Não haverá crescimento no setor imobiliário sem as proptechs
Por Diogo
Cortês, CEO do OOND
Não é
nenhuma novidade que setor imobiliário foi um dos mais prejudicados nos últimos
dois anos graças a Covid-19. O distanciamento social, método efetivo contra a
propagação do vírus, contribuiu para o aumento das taxas de vacância em
escritórios e lajes corporativas em todo o país. Segundo um levantamento da
RealtyCorp Analytics, esse índice de desocupação na cidade de São Paulo segue
em crescimento pelo quinto trimestre consecutivo.
O estudo
ainda mostra que no 1 tri de 2020 (antes da pandemia), São Paulo registrava
11,60% em imóveis de alto padrão. No fim do 2 tri deste ano, porém, o índice já
estava em 22,51%. Em imóveis B e C, a taxa no início de 2020 era de 11,42% e
chegou ao segundo tri de deste ano marcando 19,71%. Somando todos os imóveis de
diferentes padrões, o índice era de 20,73% no final do segundo trimestre desse
ano. No Rio de Janeiro o cenário é bem parecido, segundo a consultoria
imobiliária Newmark, a taxa de vacância subiu de 36,1% para 37,2%, quando
comparamos o segundo trimestre de 2020 e 2021.
Com o
avanço da vacinação, porém, é cada vez mais comum observarmos a retomada do
setor, com empresas adotando o modelo de trabalho híbrido e, portanto, voltando
a ações presenciais, o que é uma boa notícia para os proprietários. No entanto,
para aproveitar o máximo desse momento, será fundamental contar com as
proptechs, que são empresas de tecnologia direcionadas ao setor imobiliário,
que oferecem inovação, agilidade e segurança nas negociações e, sem dúvidas,
tiveram um papel importante durante os dois últimos anos, evitando que os
índices de ocupação alcançassem números ainda mais negativos.
Proptechs
e as soluções para o setor
Engana-se
quem pensa que foi durante a pandemia que as proptechs nasceram. Elas já estão
presentes no mercado desde, aproximadamente, 2013, ano em que, inclusive, foi
lançada a mais famosa startup do ramo: o Quinto Andar. Segundo o Mapa das Construtechs
e das Proptechs Brasil, essas empresas tiveram um aumento de 235% nos últimos 5
anos. No entanto, bem como boa parte das empresas de tecnologia, foi durante os
dois últimos anos que elas ganharam mais impulso. Segundo o estudo, de 2020 a
2021, houve aumento de 19,3% de empresas ativas neste setor, totalizando 839
negócios entre construtechs e proptechs.
Evidenciando
ainda mais esse “boom”, a companhia de inovação aberta Distrito, mostra que o
setor financeiro de proptechs registrou o segundo lugar em volume de
investimentos em 2021 , levantando em torno de US$ 851,4 milhões em
investimento.
Esse
crescimento pode ser justificado primeiramente, pela facilidade que essas
empresas oferecem em um ramo tão conhecido por conta da sua burocracia. Ora, elas
proporcionam soluções para atender a necessidades de toda cadeia imobiliária,
agilizando processos, reduzindo riscos e fricções entre as partes interessadas.
Essas startups utilizam tecnologias como blockchain, internet das coisas,
inteligência artificial e de dados, entre muitas outras. O que colabora
diretamente com a inovação no ecossistema, garantindo nova experiência aos
locadores e, assertividade aos proprietários, facilitando a negociação.
De olho
na retomada, no entanto, as proptechs precisam contribuir com a redução de
insegurança e indefinições do retorno ao trabalho presencial. É preciso
oferecer as melhores e mais flexíveis condições para que os gestores, façam as
melhores escolhas na hora de escolher um novo espaço de trabalho. Além disso, é
fundamental que essas startups foquem ainda mais na redução de
burocracias na contratação de espaços de trabalho, sejam eles sob demanda ou de
média/longa duração, tendo em vista que inúmeras pesquisas apontam que o futuro
do trabalho será híbrido.
Assim,
será possível que as proptechs sejam ainda mais vistas como aliadas no retorno
das atividades presenciais. Essas empresas, se colocam como um farol de
inovação em um setor que precisa aproveitar da fase de retomada para que possa
ser vivenciado novamente os índices positivos conquistados no período
pré-pandêmico. Aproveitar de proptechs como o OOND, a Loft, o CredHome, Urbit,
entre outras, é uma maneira de ressignificar o momento de crise, gerando
inovação e atualização ao setor. É bem comum ouvirmos que jamais seremos iguais
após um período pandêmico, então, que isso seja verídico também no setor
imobiliário.
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