Especialistas em cibersegurança dão dicas para não cair em golpes do Pix
Cada vez mais
elaborados, os golpes via Pix fazem vítimas todos os dias no Brasil e vêm
desafiando especialistas em cibersegurança, instituições financeiras e poder
público a blindarem o serviço. O crescimento dos golpes e dos casos de
sequestro-relâmpago levaram o Banco Central do Brasil a limitar o valor das transações
para R$ 1 mil no horário entre 20h e 6h e nos fins de semana, mas outras
medidas simples podem ser adotadas para evitar que você se torne mais uma
vítima.
A advogada e especialista em proteção de
dados Maria José Ciotto Luccas diz que a primeira ação é
estabelecer no app ou site do banco um limite diário para transações via Pix. “Isso já evita que criminosos consigam
retirar todo o seu dinheiro em apenas uma única transferência. Estabeleça um
limite que seja seguro para o seu dia-a-dia”, aconselha.
Com as novas regras do Banco Central, os bancos e instituições financeiras
devem disponibilizar a inclusão desse limite e só podem autorizar um aumento
dele após, no mínimo, 24 horas da solicitação.
A especialista em LGPD e DPO (Data Protection Officer) Consuelo Rodrigues diz que o usuário nunca deve realizar transações fora dos canais oficiais do seu banco ou instituição. “Tenha certeza que está no site ou aplicativo oficial. Os golpistas criam links e páginas muito similares às verdadeiras, mas analisando com calma é possível notar a diferença nos detalhes do endereço ou em algum erro ortográfico. Clicando no cadeado que fica na barra de endereço do navegador também é possível verificar se está navegando em um site seguro”, diz.
No caso de
e-mails, Consuelo afirma que os erros também podem ser encontrados. “Quando recebemos um e-mail, o domínio
(que é aquilo que está escrito após o @) revela se o conteúdo é real ou um
golpe. Se o e-mail diz, por exemplo que é do Banco do José, mas foi enviado
pelo bancodojose@kakdaka.com.br então já sabemos que é falso”,
explica. “Na dúvida não se
deve clicar em nenhum link, nem baixar arquivos. Vá até o canal oficial de
comunicação da instituição e relate o ocorrido para confirmar se é um conteúdo
confiável ou não”, completa.
Outra dica que
a advogada Maria José dá é não realizar transações quando estiver conectado a
redes de Wi-Fi públicas. “Esses
locais de acesso coletivo, como parques, bares ou shoppings, podem conter vírus
e malwares que podem roubar dados para vender no mercado ilegal”,
explica.
As chaves Pix
cadastradas são outro ponto que precisam de cuidado ao serem divulgadas. “Prefira passar chaves aleatórias. O seu
CPF somente para pessoas próximas e de confiança ou empresas com as quais você
já se relaciona. Se um golpista tiver seu CPF e conseguir seu nome completo e
seu endereço em listas vazadas, já consegue realizar ações em seu nome como
abrir contas digitais, assinar serviços como streaming e praticar outros
golpes", alerta Maria José.
A
advogada e especialista em proteção
de dados, Maria José
Ciotto Luccas
Como agir se for vítima
Se mesmo
com todos os cuidados, a pessoa acabar sendo vítima de golpe, a recomendação
das especialistas é elaborar o Boletim de Ocorrência o mais rápido,
apresentando o máximo de provas e detalhes que puder. "O cidadão nem precisa se dirigir a
uma delegacia de polícia. Ele pode registrar o B.O. pela internet mesmo",
orienta a advogada especialista em Direito Digital, Maria José Ciotto Luccas.
No estado de São Paulo, o link para registro de BOs é https://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/home.
O próximo
passo é entrar em contato com o banco ou instituição financeira para buscar
meios de ter o seu dinheiro restituído e evitar que mais pessoas se tornem
vítimas. “Se o celular
tiver sido roubado, é preciso notificar a operadora para bloquear a linha
telefônica. Contudo, fazer o B.O. é imprescindível porque, segundo a Febraban,
todas as transações via Pix são rastreáveis e, assim, é possível identificar os
criminosos”, diz Consuelo Rodrigues.
Consuelo
Rodrigues é especialista em LGPD e DPO
Dicas para evitar cair em golpes do Pix
-
Estabeleça um limite diário para transferência via Pix no app ou site oficial
do seu banco
- Realize
transações somente no app ou site oficial do seu banco
-
Certifique-se que o site do banco ou da loja que você está navegando é o
correto
- Confira
se o site em que está navegando é seguro clicando no cadeado que fica ao lado
da barra de endereço do navegador
- Não
clique em links ou baixe arquivos de e-mails suspeitos. Confira se o e-mail
possui um domínio confiável. Em caso de dúvida, procure um canal de comunicação
oficial
- Não
realize transações financeiras quando estiver conectado em redes públicas como
de shoppings e restaurantes
- Ao
divulgar sua chave Pix para pessoas e empresas que você não tem relação de
confiança, prefira informar a chave aleatória
- Ative a
autenticação de duas etapas em todos os aplicativos e redes sociais que
oferecerem a opção
Muito Legal essas dicas para quem deseja usar os canais digitais, a regra é sempre verificar se a identidade do site ou do remetente do e-mail.
ResponderExcluirObrigada pelo Feedback, Gera !
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