Na vida, temos duas certezas: a morte e os impostos - e sua complexidade nos 27 estados brasileiros
(*) Por Meire Rustiguer
Como já dizia Benjamin Franklin, neste
mundo nada pode ser dado como certo, à exceção da morte e dos impostos. E com
isso todos nós temos que concordar. Os impostos são pauta constante no dia a
dia dos brasileiros e o destaque vai para o ICMS (Circulação de Mercadorias e
Serviços), tributo o qual cada unidade da federação estabelece a alíquota que
será cobrada. Por exemplo, o Estado do Amazonas temos alíquotas internas de
ICMS variáveis entre 12% a 30% já no Estado de Alagoas temos variação
entre 12% a 29%.Observe-se, no entanto, que a lista de produtos sujeitos a cada
alíquota são definidas por cada Estado, ou seja, o fato de um produto ser
tributado internamente com uma alíquota de 12% em um Estado não significa que
nos outros será adotada esta mesma alíquota.
Com a complexidade nos cálculos desse
imposto, que varia conforme cada unidade da Federação, as empresas
precisam estar cientes de cada percentual para não errar na hora da
precificação dos produtos. Para isso, a inovação e a tecnologia são grandes parceiras
e aliadas das companhias, tornando todo esse processo de análise dos tributos
mais rápido e menos burocrático.
Diante de tantas variações, ainda temos
um cenário de constantes alterações na legislação o que torna difícil
para qualquer empresa e/ou e-commerce
acompanhar em tempo real e é por isso que existem, atualmente, diversas
plataformas que auxiliam no cálculo desses impostos.
Sabemos que, sem o acompanhamento
devido, a política de preços e o recolhimento de tributos podem ser
feitos com valores incorretos.. Com isso, as empresas podem ter prejuízos, seja
pelo cálculo de lucratividade ou até mesmo por multas causadas pelo cálculo
incorreto, lembrando que o Fisco tem 5 anos para a cobrança das diferenças
apuradas..
Um exemplo deste cenário é o aumento no
preço da gasolina. Esse tipo de combustível tem seu preço composto por
cinco itens. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), são eles: o valor do produtor (Petrobras e
importadores); o preço do etanol; tributos federais – PIS, Cofins e Cide;
imposto estadual – ICMS; e, por fim, a distribuição, o transporte e a revenda.
Assim, o preço do ICMS sobre a gasolina
dependerá do valor final previamente estipulado. E, para se ter uma ideia da
complexidade que esse tributo pode trazer aos gestores, somente na região
sudeste do país a alíquota deste imposto pode variar entre 25% e
34%.
As variações nos mostram a importância
de saber calcular impostos sobre as vendas, pois, nesse caso do aumento na
gasolina, o preço do combustível não foi o único impactado, mas toda a cadeia
de comercialização haja vista que as mercadorias precisam ser transportadas e o
transporte afeta o preço final. Por consequência, tudo tem seu valor
ajustado como em um efeito dominó.
Isto posto, chegamos a um senso comum de
que ter ferramentas que automatizam essa função não só otimiza o tempo da
equipe como, também, garante uma precificação correta, diminuindo a
possibilidade de erros. Ganha-se em produtividade, velocidade e
assertividade.
Portanto, a questão que se coloca para
os gestores é a iminente necessidade de estruturar áreas específicas dentro das
empresas para a realização desse trabalho minucioso de acompanhamento de
impostos, em um país com dimensões continentais como o Brasil, ou optar por
ferramentas que otimizem este trabalho.E é justamente nesse ponto que decisões
estratégicas farão a diferença entre negócios bem-sucedidos e aqueles que foram
inviabilizados pela burocracia.
A execução dessas atividades pode ser
feita por meio de parceiros estratégicos, com a terceirização de atividades
burocráticas. Assim, a precificação e o acompanhamento de impostos por região
podem ser realizados por um time de fora da empresa, sem impactar no dia a dia
dos colaboradores, facilitando a entrega de resultados e possibilitando que os
funcionários foquem seus esforços em ações mais estratégicas para o crescimento
no negócio.
(*) Meire Rustiguer, Tax Manager da Avalara, advogada, pós graduada em gestão empresarial pela FECAP, experiência de 30 anos na área tributária, com foco em tributos indiretos. Atuou na área fiscal de diversas empresas e na Consultoria IOB por 16 anos, além de professora de cursos na área de ICMS.
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