Nutrição: Conheça os cuidados para paciente em recuperação de COVID-19
Especialista da Faculdade Santa Marcelina explica a importância de uma alimentação balanceada na reabilitação pós-coronavírus
São Paulo,
setembro de 2021 - A pandemia da Covid-19 trouxe
grandes preocupações para o mundo. Além de tomarem inúmeros cuidados
para não serem infectados, adultos e crianças precisam ficar atentos no
tratamento e na recuperação após serem contaminados com o coronavírus. Irani
Gomes dos Santos Souza, coordenadora do curso de graduação em Nutrição da
Faculdade Santa Marcelina, explica os principais cuidados para que a
recuperação dos pacientes seja realizada de forma adequada e contribua para um
pleno restabelecimento, já que o organismo está bastante fragilizado, e
uma dieta rica em vitaminas D, A, C, Complexo B, Zinco, Cálcio e Ferro são
essenciais para combater as sequelas da enfermidade.
Durante o processo de infecção pela
Covid-19, o paciente pode apresentar perda do paladar e de apetite fazendo com
que a ingestão de alimentos seja reduzida, comprometendo seu estado
nutricional, isso porque, com o baixo consumo, também terá baixa
oferta e absorção de nutrientes. Outro ponto importante é o cansaço presente e
potencializado pela gravidade da doença restringindo o consumo do alimento.
Profissional de saúde com 23 anos de carreira, Irani alerta: “Muitos
pacientes ficam cansados durante o término da refeição, por isso é necessário
também o ajuste da consistência das preparações, sem perder qualidade
nutricional”.
Irani explica como é feito o tratamento
nutricional dos pacientes em estado grave da doença, em especial quando há a
necessidade de intubação: “Os pacientes em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) podem se alimentar via oral, onde muitas vezes é
necessária a mudança da consistência, aumento do teor calórico, fracionamento
das refeições e redução do volume das preparações. No
entanto, aqueles que estão intubados com uso de ventilação
mecânica necessitarão de Terapia Nutricional Enteral realizada por meio de
sonda de alimentação, onde a nutrição será estabelecida visando atender toda a
necessidade nutricional que o paciente precisa de acordo com sua tolerância e
quadro clínico”.
Uma dieta rica em nutrientes é essencial
para uma plena recuperação dos pacientes que receberam alta ou que, até
mesmo, não tiveram a necessidade de se deslocarem até um hospital como
explica Irani: “Pensar sempre em uma alimentação saudável é uma boa
escolha, pois auxiliará na recuperação deste corpo que foi tão exigido.
Portanto, as refeições precisam ser fracionadas, com variedade de alimentos
visando abranger um bom leque de nutrientes. Devemos dar atenção aos alimentos
ricos em vitaminas C, D e A”.
Irani destaca ainda o papel dos
considerados superalimentos, como lentilhas, nozes, abacate, chia e açaí,
que podem ajudar no processo de recuperação: “Na verdade, todo alimento consumido de
forma correta pode ser considerado um superalimento. Lógico que estou falando
dos alimentos in natura. Esses alimentos citados são ricos em proteína,
gordura polinsaturada, protegendo nosso coração e evitando riscos de
trombose. Uma alimentação rica em fibras, ômega 3, ômega 6, baixo aporte de
gordura saturada, sódio e açúcar auxiliarão no processo de recuperação”.
Alimentação
Saudável
A recuperação de um paciente precisa ser
seguida à risca, e isso inclui a suspensão de alimentos que podem prejudicar ou
até mesmo agravar a evolução do tratamento, visto que ao longo da vida a
alimentação saudável é essencial, como justifica a coordenadora do curso
de nutrição da Faculdade Santa Marcelina: “ Alimentos ricos em açúcar, sódio,
corante, conservantes, gorduras saturadas, gorduras TRANS e com baixo teor de
fibras facilmente encontrada em alimentos ultraprocessados, devem ser
evitados também ao longo de nossa vida”.
Muitos pacientes passam a ter
dificuldades de engolir os alimentos ou até mesmo perdem o apetite. A
especialista aponta alternativas para ajudar na recuperação do enfermo tendo
como ponto de partida a alimentação: “A melhor escolha é caprichar nos
temperos naturais para exaltar o sabor dos alimentos. Além disso, a
consistência pode ser alterada visando preparações mais macias e de fácil
mastigação e deglutição”.
Imunidade
Reforçar a imunidade do organismo é
primordial para combater doenças, e com a Covid-19 não é diferente. Ela
ataca todo o sistema imunológico, logo, ter à disposição alimentos ricos em
vitaminas D, A, C, Complexo B, Zinco, Cálcio, Ferro e fibras é importante
para reforçar a imunidade. A nutricionista destaca frutas cítricas, verduras ou
vegetais verdes escuros, frutas, tubérculos ou vegetais amarelos e
alaranjados, como abóbora, cenoura, feijões, lentilha,
ervilha, oleaginosas, leite e derivados desnatados, gengibre, entre outros.
Hidratação
Durante a doença o paciente apresenta um
gasto energético aumentado, podendo ter febre e
diarreia, provocando assim uma grande
perda hídrica. Irani explica a importância da hidratação: “Mesmo sem a
doença instalada, é importante manter bom funcionamento renal,
intestinal, entre outros”.
Muitas pessoas têm manifestado a queda
de cabelo como um sintoma pós-Covid. Existem alimentos ou suplementos adequados
que podem evitar esse efeito como detalha a nutricionista: “A queda de
cabelo pode ser proveniente da perda de peso e também baixo consumo de
vitaminas do Complexo B. A suplementação deve ser indicada para comprovação de
alguma carência. Para evitar problemas, a variedade de alimentos durante
as refeições do dia é fundamental, pois garante oferta suficiente dos
nutrientes”.
Suplementos
alimentares e perda de peso
A especialista em nutrição destaca que
os suplementos alimentares no tratamento contra Covid-19 se
fazem necessários, especialmente quando o consumo por via
alimentar é insuficiente. Irani explica que, durante o período da doença e
internação, alguns pacientes perdem muito peso, e
detalha ainda as consequências nutricionais por conta deste
fator: “Esse
sintoma pode caracterizar desnutrição, o que dificulta uma rápida recuperação,
mesmo porque a Covid-19 promove um grande gasto energético. A nutrição
precisa então buscar a reposição alimentar, fazendo com que aconteça
a recuperação do estado nutricional, ou seja, restabeleça um peso saudável”.
Para finalizar, Irani recomenda um
aporte alimentar adequado, ou seja, ofertar proteínas, carboidratos,
lipídios, vitaminas e minerais na quantidade suficiente para restabelecer o
estado nutricional para combater a falta de apetite e a perda de peso,
provocada pela agressividade da doença.
Sobre a Faculdade Santa
Marcelina
A Faculdade
Santa Marcelina é uma instituição mantida pela Associação Santa Marcelina –
ASM, fundada em 1º de janeiro de 1915 como entidade filantrópica. Desde o
início, os princípios de orientação, formação e educação da juventude foram os
alicerces do trabalho das Irmãs Marcelinas. Em São Paulo, as unidades de ensino
superior iniciaram seus trabalhos nos bairros de Perdizes, em 1929, e Itaquera,
em 1999. Para os estudantes é oferecida toda a infraestrutura necessária para o
desenvolvimento intelectual e social, formando profissionais em cursos de
Graduação e Pós-Graduação (Lato Sensu). Na unidade Perdizes os cursos
oferecidos são: Música, Licenciatura em Música, Artes Visuais, Licenciatura em
Artes Plásticas e Moda. Já na unidade Itaquera são oferecidas graduações em
Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina,
Nutrição, Tecnologia em Radiologia e Tecnologia em Estética e Cosmética.
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