O burnout no trabalho
Efeitos do burnout em profissionais e como se
reconectar com a vida profissional de maneira saudável
*Daniele Costa
A síndrome do
Super-homem ou da Mulher Maravilha. É assim que enxergo o Burnout. Trata-se de um
transtorno que acomete a maioria das pessoas que tem um nível de exigência e
perfeição acima da média.
As características mais
comuns encontradas em quem sofre essa síndrome são: ter de provar o seu valor o
tempo todo, dificuldade em se desligar do trabalho, dificuldades em relaxar e
ter momentos de prazer e lazer, dificuldades em socializar, constante
insatisfação consigo e com os outros (nunca está bom o bastante), fuga de
problemas pessoais e situações mal resolvidas na vida, dificuldades em alinhar
vida profissional e pessoal, mudanças repentinas de comportamento, humor
inconstante, dificuldades em dizer não e assumir responsabilidades além do que
cabe à pessoa, entrando muitas vezes em situações abusivas.
E assim, vivenciando
esse ciclo, a pessoa chega em uma estafa física e mental, levando muitas vezes
a realizar as coisas de forma automática, perdendo o prazer e conexão com a
própria vida.
Se identificou? Muitas
pessoas têm vivido algumas dessas situações, principalmente por conta da
pandemia, uma vez que o olhar para a vida profissional exigiu ainda mais
responsabilidade e organização com a migração para o home office, onde a vida
pessoal está ali comandando também.
Para as mulheres,
então, em que, neste período, dar conta de tudo é quase adjetivo, a síndrome
fica ali à borda.
Para evitar o desgaste
extremo, é muito importante ter momentos de conexão consigo mesmo, tirar alguns
minutos para olhar para si, seja por meio de uma atividade física, meditação,
yoga, alimentação saudável, terapias ou conexão espiritual. O simplesmente
parar e relaxar, ainda que seja difícil, já leva a outro espaço de conexão,
reorganização mental, priorização de valores que fazem sentido.
Esse comprometimento
com o corpo, mente e espírito deve ser diário e leva à desconexão dessa matrix de trabalho e
corporativa, que muitas vezes cria dissociação da realidade e da vida.
É muito importante
também que práticas de bem-estar sejam adotadas pelo próprio ambiente
corporativo a fim de evitar que a síndrome de burnout acometa os colaboradores.
Por mais que exista a
autorresponsabilidade, acredito ser importante a cooperação da empresa a fim de
evitar o aumento de absenteísmo e alta rotatividade, mantendo assim os níveis
de produtividade e satisfação.
Para quem sofre da
síndrome, o mais importante é mudar as lentes, começar a se colocar em primeiro
lugar, percebendo e acolhendo as imperfeições. Além disso, criar um novo mindset de que está tudo bem
não dar conta de tudo e não ser o melhor em tudo, revisitando as definições de
sucesso que tem para si.
A proposta é destruir
modelos e padrões que levam a pilotos automáticos exaustivos e irreais, abrindo
espaços para novas possibilidades de vida que nem haviam sido cogitadas por
conta da procrastinação da própria vida, em se deixar para depois.
Identificando as
crenças e o que vem causando as emoções negativas e estresse, de forma a
trabalhar e mudar o que não está contribuindo para uma vida mais plena e
realizada.
Nem sempre será
possível realizar essas mudanças sozinho, então recomendo a ajuda profissional
de psicólogos, terapeutas, psiquiatras, coaching
ou mentoring a fim
de criar esse novo mindset
e estilo de vida mais saudável.
Sobre Daniele Costa
A especialista em
gestão de pessoas é mentora, palestrante e facilitadora em desenvolvimento
integral humano. Também é idealizadora da Plataforma da Vida, um portal
de conteúdo e serviços voltados para autoconhecimento e gestão emocional.
Formada em letras, passou pelo serviço público de Brasília e atuou 13 anos como
bancária, nove deles como gestora.
Durante os anos de
banco, coordenou trabalhos que exigiam empatia e a presença do outro, o que a
fez expandir características como a facilidade com a escrita e o interesse em
relacionamento humano. Ainda em seus anos corporativos, se aprofundou na área
de gestão de pessoas com cursos dentro e fora do país, conhecendo a ferramenta
Access Consciousness, entre outras.
Além do portal, Daniele
também criou o coletivo Brasilinas, que em um ano de existência desenvolveu,
entre outras ações, a capacitação profissional de diversas mulheres em situação
de vulnerabilidade social, trabalhando também a autoestima e incentivando a
independência dessas mulheres.
Para saber mais, acesse: https://plataformadavida.com/ e Instagram: @plataformada.vida e @dani.costa.oficial
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