofuscamento. Uma cama mais alta facilita na hora de deitar e levantar. Barras de apoio nos banheiros, pisos antiderrapantes e móveis com pontas arredondadas são outras medidas importantes.
Ação gratuita
Neste ano, para o Dia Mundial de Combate à Osteoporose, a ABRASSO fará uma ação na Estação de Metrô da Luz, em São Paulo (SP). Nos dias 20 e 21 de outubro, médicos da entidade estarão presentes para orientar, gratuitamente, a população sobre a osteoporose.
Entre as atividades gratuitas, estarão disponíveis três máquinas para o Teste de Calcâneo (exame que avalia a massa óssea por meio de ultrassonometria do calcanhar), junto ao questionário do Teste Frax (desenvolvido para estimar a probabilidade de fraturas de acordo com os fatores de risco relatados na pesquisa).
Sobre a ABRASSO
A ABRASSO representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).
Criada em 2011, a ABRASSO conta hoje com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da saúde que, juntos, têm a missão de difundir o conhecimento cientifico, estimular o ensino e a pesquisa e realizar ações preventivas de saúde óssea junto ao público leigo.
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