PIX completa 1 ano e já é o preferido dos brasileiros
Crescendo no mercado B2B, empresas avaliam que
ainda há muito o que ser investido para atender às demandas do setor
Evento organizado pela
Finnet , empresa de tecnologia financeira há 18 anos no mercado, em novembro,
reuniu representantes de empresas e do Banco Central para debater os reflexos
do já não tão novo método de pagamento instantâneo que inseriu o Brasil no
século 21.
Os dados que marcam o
aniversário de um ano do PIX são bastante chamativos pelos altos números
registrados. No primeiro ano foram 7 bilhões de transações registradas, sendo
que até o dia 16 de novembro os valores chegaram a 4 trilhões de reais
(considerando o período de de novembro/2020 a outubro/2021). Também em novembro
foi atingido um novo recorde de 50 milhões de transações em um único dia (5 de
novembro).
Para Breno Lobo, Gerente de
gestão e operações do PIX no BACEN, o sucesso das operações se deve ao sistema
robusto sem grandes problemas, apenas com falhas pontuais no início da
operação. “Temos hoje cerca de 350 milhões de chaves cadastrados. Comparado ao
sistema de pagamento instantâneos de outros países, o PIX foi o mais rápido
(maior velocidade), com uma média de 30 transações por brasileiro no primeiro
ano”, destaca.
No mês de abril, o PIX
superou a soma de todas as operações de TED, DOC e boleto, e desde outubro
representa 72% das transações. No entanto, para o CMO da FINNET, Ori Brandão, o
boleto ainda tem muito o que avançar e se atualizar para que o PIX o absorva.
“Quando conhecemos os
números do PIX, principalmente no B2B, vemos o tamanho do corpo que esse modelo
ganha. A Finnet, como uma empresa que facilita todo o processo financeiro das
empresas, enxerga no PIX o futuro para as transações que vão além do uso entre
PF’s, mas traz diversos benefícios para o mercado business”, afirma Ori.
Comparando aos cartões, no
segundo trimestre de 2021 foram registradas mais de 3 bilhões de operações,
enquanto o PIX registrou 1,9 bi no mesmo período. Ao todo, mais de 100 milhões
de pessoas já utilizaram o PIX, o que corresponde a 62,4% da população adulta.
De acordo com os dados do BACEN apresentados pelo gerente de gestão e operações
do PIX, Breno Lobo, ele atinge todas as camadas sociais.
PIX cresce para atingir o
mercado B2B
Para o universo business, já
são 7,9 milhões (55%) de empresas cadastradas no sistema financeiro (SFN) para
utilizar o PIX em suas movimentações. Comprovando o movimento de migração para
o novo sistema, as transações P2B estão em crescimento desde seu lançamento, em
outubro foram registradas mais de 150 milhões. “É preciso entender que no país
existem muitas pessoas na informalidade, por isso o número está muito aquém da
realidade. Ou seja, são pessoas não formalizadas, que atuam como empresa mas
não possuem automatização de recebimentos ou mesmo um CNPJ ativo”, destaca
Breno.
Já o volume de transações
B2B atingiu a marca de 25 milhões ao mês, equivalente a 3% da quantidade total
de transações neste nicho de mercado. Já em valores, isso representa 35% do
total movimentado pelo setor empresarial.
“Queremos estimular as
pessoas a utilizarem as chaves QR code para a transição de PIX, e é desta forma
que os boletos poderão se modernizar, adicionando velocidade a um modelo
tradicional de vendas, que aqui chamamos de Bolepix”, afirma Breno.
De acordo com a Gestora de
Contas a Receber da Ri Happy, Renata Freire, a tendência natural é de o
universo B2B migrar para o PIX. “No início houve um estranhamento, mas hoje os
clientes enxergam no PIX uma forma bastante segura e rápida para processar
pagamentos em nossos PDV’s. Isso vai atingir todo nosso sistema em breve”,
afirma. No e-commerce já é bastante comum a utilização do PIX para pagamento em
plataformas como Uber e Ifood, por exemplo.
Para o ano que vem, estão
previstas ações de catalisação com foco em B2B para uso do QR Code, além do
débito automático. "Nós queremos estimular o uso de APIs para poder gerar
cobrança em lotes. Ainda, também vamos investir em funcionalidades para
liquidação, PIX internacional, acessibilidade com NFC, bluetooth e etc. O Banco
Central não para e tem muito ainda para trazer ao público para ganhar”, destaca
Breno.
Identificar pontos nevrálgicos para
modernizar o sistema
É preciso identificar quais
as dores para que o BACEN possa investir para facilitar a integração e ações
para catalisar o uso do PIX. A Finnet realizou recentemente uma enquete sobre a
intenção de as empresas aderirem ao PIX nos próximos meses. Entre os
respondentes, 51% já utiliza o PIX em suas transações, enquanto 26% pretende
implantá-lo ainda no próximo ano.
Abrir mão de um CNAB dentro
do ERP seria uma possibilidade para o futuro a médio ou longo prazo? Para Breno
Lobo, ainda pode ser que demore um tempo, apesar da FEBRABAN ter agido de
maneira rápida, ainda é preciso modernidade ao processo. “Com o CNAB 750 do PIX
teremos uma padronização e facilitação ao meio", afirma.
Uma verdade é certa entre os
especialistas: Conforme a demanda for surgindo, o comércio deverá se adaptar a
essa nova realidade. Para Fabiane Cecato, Head de operações da Finnet, a não
tarifação do PIX o transforma em uma ferramenta bastante atrativa. “Para uma
pessoa Jurídica, essa é também uma questão a ser levada em conta quando os
boletos ainda são maioria", afirma.
“Para as grandes empresas de
varejo, os investimentos em tecnologia que o mercado realiza constantemente
dependerão do que o mercado demanda. Também é importante frisar que no mercado
B2B, o PIX tem tarifação. Ainda, nos ERPs e demais ferramentas de
pagamento/recebíveis, ainda serão necessárias mudanças fundamentais para que
exista a mudança de cultura e hábitos que hoje estão atreladas ao boleto”,
destaca Ori.
Um substituto para o boleto?
Sobre o ponto de
conciliação, essa é uma dor comum a todos os clientes em unificar todos os
meios de pagamentos (TED/DOC/Boleto). “Com o PIX isso foi facilitado.
Conseguimos reduzir custos operacionais através do QR Code que vai impresso no
boleto e também diminuir a liquidez, já que o dinheiro entra instantaneamente
ao caixa das empresas”, afirma a Head de operações da Finnet.
Para
o mercado B2B deixar de lado os boletos estão envolvidos muitos aspectos,
que envolvem não apenas a diminuição de taxas, mas também mudança no fluxo de
serviços que já existem, além de os boletos serem usados para consignação de
créditos para empresas. A FINNET consegue hoje montar o Bolepix junto com os
bancos e operadores de crédito no mercado.
De acordo com Breno Lobo, o
BACEN sabe que não será no dia da noite que haverá uma virada de chave. Ela
deverá acontecer aos poucos e com auxílio de terceiros, com empresas que mediam
o movimento, com base na demanda dos mercados. Além, é claro, de que foram
feitos investimentos inúmeros de empresas, como a Finnet, por exemplo, que tem
investido em novas plataformas e sistemas que permitem a experiência do PIX nas
transações.
“Temos de verificar,
analisar e promover melhorias no sistema para que o PIX seja um perfeito
substituto para o boleto, assim como é hoje para o TED/DOC no B2B”, afirma o
especialista do BACEN.
Para a Rihappy, já é
possível identificar um novo padrão de consumo de clinetes. “Nos PDVs a gente
vê um crescimento gigante de transações via PIX (cerca de 3 vezes mais no último
dia das crianças). Com novas ferramentas do PIX, como PIX agendado, os clientes
estão ficando cada vez mais confortáveis a utilizá-lo, substituindo todos os
demais meios comuns para pagamento. Por isso, vejo que as mudanças estão cada
vez mais intensas e deverão ser parte da empresa para o próximo ano ao passo
desse crescimento" afirma Renata.
Para Fabiane Ceccato, as empresas estão entendendo cada dia mais as necessidades individuais e por isso estão identificando suas dores no momento de investir em tecnologia para o PIX. “Quando buscam a Finnet, ainda não tem ideia do fluxo que será demandando do novo meio de pagamento. Com a empresa optando pelo bolepix, a Finnet consegue oferecer suporte para mensurar o fluxo de demandas no mercado, adaptando os ERPs e demais sistemas, ou mesmo utilizando APIs em total adequação aos bancos existentes no mercado hoje” afirma a Head de operações da Finnet.
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