Selic a 7,75%: entenda os prejuízos no bolso do brasileiro
Elevação da taxa básica de juros aumenta os gastos no dia a
dia, explica Thiago Martello - educador financeiro participante da 6ª edição do
Shark Tank Brasil
Thiago Martello Divulgação |
O Banco Central reajustou a taxa básica
de juros (Selic) em 1,5 ponto percentual nesta quarta-feira, passando de 6,25%
para 7,75%. Essa é a sexta elevação consecutiva realizada, neste ano, pelo
Comitê de Política Monetária (Copom).
Sendo uma referência para os juros do
mercado, uma taxa mais alta significa que o crédito fica mais caro mas os
investimentos em renda fixa rendem mais, enquanto uma taxa baixa torna os
empréstimos mais baratos e os investimentos em renda fixa se tornam menos
atrativos. A Selic baixa estimula a atividade econômica e os investidores a
tomarem mais riscos para terem melhores rendimentos. Mas, por que não deixá-la
sempre baixa, então?
Thiago Martello, educador financeiro na
Martello Educação Financeira – startup fintech
e edtech que é
destaque na 6ª edição do Shark Tank Brasil - , explica que a Selic é uma das
ferramentas que o Banco Central tem para controlar a inflação. “Quando a Selic está
alta, os juros para financiamento, empréstimos e até de cartão de crédito
também ficam em patamares maiores. Isso significa que tomar dinheiro emprestado
se torna mais caro e as pessoas tendem a pensar mais e consumir menos. Neste
momento, o BC quer justamente frear o consumo para conter a inflação, por isso
a alta da Selic”, completa.
Até o final do ano, a expectativa do
mercado financeiro é que a taxa básica de juros supere a casa dos 8%, uma vez
que a inflação acumulada para 2021 pode ultrapassar os 9%.
Como a inflação mexe na economia?
Atualmente a inflação é o que mais pesa
na decisão do Banco Central para aumentar a taxa Selic. O nível de atividade
econômica e a taxa de desemprego também influenciam, mas a inflação é o
critério mais relevante.
Neste momento, a inflação acumulada em
2021 é de 7,26%. De forma prática, isso significa que, se em 1º de Janeiro de
2021 um celular custava R$1.000,00, no começo do mês de outubro, o mesmo
celular estava na loja sendo vendido por R$1.072,60.
O dólar, crise hídrica, alta dos preços
internacionais das commodities, como o petróleo – que influencia o preço dos
combustíveis – e minérios são os principais fatores que estão elevando a
inflação brasileira e pesando no orçamento das famílias.
“É sempre importante refletir sobre a
relação que temos com o dinheiro. Em períodos de inflação e alta da Selic, essa
reflexão se torna mais importante, pois o controle dos gastos se torna
fundamental para evitar multas e juros por atrasos de pagamento de parcelas.
Por outro lado, se o orçamento está em dia e a pessoa consegue aplicar o
dinheiro, é um período que traz boas expectativas de retorno com menores riscos”,
comenta Martello
Qual o impacto do aumento da Selic no
dia a dia das pessoas?
De acordo com o BC, desde o início de
2021 o custo dos empréstimos vem subindo. Atualmente, os cinco maiores bancos
do país, que são responsáveis por 80% do crédito oferecido no Brasil, cobram
até 90% de juros ao ano para conceder algumas modalidades de empréstimos para
pessoas físicas.
Dessa forma, um empréstimo de R$1.000,00
concedido em doze prestações mensais, por exemplo, terá um valor final de
R$1.999,47.
Além dos empréstimos em bancos, o
parcelamento de compras no cartão de crédito também está mais caro. Não pagar o
total da fatura ou atrasar qualquer valor, incidirá na aplicação dos juros
rotativos onde a nova taxa será sentida de forma bem acentuada.
“A grande lição que devemos tirar disso
tudo é que estamos em um momento totalmente propício para mudar a mentalidade
de pegar empréstimos e fazer financiamentos para ter algum bem. A taxa de juros
quando trabalha contra a pessoa é extremamente prejudicial, mas ela pode
trabalhar a favor, fazer as pessoas ganharem dinheiro e trazer grandes
benefícios. Mais importante do que o quanto se ganha, é o quanto e como se
gasta. Principalmente com os juros crescendo, conter gastos, economizar e
aplicar corretamente, é salvar dinheiro. Não podemos esquecer de que estamos
inclusos em um cenário internacional de inflação por consequências da pandemia,
e salvar dinheiro agora é fundamental para aproveitar as oportunidades que já
aparecem, além de podermos utilizá-lo bem no futuro”, finaliza o educador
financeiro.
Sobre a Martello Educação Financeira
Criada em 2015, a Martello Educação Financeira é uma fintech e edtech que oferece planejamento financeiro com uma metodologia própria e inovadora, por meio de cursos, mentorias e diagnósticos para melhorar o relacionamento com dinheiro. Já realizou mais de mil atendimentos e possui mais de 500 alunos. Saiba mais em: martelloef.com.br
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