Como avançar os objetivos de negócios sustentáveis
*Por Fernanda Borges dos Santos, gerente de desenvolvimento de negócios
de soluções de Weather da IBM América Latina
As empresas normalmente não dão tanta importância aos desafios crescentes gerados pelas mudanças climáticas. Em todo o mundo, os eventos meteorológicos provocaram um prejuízo estimado de 2,5 trilhões de dólares em danos entre 2011 e 2020, 50% mais que na década anterior. Esses eventos afetam as organizações de diferentes maneiras, por exemplo, com a interrupção de operações, falhas em serviços públicos, na de cadeia de suprimentos, danos de ativos e perda de estoques, entre outros.
Em paralelo,
as empresas também devem responder ao aumento das expectativas do consumidor e
cumprir as regulamentações locais. De acordo com uma pesquisa da IBM, 80% dos
consumidores acreditam que a sustentabilidade é importante e 60% estão
dispostos a mudar seus hábitos de compras para reduzir o impacto ambiental. Por
essas e outras razões, abordar o risco climático tornou-se um imperativo de
negócio chave, que requer o uso de dados climáticos e meteorológicos para que
as organizações possam estar mais bem preparadas para interrupções relacionadas
ao clima e tenham a capacidade de planejar seus investimentos e estratégias de
negócios no longo prazo, considerando a sustentabilidade em suas decisões.
As
organizações ao redor do mundo, inclusive na América Latina, já estão
empregando tecnologias avançadas de clima e inteligência artificial (IA) para
enfrentar esses desafios. Por exemplo, a empresa brasileira de etanol,
bioeletricidade e açúcar, a BP Bunge Bioenergia, usa dados ambientais e
analítica geoespacial para entender melhor sua produção de cana-de-açúcar e
otimizar suas estimativas inteligentes de mercado. Na Espanha, o líder
agroindustrial Cajamar usa insights extraídos de dados para ajudar os
agricultores locais a melhorar o seu desempenho e reduzir o impacto ambiental.
Infelizmente,
existem alguns fatores que limitam a expansão desse tipo de inovação para que
possa ser explorada por todas as indústrias. Por um lado, os processos para
unir a ciência climática e as operações de negócios são complexos e
trabalhosos. Avaliar os riscos climáticos requer uma análise massiva de
conjuntos de dados geotemporais, uma tarefa que envolve muito trabalho manual e
poder computacional. As habilidades avançadas necessárias, como análise de
dados e de clima, modelagem, entre outras, podem ser difíceis de encontrar para
as empresas. Por último, os métodos atuais de coleta de dados e relatórios
sobre as emissões de carbono são frequentemente executados manualmente e sob
demanda, o que gera uma sobrecarga de trabalho e não entrega resultados oportunos
ou consistentes.
As
organizações podem se beneficiar de softwares que combinem IA, dados
meteorológicos, climáticos e operacionais em um só lugar, para facilitar a
gestão dos riscos climáticos que afetam as empresas e, ao mesmo tempo, permitam
que avancem em seus objetivos ambientais e de sustentabilidade mais amplos. Ao
adotar novas tecnologias, é possível atingir um novo nível de preparação como
usar visão artificial ou visão de computador para monitorar a infraestrutura
das barragens, até utilizar IA para modelar qual vegetação é suscetível a
incêndios florestais. Com esses tipos de soluções, as organizações podem
gerenciar as condições ambientais, prever melhor os potenciais impactos, assim
como medir e relatar sua contabilidade de carbono.
Os desafios colocados pelo risco climático são substanciais. Mas a boa notícia é que a tecnologia necessária para que as empresas encarem esses desafios é cada dia mais poderosa, acessível e confiável. Ao aplicar as mais recentes pesquisas em ciência do clima e AI para seus próprios desafios de negócios, as organizações podem desempenhar um papel crítico na construção de uma economia mais sustentável e um futuro mais seguro para a sociedade.
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