DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (3/12)|30 ANOS DA LEI DE COTAS| Negócio de impacto já incluiu mais de 8 mil profissionais com deficiência
Acelerado pela Artemisia, organização pioneira
no Brasil no fomento e aceleração de negócios de impacto social, a Egalitê
possui uma tecnologia própria, desenvolvida para o "casamento" entre
a vaga e o perfil do candidato - uma forma de aumentar a assertividade da
contratação e diminuir, consideravelmente, a rotatividade de funcionários. A
HRtech dá suporte para as empresas no desenvolvimento de Cultura Inclusiva e
Acessibilidade e já incluiu mais 8.000 profissionais com deficiência em todo o
Brasil. Nos 30 anos da Lei de Cotas, Guilherme Braga - fundador da Egalitê e
especialista na temática de inclusão profissional - destaca os seis passos para
as empresas engajarem as equipes e incluírem mais profissionais com
deficiência.
São Paulo, 2021 | De acordo com a Subsecretaria de
Inspeção do Trabalho, associada ao Ministério da Economia, 372 mil pessoas com
deficiência estão hoje, no Brasil, no mercado de trabalho. Entre 2015 e 2019, o
aumento registrado foi de 12,42% nas contratações; a análise credita esse
crescimento aos 30 anos da Lei 8.213/91 –legislação que prevê que empresas com
mais de 100 funcionários tenham de 2% a 5% de pessoas com deficiência no quadro
de colaboradores. Em um país com quase 46 milhões de brasileiros que declaram
ter algum grau de dificuldade para enxergar, caminhar, subir degraus ou possuir
deficiência intelectual (Censo 2010), essa parcela incluída ainda é muito
pequena. Para combater essa distorção, um negócio de impacto social do Rio
Grande do Sul desenvolveu uma tecnologia que já incluiu mais de 8.000
profissionais com deficiência em todo o Brasil.
Acelerada pela Artemisia, organização pioneira
no Brasil no fomento de negócios de impacto social, a Egalitê foi fundada por
Guilherme Braga – bacharel em Direito e mestre em Gestão e Negócios pela
Université de Poitiers.Hoje, a HRtech tem se destacado no cenário nacional,
atuando na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O
negócio de impacto social sediado em Porto Alegre possui uma tecnologia própria
que promove o “casamento” entre a vaga e o perfil do candidato – uma forma de
aumentar a assertividade da contratação e diminuir, consideravelmente, a
rotatividade de funcionários. Além disso, a Egalitê dá suporte para as empresas
no desenvolvimento de Cultura Inclusiva e Acessibilidade.
“Auxiliamos as pessoas com deficiência a
entrar no mercado de trabalho e as empresas a cumprirem a lei de cotas. Fazemos
isso com um recrutamento assertivo e auxiliando na construção das melhores
práticas de inclusão para que as pessoas com deficiência se desenvolvam como
profissionais em um ambiente de trabalho produtivo para todos os envolvidos.
Acreditamos no potencial das pessoas com deficiência e no retorno que as
empresas obtêm quando fazem um trabalho de inclusão de pessoas com deficiência
bem-feito, atento a detalhes, processos e principalmente resultados”, detalha
Guilherme Braga.
EGALITÊ APONTA OS 6 PASSOS PARA ENGAJAR
A EQUIPE E INCLUIR MAIS PROFISSIONAIS COM DEFICIÊNCIA
PASSO #1 | SENSIBILIZAÇÃO | Sensibilizar a equipe interna é o
primeiro passo para auxiliar na preparação do ambiente organizacional que vai
receber o profissional com deficiência; é nessa sensibilização que será
trabalhado qualquer tipo de resistências e preconceitos que possam interferir
no projeto de inclusão. Para esse preparo, é importante trazer à equipe as
informações sobre o tipo de deficiência do novo contratado e disseminar as
orientações precisas de como cada um pode auxiliar o profissional nesse
processo de chegada. Ampliar os conhecimentos é falar abertamente sobre o tema,
pois esse diálogo é essencial para criar um ambiente acolhedor e favorável à
inclusão.
Segundo Guilherme Braga, o momento da
sensibilização é ideal para apresentar à equipe o projeto de inclusão da
empresa e a política de diversidade, assim como os detalhes de como ela será
operacionalizada. “O gestor pode aproveitar o momento para trabalhar fortemente
a comunicação interna, falar sobre a criação do projeto de inclusão e convidar
todos a colaborar com essa construção”, afirma, acrescentando que o
envolvimento das lideranças e da alta gestão na sensibilização é essencial ao
sucesso do projeto. “Os profissionais que vão trabalhar diretamente com os
funcionários contratados devem ser envolvidos em todo o processo”, salienta.
PASSO #2 | MAPEAMENTO DE CARGOS | O mapeamento de cargos tem o objetivo de
entende melhor quais são os pré-requisitos e competências que o profissional
precisa para determinada função. Ele possibilita pensar previamente em soluções
de acessibilidade que vão facilitar o processo de seleção, dar mais segurança
para os colaboradores e mais qualidade para o projeto de inclusão que será
conduzido pela empresa. “Ao alinhar os cargos e as competências exigidas com os
profissionais com deficiência, ampliam-se as chances de assertividade na
contratação, pois os candidatos estarão preparados para desenvolver, com
excelência, as suas atividades, trazendo valor e produtividade tanto para a
empresa, quanto para o próprio funcionário”, afirma Braga.
O especialista aponta que nesta etapa é
importante avaliar os pré-requisitos para o cargo, mantendo o foco nas
habilidades e potencialidades dos profissionais para desempenhar as atividades.
“O gestor deve procurar soluções para evitar barreiras na realização das
tarefas, fazendo uso de tecnologias assistivas e adaptações possíveis. Uma dica
é considerar a possibilidade de investir no desenvolvimento das competências
por meio de treinamentos e cursos”, afirma.
PASSO #3 | ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
| A acessibilidade
vai além de rampas, banheiros adaptados e elevadores; ela está presente não
apenas nas áreas de acesso e circulação, mas na comunicação, na equipe de
trabalho e nos recursos oferecidos. É fundamental que os gestores saibam como
está a acessibilidade na empresa e faça um plano de curto, médio e longo prazo
para tornar o ambiente mais acessível. A Lei Federal 13.146/15, inclusive,
exige acessibilidade em todos os ambientes. Como dica, contar com o auxílio de
um profissional especializado e qualificado, como arquiteto ou engenheiro. “É
importante que a execução do projeto seja totalmente funcional para os
profissionais com deficiência, evitando investimentos desnecessários ou que não
contribuem para a autonomia desses profissionais”, afirma Braga, acrescentando
que as adequações devem considerar os aspectos legais como o Decreto Federal
5.296/2004, a Norma Técnica 9050/2015 da ABNT e a Lei Brasileira de Inclusão.
PASSO #4 | INCLUSÃO DE TALENTOS | Recrutar profissionais é procurar no
mercado por candidatos com qualificação ou potencial para ocupar as
oportunidades em aberto para, posteriormente, passar ao processo seletivo.
Selecionar, por sua vez, é fazer uma análise desses candidatos e escolher os
perfis compatíveis com os pré-requisitos por meio de competências e afinidades
com a vaga. Quando o processo seletivo não é feito de forma correta acaba
trazendo prejuízos à empresa e ao profissional contratado; quando a companhia
não sabe explorar os pontos fortes do candidato e os próprios, pode gerar ruído
em todo o projeto de inclusão. “É importante contar com uma equipe de seleção
bem-preparada para que todas as informações estejam claras, para que os laudos
médicos sejam analisados com correção, reconhecendo as deficiências e
limitações consideradas e enquadradas na Lei de Cotas”, salienta. Como dica, o
especialista aponta a procura em sites, a contratação de consultorias e
agências de emprego para auxiliar a empresa em todas as etapas.
PASSO #5 | RETENÇÃO DE TALENTOS | O principal fator de permanência de um funcionário
excelente não é o salário, sim a satisfação. Da mesma forma como qualquer
profissional, o com deficiência busca reconhecimento e oportunidades de
crescimento dentro da empresa, por isso, a retenção de talentos é fundamental
para o projeto de inclusão e é considerada a grande responsável por diminuir o
turnover desses profissionais. “A primeira dica é verificar se as tarefas
propostas podem mesmo ser realizadas pela pessoas com deficiência de forma
adequada, tendo em vistas as capacidades e limitações. Além disso, é importante
se preocupar com a acessibilidade arquitetônica e os recursos de tecnologia
assistiva. A empresa deve investir na capacitação das lideranças e em
treinamentos para uma equipe mais acolhedora e preparada para incluir de fato os
colegas com deficiência”, firma o especialista.
PASSO #6 | TREINAMENTOS | Quando a empresa investe em
treinamentos, capacitações e ações de desenvolvimento, aumenta as chances de
reter profissionais qualificados na equipe e, principalmente, em fomentar a
produtividade. Dessa forma, aprimorando as principais competências e
habilidades, a empresa também melhora o desempenho dos que têm dificuldade.
Segundo Guilherme Braga, uma dica é considerar a acessibilidade nas
capacitações e treinamentos, fazendo com que seja possível a participação dos
profissionais com e sem deficiência. “A empresa deve disponibilizar recursos de
acessibilidade não somente no espaço físico, mas na adaptação dos materiais”,
finaliza.
SOBRE OS NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIAL | São empresas que oferecem, de forma
intencional, soluções para problemas sociais e ambientais enfrentados pela
população em situação de vulnerabilidade econômica. Entre as características
principais estão o foco na baixa renda (produtos e serviços desenhados de acordo
com as necessidades e características dessa população); intencionalidade
(possuem a missão explícita de causar impacto social e são geridos por
empreendedores éticos e responsáveis); potencial de escala (podem ampliar o
alcance por meio da expansão do negócio, da replicação em outras regiões por
outros atores, ou pela disseminação de elementos inerentes ao negócio por
outros empreendedores, organizações e políticas públicas); rentabilidade
(possuem um modelo robusto que garante a rentabilidade e não depende de doações
ou subsídios); impacto social relacionado à atividade principal (o produto ou
serviço oferecido diretamente gera impacto social ou se trata de
projeto/iniciativa separada do negócio – sim, da atividade principal);
distribuição ou não de dividendos (um negócio pode distribuir ou não dividendos
a acionistas; decisão que não é um critério para definir o impacto social).
A Artemisia toma por base a visão de
Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia, de que “a pobreza é a privação das
capacidades básicas de um indivíduo, não apenas ao fato de possuir renda
inferior a um patamar preestabelecido”. Com essa perspectiva, a organização
acredita que os negócios de impacto social podem gerar melhorias na qualidade
de vida da população de menor renda em cinco principais dimensões aos diminuir
os custos de transação; promover oportunidades de desenvolvimento; possibilitar
aumento de renda; reduzir condições de vulnerabilidade; e fortalecer a
cidadania e os direitos individuais.
ARTEMISIA | A Artemisia é uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. A organização apoia negócios voltados à população em situação de vulnerabilidade econômica, que criam soluções para problemas socioambientais e provocam impacto social positivo por meio de sua atividade principal. A missão da organização é identificar e potencializar empreendedores(as) e negócios de impacto social que sejam referência na construção de um Brasil mais ético e justo. A organização já apoiou mais de 530 iniciativas de todo o Brasil em seus diferentes programas, tendo acelerado intensamente mais de 180 negócios de impacto social. Fundada em 2005, a organização possui atuação nacional. www.artemisia.org.br
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