Que mãe você é para seu filho?
Conheça os quatro perfis de pais e a influência no comportamento alimentar da criança
Educar uma criança envolve muitos
fatores como o comportamento, educação, costumes e inclusive a forma como a
criança se relaciona com a comida. Pois é, toda criança é resultado do ambiente
em que ela vive e isso interfere diretamente na alimentação delas. O
comportamento dos pais diante dos desafios da educação e formação da criança
pode ser responsável por criar costumes bons e ruins na vida delas.
Ao sentar à mesa cada família se
comporta de uma maneira e todos os atos tendem a perpetuar na vida das
crianças. Em muitos casos esses comportamentos são saudáveis para o
relacionamento familiar. Segundo Carla Deliberato, fonoaudióloga dedicada ao
estudo e tratamento de crianças com seletividade e recusa alimentar, comer é um
ato aprendido, ou seja, a criança se torna um reflexo do que ela vivencia
diariamente nos hábitos alimentares da família.
E para lidar com esses desafios, cada
família replica o que aprendeu e vivenciou com seus pais e talvez aí pode estar
o problema. Segundo Carla, no consultório é comum encontrar alguns padrões
familiares que prejudicam e podem favorecer o comportamento de recusa e
seletividade nas crianças.
Conheça os principais perfis de família
e compreenda como isso interfere na vida alimentar da criança:
Permissiva
Paciência é uma virtude que nem sempre é
fácil adquirir. Muitos pais com jornadas duplas querem apenas um momento de paz
e descanso durante o jantar e para que a criança não atrapalhe a conversa, o
momento de descontração ou de tranquilidade, faz trocas com a criança. Para a
criança se comportar ou não chorar, dá a ela a opção de comer o que quer, onde
quer e quando quer. Outra troca que se tornou frequente é a do celular. Para
que a criança coma, os pais preferem deixá-los assistindo durante a refeição.
Esse é um ato prejudicial, pois além de prejudicar a relação familiar, tira
toda a atenção do que ela está comendo.
Negligente
O trabalho exige muito dos pais, afinal,
as contas chegam e para proporcionar uma vida confortável para os filhos muitos
trabalham jornadas gigantescas e deixam de participar do dia-a-dia da criança.
Por isso, nunca estão presentes em momentos importantes. Isso também influencia
na formação da criança, já que sem a autoridade dos pais, as crianças tendem a
tomarem decisões por si e optam por uma alimentação desregulada e pouco
saudável.
Esses pais muitas vezes não possuem o
hábito de cozinhar e por isso, comem qualquer coisa, de preferência prático e
rápido. Quando isso acontece a criança tende a comer mal e sempre as mesmas
coisas como, fast food, macarrão instantâneo, lanches rápidos, salgadinhos,
entre outros. O cardápio da criança fica restrito demais e com pouquíssimos
nutrientes. Além de ser prejudicial à saúde, a criança tende a recusar novos
alimentos, principalmente os que não possuem texturas e sabores marcantes como
salgadinhos e fast foods.
Autoritária
Quem nunca, né? A psicologia da
chantagem já fez parte da vida de pais e filhos desde que o mundo é mundo. Para
convencer a criança a comer, muitos pais chantageiam as crianças, prometendo
coisas que nem sempre conseguem cumprir.
Esse é um perfil comum que muitos
aprenderam com pais e avós mais autoritários. Durante a refeição os pais
percebendo que a criança mostra resistência em comer o alimento, passa a
ameaça-lo com broncas e repreensões. Geralmente as frases mais comuns são: Você
não vai sair da mesa enquanto não acabar; tem muita gente passando fome para
jogar comida fora; Cala boca e come porque você tem que aprender a comer o que
tem; Se não comer tudo vai ficar de castigo; e por aí vai...
Tem também os que não suportam bagunça e
sujeira. É inevitável que a criança faça sujeira, afinal ela está aprendendo a
se relacionar com o alimento. Por isso a experiência sensorial é algo
instintivo dela. Quando os pais passam a repreendê-lo pela bagunça, a criança
associa a refeição a um momento de estresse, medo, entre outras emoções, dessa
forma ela não se sente a vontade para explorar a refeição e criar uma relação
boa com o alimento.
E por fim, o mais importante e ideal, o
perfil Participativo
Esses pais costumam se interessar pelo
universo da criança, entender as dificuldades e construir com eles novos
caminhos para todo tipo de dificuldade. Na alimentação, entendem o processo da
criança e permitem que ela manifeste suas vontades, faça suas escolhas, porém,
sabem como propor novos desafios e descobertas. Geralmente a relação dos pais
participativos na vida dos filhos é harmoniosa e preza pelo respeito entre
todos. Este perfil permite que as crianças estejam mais abertas a ouvi-los.
É importante ressaltar que assim como as
crianças, os pais também estão em constante evolução e por isso não devem
culpar-se se possuem um dos perfis citados acima. A mudança faz parte de todo
ser vivo e a todo momento é possível abandonar crenças que impedem de
orientar os filhos da melhor maneira possível. “Não se culpem! Assim que
perceberem sinais destes comportamentos no momento da refeição, se corrijam,
experimentem estratégias diferentes e façam as pazes com estes momentos” –
finaliza Carla.
Sobre Dra. Carla Deliberato:
Carla Deliberato é fonoaudióloga
dedicada ao estudo e tratamento de recusa e seletividade alimentar. Desde 2019
Carla lidera uma clínica especializada em São Paulo – a Care Materno Infantil
conta, além da fonoaudiologia com uma equipe de nutricionista, psicologia,
neurologista, gastroenterologia, endocrinologista, psiquiatra e pediatria
dedicados a atender crianças de 06 meses à 12 anos
Estudou com referências mundiais
no assunto como Kay A. Toomey, PhD, e Erin S. Ross, PhD, no Instituto Fleni, em
Buenos Aires no curso “Assessment and Treatment Using the SOS Approach to
Feeding”, e Suzanne Evans Morris, PhD, no Neurofuncional Chile, em
Santiago com o curso “Feeding The Whole Child- A Mealtime Approach”.
Para conhecer o trabalho da Dra. Carla
Deliberato (CRFa 2-13919 ) acesse:
https://fonocarladeliberato.com/
https://www.facebook.com/fonocarladeliberato/
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