Escassez de semicondutores na indústria automobilística pode se normalizar no segundo semestre de 2022, avalia Bain
Segundo estudo da consultoria, capacidade de
produção global de veículos leves deve ter uma redução de 4 milhões de unidades
em 2021
São Paulo, dezembro de 2021 - A escassez da cadeia global de
semicondutores na produção de chips e componentes eletrônicos que atinge a
indústria automobilística deve começar a se normalizar a partir do segundo
semestre de 2022 . É o que estima um estudo realizado pela Bain & Company.
Segundo a consultoria, o setor automotivo deve sofrer perdas de receita na
ordem de US$ 60 bilhões até o fim deste ano em razão da falta de componentes no
processo de produção.
Segundo a Bain, o mercado global de
semicondutores movimentou mais de US$ 450 bilhões em 2020, sendo que 70% desse
montante foi originado da indústria eletroeletrônica, na produção de
dispositivos como computadores e smartphones. A indústria automobilística, por
sua vez, foi responsável por apenas 10%. A crise global desses componentes,
porém, segue impactando os diferentes setores da indústria em todo o mundo, com
perspectivas ainda incertas de retomada à normalidade.
Segundo Carlos Libera, sócio da Bain
& Company, dado um cenário futuro de aumento de capacidade na produção de
semicondutores, é esperado que a situação para as montadoras volte a um ritmo
de normalidade a partir do segundo semestre de 2022. “A indústria automotiva
representa uma parcela menor na demanda por semicondutores, sendo responsável
por apenas 10% da receita dos fabricantes de chips. Logo, espera-se que a
alocação de capacidade se normalize com mais velocidade em relação a outros
setores”, afirma.
A Bain ressalta, entretanto, que existem
problemas estruturais dentro da fabricação de semicondutores, com gargalos
sensíveis ao longo de toda a sua cadeia, que podem resultar em novos efeitos de
escassez. "É importante que a indústria automobilística se antecipe a
eventuais rupturas no futuro, sobretudo na maneira como ocorre o planejamento
na sua cadeia de suprimentos - seja do ponto de vista de armazenagem de
estoques ou de maior aproximação com os fornecedores", destaca Libera.
O estudo da Bain ressalta que a produção
global de veículos leves deve ter uma redução de 4 milhões de unidades em 2021
em comparação com as previsões anteriores, de dezembro de 2020. A consultoria
trabalha com alguns cenários do impacto do mercado de chips e de semicondutores
na indústria automobilística global nos próximos meses. Dentre eles estão:
Cenário mais otimista
Diminuição da demanda
de semicondutores em dispositivos eletrônicos, como placas de vídeo,
smartphones e computadores pessoais, se comparado com o pico observado durante
a pandemia da covid-19, redirecionando a capacidade para a indústria
automobilística ao longo do quarto trimestre do ano.
Cenário base
Demanda permanecendo
alta por indústrias não-automotivas, atrasando a transição da capacidade de
fornecimento de semicondutores para a indústria automobilística até o segundo
trimestre de 2022
Cenário menos otimista
A falta de
semicondutores seguirá impactando a produção de veículos leves até o terceiro
trimestre de 2022; o volume perdido de produção não será recuperado antes desse
período. Além disso, a Bain alerta que outros fatores podem impor desafios para
a indústria automotiva mundial na dependência por semicondutores:
Aumento de componentes eletrônicos na
lista de materiais de produção
O aumento da eletrificação de veículos e
nos Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS) continuará a aumentar
a importância de componentes eletrônicos na cadeia de suprimentos automotiva. O
aumento da quantidade de componentes e de sua complexidade desafiará a gestão
da cadeia automotiva
Pressão da indústria de computadores
pessoais e dispositivos móveis
As cadeias de suprimentos de
computadores pessoais (PCs) têm encontrado dificuldades para atender a demanda
gerada pela crise da Covid-19. A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company
(TSMC), empresa que fabrica semicondutores, e a Intel, estão operando no máximo
de suas capacidades. Já fabricantes como AMD e NVidia, estão se deparando
com falta substancial de componentes. Demanda por computadores para uso
pessoal, em razão do trabalho remoto, crescimento da computação em nuvem e de
dispositivos móveis de quinta geração (5G) são motores que aceleram a
demanda.
Riscos geopolíticos
Os semicondutores são grandes
impulsionadores de superávits/déficits comerciais e fundamentais para a
segurança nacional, o que aumenta o risco de novas intervenções em mercados e
cadeias de abastecimento ocidentais e orientais. Exemplo são o apoio do governo
chinês às indústrias locais; ameaças comerciais com países como Coreia e Japão;
risco de metais provenientes de terras raras na China; e regulamentação do uso
de bifenilas policloradas (PCB) pelo governo dos EUA.
Riscos operacionais
O aumento dos riscos nas complexas
cadeias de suprimentos globais, somado a eventuais impactos gerados por
desastres naturais. A frequência e a gravidade desses eventos perturbam cada
vez mais a cadeia de valor em tecnologia. A consolidação da indústria de
semicondutores aumenta os riscos de um único fornecedor (por exemplo, toda a
capacidade tecnológica e industrial centralizada em um único polo de produção
em Taiwan).
Sobre a Bain & Company
Somos uma consultoria global que auxilia
empresas e organizações a promover mudanças que definam o futuro dos negócios.
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extraordinários, superar a concorrência e redefinir indústrias. Complementamos
nosso conhecimento especializado integrado e personalizado com um ecossistema
de inovação digital a fim de entregar melhores resultados, com maior rapidez e
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US$1 bilhão em serviços “pro bono”, em 10 anos, usamos nosso talento,
conhecimento especializado e percepção em prol de organizações que enfrentam
atualmente os desafios urgentes relacionados ao desenvolvimento socioeconômico,
meio ambiente, equidade racial e justiça social. Recentemente, recebemos a
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