Como superar a Cultura do Imediatismo tão presente em nossa vida!
*Edna Vasselo Goldoni
Se existe uma coisa que
sobra na agenda de uma mulher são as tarefas do dia a dia. Conciliar os
compromissos do trabalho, a rotina da casa e o cuidado com os filhos é um
desafio contínuo.
Nem precisamos dizer
que carregamos esse excesso de responsabilidades por conta dos anos em que
fomos consideradas as únicas responsáveis pelo zelo com a família.
Mesmo depois de
avançarmos para o mercado de trabalho, continuamos acumulando tarefas. Hoje o
cenário já é melhor, uma nova geração de homens e mulheres já se entendem na
divisão das rotinas da casa. Mesmo assim, ainda temos muitos lares em que isso
não acontece.
Além disso, o mundo
acelerou demais, a tecnologia deu saltos e somos cada vez mais cobrados para
entregar tudo muito mais rápido.
Diante deste contexto e
para tentar dar conta, uma tarefa sempre impossível, corremos o risco de cair
na “cultura do imediatismo”.
O que é a cultura do
imediatismo?
Esse termo foi criado
pelo professor Douglas Rushkoff, da New
School University de Manhattan. Ele popularizou o conceito quando o
apresentou em seu livro “Choque do presente: quando tudo acontece agora”,
lançado em 2013.
A cultura do
imediatismo é um comportamento progressivamente ansioso e desconectado das
pessoas. Uma pessoa imediatista ignora o passado e vê o futuro como incerto. O
problema principal é se fechar para as lições do passado e não planejar o
futuro.
Com o avanço da
tecnologia e das redes sociais, temos a impressão de que tudo é para agora.
Nada pode esperar. O simples fato de ficarmos minutos sem sinal de internet ou
de esperar um pouco mais pelo download
de um arquivo, nos tira do eixo.
E isso nos torna
pessoas demasiadamente ansiosas, porque além das demandas crescentes, ainda
temos que dar conta de fazê-las num prazo irreal.
Quem se torna uma
pessoa com esse tipo de comportamento terá dificuldades de se relacionar com os
outros, podendo desencadear ansiedade e depressão ao longo do tempo.
Quais as
características de uma pessoa imediatista?
- Apego aos conteúdos das redes
sociais, não suportando ficar longe do seu smartphone, por exemplo.
- Pautam suas vidas pelo que veem
as outras pessoas postando.
- Dificuldade para lidar com
frustrações.
- Transfere a satisfação
instantânea das redes para a vida pessoal, relacionamentos, saúde,
bem-estar e outros assuntos que muitas vezes demoram mais tempo para serem
resolvidos.
- Baixa capacidade de refletir
sobre os problemas e desafios.
- Como não tem tempo para pensar,
as decisões sempre são tomadas com base em análises superficiais.
E esse comportamento
pode prejudicar significativamente a nossa vida e saúde mental.
Mas como mudar esse
comportamento?
É preciso pedir ajuda e
nesse caso o ideal é se consultar com um psicólogo para iniciar um tratamento,
pois a mudança não acontece rapidamente, é um processo e para isso, é preciso
ter paciência. Baita desafio para quem é imediatista.
A meditação pode ajudar
muito, já que é uma prática que possibilita o aumento da atenção e da memória,
e a diminuição do estresse e da ansiedade.
O autoconhecimento
também é fator decisivo nessa jornada, pois nos conhecendo melhor, mais
tolerantes seremos com nossos problemas e com os outros.
A partir dessas
práticas será possível desenvolver relacionamentos mais saudáveis e reduzir o
sofrimento imposto pelo imediatismo.
Como o imediatismo
afeta a sociedade
Para o sociólogo
Zygmunt Bauman, que criou o conceito de “Modernidade Líquida”, imediatismo e
educação não combinam.
Onde predomina o
imediatismo, perde espaço a educação. O estudar e se aprofundar em qualquer
tema, perde para as informações fragmentadas que estão disponíveis num clique.
E gera acomodação e satisfação momentânea com o superficial, tornando tudo o
que demanda mais tempo, atenção, estudo, mais difícil.
Esse comportamento pode
prejudicar uma sociedade que não vê mais a educação como alavanca de
crescimento e o prejuízo será perceptível no longo prazo.
Muitas vezes até parece
bom ser imediatista
O imediatismo é uma
realidade na sociedade atual e nos exige ser cada vez mais produtivos e ágeis,
o que pode facilmente nos vender a falsa ideia de que se não for assim, estamos
fadados ao fracasso, mas é o contrário.
Podemos ter sérios
problemas de relacionamento no trabalho e estagnação da sua carreira. Sem
contar os problemas com nossa saúde mental, como já falei aqui.
Por isso, meu conselho
é equilíbrio sempre! Muitas vezes temos de ser rápidos, mas podemos dosar a
nossa rotina com pausas, com a leitura de bons livros, com intervalos
programados para desacelerar, enfim, cada um sabe o que melhor lhe cabe.
Sendo assim, desejo que
o recesso entre Natal e Ano Novo seja de muito descanso, e que seu planejamento
para o próximo ano contemple também ações de reflexão profunda e bem-estar.
E que com isso, você
conquiste todos os seus objetivos.
Fontes: FIA – Cultura
do Imediatismo, Revista Exame, Zygmunt Bauman – Modernidade Líquida e IBC –
Instituto Brasileiro de Coaching.
*Edna Vasselo
Goldoni
é fundadora e presidente do Instituto Vasselo Goldoni, CEO da Vasselo Goldoni
Desenvolvimento, HR Influencer 2021 – 1º lugar no Brasil; membro honorário e
vitalício da All Ladies League
Global Network (Soul
Sister), única mulher indicada ao Prêmio TOP OF MIND Profissional de Vendas,
sendo finalista em três Edições; representou o Brasil no Congresso Mundial da
ONU Mulheres em 2016.
Sobre Instituto Vasselo
Goldoni
O IVG é um Instituto que promove Programas de Ação Social sem fins lucrativos, fundado em 7 de novembro de 2017 e tem como missão incentivar e difundir a equidade de gênero, a sororidade, a reintegração e o respeito à diversidade, cultivando e desenvolvendo em suas ações, os valores da autoconfiança, da resiliência e da superação para motivar mulheres e homens a serem protagonistas de histórias inspiradas nos mais nobres e elevados ideais e, juntos, construírem uma sociedade em que prevaleçam a justiça, a paz e o progresso para todos. Para mais informaçoes, acesse IVG – Instituto Vasselo Goldoni (institutoivg.com.br)
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