Por que o Dia Universal Dos Direitos Humanos precisa ser celebrado?
*Por Ana Bernal
No próximo dia 10 de dezembro
se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data que foi instituída
em 1950, proclamada pela ONU - Organização das Nações Unidas, e considerada uma
referência na história, já que a Declaração Universal do Direitos Humanos veio
como marco legal regulador das relações entre governos e pessoas. A ONU,
vislumbrou ainda celebrar, o longo caminho a ser percorrido para que houvesse a
efetivação dos preceitos da declaração.
Como defensora da liberdade,
conclamo que este dia possa servir para nos lembrar e alertar, que todos nós,
enquanto seres humanos temos capacidade de gozar os direitos e liberdade
estabelecidos na Declaração de 1948, a qual determina no artigo 1º. que todos
nascem livres e iguais em dignidade e direitos; “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às
outras com espírito de fraternidade.” (união, afeto). Não esquecendo que não deve
existir distinção de qualquer espécie, seja raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição, ou seja, direito à não discriminação,
como disposto no art. 2. do mesmo diploma legal.
A Declaração Universal dos
Direitos Humanos tem ainda como objetivo, evitar guerras, promovendo a paz
mundial e fortalecer os direitos humanitários, principalmente, com tratamento
digno e igualitário a todas as nações do mundo.
Nessa perspectiva, os Direitos
Humanos constituem o mais básico de direitos de qualquer ser humano, em
qualquer lugar do mundo, podendo, se, violados, requerer em defesa própria ou
de outrem, não havendo o que possa anular ou restringir os direitos
fundamentais de um ser humano.
Ressaltamos, como primordial, a
promoção e, o desenvolvimento de relações amistosas entre os povos e Nações
Unidas, nos direitos fundamentais do ser humano, como dignidade e o valor da
pessoa humana, a qual é dotada de igualdade de direitos entre gêneros,
promovendo o progresso social e condições melhores de vida, com liberdade e
equidade de oportunidades, levando a uma sociedade mais igualitária, justa e
coesa.
Liberdade, igualdade e
solidariedade, são
os primeiros pilares dos direitos humanos que se pautaram nos princípios da Revolução
Francesa, onde viu a monarquia absolutista que tinha governado a nação durante
séculos entrar em colapso no período de apenas três anos.
No Brasil, os Direitos Humanos
são consagrados na Constituição Federal de 1988. Ao longo desta Carta Magna, encontramos
o direito à vida, à privacidade, igualdade, liberdade, e, outros conhecidos
como direitos fundamentais.
Queremos, outrossim, altear,
que o Brasil está muito longe de ser um país onde todos sejam iguais e tenta
erradicar o preconceito racial, entre outros, com leis e medidas judiciais, as
quais podem servir para defender suas vítimas, mas não resolvem o problema na
raiz.
Muito temos ainda, a fazer,
para vermos os direitos fundamentais assegurados a todos os seres humanos.
Precisamos ter mais sensibilidade para que algumas leis protejam os desiguais
em oportunidades, e, dessa forma alcançarmos uma sociedade democrática, que
combate a discriminação por todos os meios, em direito admitidos, corrigir
desequilíbrios, tendo como princípio o artigo 5° da constituição: “todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza”.
Acredito ser fundamental
alterar positivamente a imagem das minorias;
modificar os padrões socioculturais de conduta, incluindo construção de
programas de educação apropriados a todo nível de processo educativo para
contrabalançar preconceitos e costumes e todo tipo de prática baseado na
premissa de inferioridade ou superioridade nos papeis estereotipados ou que
legitimam e exacerbam preconceito discriminação e segregação.
É preciso também implementar
políticas públicas sérias que possibilitem a redução dos quadros de
desigualdade, com uma luta incansável pela diminuição dos desníveis
socioeconômicos. Neste viés o direito penal tem um papel importante,
principalmente pelo caráter repressivo e preventivo da pena, com a publicidade
das condenações pelos meios de comunicação de massa, a qual possuiu um papel de
divulgar a existência dessas leis, ajudando a apagar a ideia de impunidade que
permeia a questão, com função educativa.
Que esta data relembre, a cada
um de nós, e a cada órgão da sociedade, a Declaração Universal de Direitos
Humanos, e posamos pelo ensino e educação, promover o respeito a tais direitos
e liberdades, adotando medidas de progresso a nível nacional e global.
Sobre a autora:
Ana Bernal, Advogada Criminalista, especialista em Direito Penal e Processo
Penal pela PUC/SP e, Direito de Família; Palestrante; Colunista e Consultora;
Diretora Executiva da OAB/São Paulo 116a. Subseção.
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