Pequenos provedores de internet devem migrar para modelo de consórcio, analisa especialista
Tendência deve fazer com que pequenos
provedores tenham mais força de negociação na hora de
comprar equipamentos acessórios e, inclusive, na construção de redes
compartilhadas.
Nos últimos dois anos, o mercado de telecomunicações presenciou o
surgimento de uma forte tendência de provedores de internet (ISPs) mais
organizados e profissionalizados, serem comprados por companhias maiores ou
receber aporte financeiro de grandes fundos ou investidores.
De acordo com o diretor de planejamento e operações da
companhia Fibracem, indústria brasileira especializada
no setor de comunicação óptica, Eryck El-Jaick, esse cenário,
aliado às expectativas da chegada do 5G – mesmo que ocorra apenas nas capitais
por primeiro – tem estimulado um movimento de junção de ISPs menores, formando
uma espécie de consórcio e cooperativa.
“De fato, esse tem sido um caminho valioso, já que proporciona aos
pequenos provedores mais força de negociação na hora de comprar equipamentos e
acessórios junto a distribuidores e fabricantes e, inclusive, na construção de
redes compartilhadas”, analisa o executivo.
Para se ter uma ideia, alguns pequenos provedores, e até mesmo de
médio porte, ainda têm sofrido com uma incerteza no mercado, enfrentando
dificuldades para receber pelos serviços prestados, gerando uma grande lista de
inadimplência. Além disso, eles têm se deparado com constantes variações de
custos para manter a operação.
O papel dos fabricantes e distribuidores
Segundo El-Jaick, o cenário
atual tem gerado uma precisão, tanto de fabricantes, quanto de grandes revendas
e distribuidores, para garantir a excelência do segmento. Entre elas a de
proporcionar propostas que inclui um trabalho cada vez mais em conjunto na
elaboração e desenvolvimento de projetos, mas, sobretudo, de oferecerem ao
mercado, tecnologias de ponta e produtos cada vez mais inovadores, levando em
consideração o fator custo benefício.
Para o executivo, um caminho já vem sendo desenhado,
principalmente para as operadoras e provedores regionais, especialmente os de
maior porte, com estrutura de rede pré-conectorizadas, mas que em 2021, houve
um avanço na popularização dessas soluções, que passaram a estar disponíveis em
mais fornecedores, inclusive na Fibracem, possibilitando alcançar todos os
Players.
“Esse movimento, de sempre oferecer soluções completas com o
conceito PRECON, já tem dado resultados significativos, pois podemos observar a
procura dos ISPs por itens com a solução. Produtos e
acessórios assim, que incluem caixas de emenda, CTOs, splitters e cabos já com
conectores e adaptadores, tem ajudado de forma considerável, facilitar o
trabalho das operadoras e provedores”, comenta.
Ainda segundo ele, situações como estas tem exigido que o mercado
produtor de itens para o setor de telecomunicações passe a planejar e
consequentemente colocar em prática o oferecimento de oportunidades e
possibilidades para as empresas ganharem fôlego, gerarem fluxo de caixa para
atrair novos clientes e, com isso, permanecendo fortes, o que deixa o mercado
mais forte também.
“Outra alternativa é a flexibilização das linhas de crédito aos Pequenos Provedores, possibilitando-os que continuem investindo na expansão da distribuição de internet e driblem essa oscilação econômica”, finaliza.
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