5 dicas para quem é portador do HIV
No Dia Mundial de Luta contra a Aids é
importante ressaltar a participação de reumatologistas na equipe
multidisciplinar de tratamento
O Dia
Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro, deve ser destacado não só pelas
campanhas de prevenção e combate ao preconceito, como também pelo
esclarecimento sobre a qualidade de vida e doenças que podem ser concomitantes
ao vírus da imunodeficiência humana, HIV.
Pacientes portadores do HIV e sua forma
manifestada, a Aids, podem ser mais suscetíveis às doenças reumáticas. Para
explicar sobre as possíveis correlações existentes, garantir o melhor
tratamento e bem-estar, o Dr. Murillo Dório, especialista na Cobra
Reumatologia, fala sobre o tema.
Segundo o doutor, há uma ampla gama de
manifestações que podem ser associadas a lesões diretas do vírus, mecanismos
autoimunes secundários, infecções e efeitos adversos das terapias
antirretrovirais (TARV). Nas últimas décadas, devido ao avanço das TARVs, esses
pacientes vêm mudando o perfil de manifestações clínicas, tendo menos infecções
oportunistas e manifestações ligadas a agressão viral, e desenvolvendo mais
doenças crônicas. Cerca de 50% a 60% desses pacientes podem desenvolver
sintomas musculoesqueléticos relacionados, como dor e inflamação das
articulações.
A seguir, o especialista ressalta
algumas dicas de manifestações que sugerem que a busca de um reumatologista
pode ajudar os pacientes portadores de HIV:
- Dor ou inchaço nas
articulações, principalmente mãos, joelhos, tornozelos, cotovelos e
ombros, pode ser um reflexo de uma fase aguda da infecção pelo vírus ou
até mesmo um estado de imunossupressão mais profundo.
- Dor muscular persistente não é
normal e pode indicar inflamação do músculo pelo vírus ou pela TARV, além
de ser frequente o diagnóstico concomitante da Fibromialgia, doença
reumática que causa dores musculares crônicas.
- Placas vermelhas ou outras lesões
de pele merecem atenção redobrada pois podem caracterizar psoríase ou
outras condições causadoras de artrite.
- Febre com dor e inchaço de uma
única articulação, como o joelho, pode ser sintoma de uma infecção por
bactéria dentro da articulação, favorecida pelo estado de imunossupressão.
- Novos sintomas como dor
articular ou aumento de gânglios nos primeiros meses do início da TARV é
indicativo de uma rápida restauração da imunidade, que pode gerar
manifestações de doenças autoimunes.
Por último, Dr. Murillo ressalta que os
pacientes devem, junto ao seu médico, acompanhar de perto o uso continuo da
TARV para a adoção de medidas de prevenção e tratamento de possíveis
complicações relacionadas aos medicamentos (como a atrofia da gordura das
bochechas e o aumento do ácido úrico).
Sobre o doutor: Murillo Dório compõe o corpo médico da Clínica Cobra Reumatologia, formou-se em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e fez residência médica de Reumatologia e Doutorado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
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