IPCA bate 10,74% e alta da inflação paralisa pequenos negócios no Brasil
(Foto: Shutterstock)
Os altos índices da
inflação no Brasil ultrapassam a meta estabelecida pelo governo federal e
atingem os micro e pequenos empreendedores em um momento em que a economia
brasileira tenta superar os efeitos negativos da crise provocada pela pandemia
e por outros fatores atrelados ao mercado financeiro.
A inflação perdeu um pouco de força em novembro e ficou abaixo do que o mercado
estipulou, no entanto, não aliviou o bolso do consumidor. Em novembro, o IPCA
ficou em 0,95%, abaixo dos 1,25% de outubro, mas a alta acumulada em 12 meses
segue nos dois dígitos, a 10,74%, maior desde novembro de 2003, segundo dados
divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Os principais vilões da alta seguem sendo os combustíveis,
que subiram, todos eles, mais de 40%.
A 12ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios revela
que a alta no preço dos produtos e os sucessivos aumentos nos combustíveis são
os fatores que mais têm contribuído para os custos dos pequenos negócios.
O principal efeito da inflação sobre esses negócios impede a realização de
novos investimentos. Com a desvalorização da moeda e, consequentemente, o
aumento dos preços, que acabam influenciando nos custos das matérias-primas,
aliados às implicações da pandemia e às perdas de faturamento, os pequenos
negócios precisam se organizar para diminuir os impactos da inflação.
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV), mostra que os gastos com insumos, mercadorias e combustíveis foram
citados como os que mais impactam os negócios, segundo 63% dos
microempreendedores individuais (MEI) e 61% das micro e pequenas empresas.
Neste momento, é necessário se atentar ao repasse do aumento dos custos dos
produtos para os clientes, que também sofrem com a alta de preços gerados pela
inflação. “Em um cenário de alta inflação, é de fundamental importância que o
pequeno empresário tenha atitudes sensatas, como o controle dos gastos,
monitoramento dos custos e receitas, além de estudar as tendências para seu
ramo de atividade”, afirma Gilmar Mendes, contador e membro do Conselho
Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA).
A redução no consumo e a dificuldade de acesso ao crédito é uma das principais
dificuldades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas. Para o contador, o
Pronampe foi uma ideia excelente, mas infelizmente não foi liberado para todos
os que precisavam e, diante do contexto de redução do consumo e alta inflação,
os pequenos negócios são os que mais sofrem no país, seja por não ter um fluxo
de caixa capaz de manter a empresa por um tempo, seja por não ter crédito
atrativo facilmente liberado ou ainda por não possuir poder de negociar prazos
e condições melhores com os fornecedores. Se o produto for supérfluo, piora
ainda mais a situação. É necessário que o governo pratique ações urgentes para
conter o inchaço dos preços”, completou.
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