O que são aditivos químicos para concreto e o que eles fazem?
Por Igor Torres
Referência: Manual de Aditivos para Concreto -
Capítulo 1
Em um passado não tão
distante, concreto era basicamente produzido com três componentes: cimento
Portland (ligante), agregados e água. No entanto, ao longo do último século, foi
incorporado um quarto componente que hoje é tão fundamental quanto os
supracitados: os aditivos químicos.
E o que são esses
aditivos químicos? Recorrendo ao auxílio genérico de dicionários, tais como o
Aurélio e Michaellis, esses definem aditivo como “substância química adicionada a outra, em quantidades
relativamente pequenas, para acrescentar ou melhorar as propriedades desejáveis
e/ou ainda suprimir as indesejáveis”. O ato de aditivar não é
realizado apenas em itens corriqueiros, tais como gasolina e alimentos, mas
também no concreto, conferindo vantagens às suas propriedades.
É nesse sentido que o
novo Manual de Aditivos, elaborado pela Câmara de Aditivos do Instituto
Brasileiro de Impermeabilização – IBI, traz a definição da norma ABNT NBR
11768-1 (ABNT, 2019a): aditivos são produtos químicos adicionados e misturados
ao concreto, em quantidades geralmente não superiores a 5% da massa de ligante
total. Seu principal objetivo é modificar as propriedades do concreto no estado
fresco e/ou no estado endurecido, de forma a otimizar o desempenho da matriz.
Fogem à regra aditivos específicos, como os aceleradores de pega para concreto
projetado, cuja dosagem pode ultrapassar o limite de 5%.
A incorporação de
aditivos é justificada pelo aumento crescente de demandas de qualidade para o
concreto, especialmente durabilidade (redução de relação a/c, minimização de
retração, mitigação de patologias etc.). Só é possível a produção de diferentes
tipos de concreto hoje graças ao embasamento oferecido pelos mais variados
tipos de aditivos químicos. Como exemplo, é impensável a produção de concreto
autoadensável sem o uso de aditivos RA2 (mais conhecidos por
superplastificantes). Por fim, o tripé fundamental da sustentabilidade (sucesso
econômico, ambiental e responsabilidade social) só é viável devido ao uso de
aditivos.
Igor Torres é Engenheiro Civil, Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais, com ênfase em materiais cimentícios. Gerente técnico nacional da linha de aditivos e produtos complementares para concretos e argamassas da Sika Brasil.
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