Fim de ano é oportunidade para repactuação de dívidas
Com o 13º salário, consumidor pode tirar as
contas do vermelho
A Lei do Superendividamento (Lei
n.14.181/2021) proporciona uma série de benefícios para o consumidor devedor,
principalmente aquele que tem boa-fé. Isso porque muitas pessoas perdem
facilmente o controle das contas ao enfrentarem situações de doença, devido à
redução repentina de renda por mudança de emprego ou até mesmo em função dos
efeitos da crise financeira trazida pela pandemia. Com a lei, essa pessoa pode
renegociar as suas dívidas em bloco, ou seja, pode se reunir com credores de
uma só vez e elaborar um plano de pagamento condizente com sua realidade
orçamentária.
“A lei apresenta prazos de pagamento,
carência e taxas mais acessíveis ao consumidor que se excedeu. Outro ponto que
visa protegê-lo é a melhora no sistema de práticas abusivas na oferta de
crédito, estabelecendo como direito básico garantias responsáveis”, explica
Adriano Coelho, advogado do MBT Advogados.
A legislação do superendividamento e o
CDC andam de mãos dadas na medida em que a primeira introduziu uma série de
artigos no código consumerista. “O objetivo foi tornar o CDC mais completo
quanto às ações tanto preventivas quanto corretivas em relação às situações de
superendividamento do consumidor”, diz.
Para o advogado, inclusive, o período é
propício para pensar em repactuação das dívidas, visto que muitos consumidores
receberam o 13º salário e podem fazer um bom uso desse recurso.
13º como oportunidade para se livrar das
dívidas
A orientação de Coelho é que o
consumidor endividado aproveite o momento e não veja o 13º como uma “renda
extra” para novos gastos. “Essa parcela do salário deve ser encarada como uma
oportunidade para sair das dívidas, evitando que elas virem uma bola de neve. É
importante lembrar que, nesse período, há até mesmo vantagens oferecidas para
repactuação de débitos com descontos por parte dos credores”, acrescenta.
É importante lembrar que o
superendividamento se configura quando as contas mensais superam
sistematicamente a renda. Por isso, não apenas no fim de ano, quando as pessoas
estão mais propensas a gastar, há algumas medidas a se levar em consideração
para evitar cair no endividamento. Veja algumas delas:
- Faça
um orçamento pessoal e familiar: coloque todas as entradas de
dinheiro e despesas no papel. Conhecer a sua realidade financeira é o primeiro
passo para sair das dívidas ou evitá-las.
- Corte
de custos no dia a dia: identifique no orçamento os gastos
supérfluos e enxugue o que não for necessário.
- Compre
a prazo ou contrate crédito só se tiver certeza que as parcelas cabem no
orçamento: nesse caso, é importante somar todas as despesas do
mês, comparar com o dinheiro que entra, reservar um valor para poupar e
verificar o saldo disponível que pode ser usado para pagar as parcelas.
- Reveja
o padrão de vida para que caiba no bolso: isso significa, em
outras palavras, manter um estilo de vida sustentável.
Por fim, procurar uma agência bancária
para tirar dúvidas pode apresentar várias saídas. Uma boa conversa, muitas
vezes, abre caminhos para repactuar débitos e começar o novo ano com a mente e
o sono tranquilo de quem não deve nada a ninguém.
Sobre a MBT Advogados Associados – Fundado em 1985 por um dos advogados pioneiros em Rondônia, Ivan Machiavelli, o escritório é especialista em casos relacionados ao direito do agronegócio, direito cooperativo e recuperação judicial e falência. Os três sócios, Ivan Machiavelli, Deolamara Bonfá e Rodrigo Totino, têm o apoio de uma banca de 12 advogados e assistentes jurídicos que são referência de profissionalismo em Ji-Paraná e Porto Velho (RO).
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