Como a conectividade pode beneficiar a engenharia clínica
Por Marcelo Fanganiello
Vivemos em um mundo cada vez mais
conectado e, nos hospitais, a conectividade emerge como um elemento tão
importante quanto os equipamentos e sistemas utilizados no atendimento
clínico.
Porém, o conceito de hospital
inteligente vai muito além do uso das plataformas de gestão em telemedicina
para o cuidado à distância do paciente, das cirurgias realizadas com o apoio de
robôs, da aplicação da inteligência artificial para suporte à decisão clínica e
do atendimento informatizado ao paciente.
Tudo o que não está visível aos olhos
também pode ser beneficiado dessa inteligência. É o caso da área de engenharia
clínica, que tem uma grande importância dentro de um hospital, pois é
responsável por gerenciar e manter o parque tecnológico de unidades
hospitalares, ou seja, garantir que todas essas tecnologias utilizadas no
atendimento funcionem perfeitamente.
Isso porque não estamos falando só de um
ambiente bem equipado com tecnologia de ponta, mas de tudo o que está por trás.
Todos os sistemas que suportam essa estrutura precisam ser integrados,
trabalhando em conjunto e de forma dinâmica para que as tecnologias sejam
utilizadas com seu máximo potencial e possam aumentar a segurança do paciente.
Em alguns casos, o paciente não percebe
diretamente essas vantagens proporcionadas, já que muitos dos processos ocorrem
internamente ou na infraestrutura do setor. Aliás, esse é o principal
objetivo: que tudo ocorra da maneira mais imperceptível possível. Porém, é
notável o avanço e o aumento de performance de um estabelecimento cada vez mais
conectado.
Isso inclui desde casos simples, como a
infraestrutura de ar-condicionado, ventilação, passando por criticidades
moderadas, como controles de temperaturas em câmaras de conservação,
ruídos, até aspectos críticos como sistemas de energia, água, controle de
gases, entre outros. Falhas em quaisquer um desses sistemas podem ser
literalmente fatais e provocar danos irreversíveis, inclusive à vida dos pacientes.
Porém, segundo a consultoria Gartner,
apenas 52% dos hospitais locais têm um plano de destreza digital, com
estratégias efetivas para o uso da tecnologia no dia a dia. Ou seja, a
conectividade ainda não é efetivamente aplicada na prática, em especial na área
de engenharia clínica.
O processo ainda é tradicional e manual
na maioria dos hospitais. Equipes são responsáveis por fazer o monitoramento
dos sinais vitais de todos os equipamentos e de toda a infraestrutura. Uma
ronda é feita de tempos em tempos e anotações são realizadas manualmente. Este
processo, além de moroso, está obviamente sujeito às falhas humanas,
imprevistos, atrasos e uma série de outras intercorrências que podem acontecer
no meio do caminho.
A IoT (Internet Of Things) emerge como
uma excelente alternativa. Com ela, é possível ter mais clara a ideia de onde
atuar e também reduzir as manutenções corretivas e, em contrapartida, ampliar
as manutenções preventivas. Isso porque, com o uso de sensores que coletam
dados nos equipamentos e trazem para uma plataforma, é possível prever qualquer
problema.
A boa notícia é que, mais do que uma
tendência, essa tecnologia tem ficado cada vez mais acessível, do ponto de
vista financeiro. Tais soluções podem ser contratadas como serviço, com um
CAPEX muito baixo e baseadas em OPEX. Ou seja, o céu é o limite.
Em suma, quando falamos de um hospital
inteligente, estamos falando de sistemas, programas e equipamentos operando em
rede, sem falhas ou interrupções, que trazem às instituições de saúde maior
foco em eficiência, agilidade, otimizando a rotina, e garantindo mais segurança
na operação, economia, e, claro, redução de custos.
Marcelo Fanganiello, diretor de GetConnect, divisão de Telemedicina, Integração e Conectividade da Oxy System, que desenvolve plataformas de gestão em saúde, integrando ferramentas tecnológicas de ponta e projetos de telemedicina para o mercado, priorizando a humanização.
Nenhum comentário