Conectados pelo clima e no combate à corrupção
*Por Hugo Nicolas Genoni
Hoje, 9 de dezembro de 2021, é o Dia
Internacional de Combate à Corrupção. É uma data para empresas, governos,
organizações civis e todos nós, como sociedade, renovarmos o compromisso de
trabalhar juntos para acabar com as consequências devastadoras que a corrupção
gera na vida das pessoas em todo o mundo.
Muitos dos impactos negativos da
corrupção ocorrem e são vistos nas esferas social, econômica e política de
diferentes países e sociedades. Porém, um dos aspectos mais urgentes que não
devemos deixar de lado é entender que não podemos lutar contra a crise
climática sem combater a corrupção. Esse último ponto ganha mais relevância a
partir da agenda ESG, ou em português ASG (ambiental, social e governança) que
a sociedade prioriza e quando observamos os grandes desafios da crise climática
e da transição para energias limpas e sustentáveis, pontos discutidos há
algumas semanas na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (COP 26).
De acordo com a Transparency
International, a corrupção e as mudanças climáticas estão altamente conectadas.
As mudanças necessárias para um futuro mais verde incluem, entre outras, a
proteção das florestas e selvas, o transporte sustentável e o desenvolvimento
de fontes renováveis de energia. Mas essas ações requerem do
comprometimento ético e transparente das empresas e setores envolvidos.
Vale destacar que diversos processos
inseridos na estrutura de gestão ambiental são altamente suscetíveis ao
potencial risco de corrupção, que podem ser desde a obtenção ou concessão de
licenças ambientais e proteção de espécies ameaçadas de extinção até o
abastecimento de água, extrativismo, dentre outros. As consequências dessas
ações, muitas vezes corrompida no abuso de poder que priva as pessoas de seus
direitos sociais e econômicos, cria obstáculos ao progresso e ao
desenvolvimento da sociedade.
Por isso, é essencial que as várias
esferas da sociedade se unam na promoção de combate à corrupção: os governos,
por meio do fortalecimento das instituições com mecanismos de prevenção e
controle social; as empresas do setor privado e organizações civis, com
iniciativas de prevenção e detecção de práticas ilegais e adoção de ações de
integridade; e por fim, mas não menos importante, a sociedade como agente
transformador. A responsabilidade não deve ser delegada apenas a um elo da
cadeia.
Especificamente sobre o setor privado,
está inserida a capacidade de alavancar a agenda de integridade na Governança,
base para os demais pilares da agenda ASG, pois não há compromisso ambiental e
social sem transparência e responsabilidade. Dentre as ferramentas estão o
absoluto engajamento da alta direção, treinamentos, comunicações, adesão a
movimentos pela integridade, ações coletivas anticorrupção e de transparência e
divulgação de políticas e procedimentos. Todas contribuem na transformação
social e cultural, impactando positivamente a forma como os negócios são
realizados.
Portanto, neste Dia Internacional de
Combate à Corrupção, mais do que ressaltar a importância de estar em
conformidade, é importante lembrar que fazer o certo garante a sustentabilidade
corporativa e da sociedade. O compromisso de todos no combate à corrupção é o
caminho mais curto para a promoção efetiva da Agenda 2030 e os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentáveis (ODS).
*Hugo Nicolas Genoni é diretor de auditoria e compliance da ISA CTEEP, maior transmissora privada de energia elétrica do Brasil.
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