Antivírus mineraram criptomoedas silenciosamente e sem que a maioria dos usuários dominem a operação
Prática levanta a discussão se a forma como são
feitas as transações é ética, porque a maioria dos usuários não têm
familiaridade com a operação de mineração de criptomoedas. Pesquisador de
cibersegurança da CySource explica os perigos da mineração para o usuário
contratante dos antivírus;
São Paulo, 18 de janeiro de 2022 - Com o intuito de proteger usuários
contra malwares e outras ameaças, dois dos maiores antivírus do mundo decidiram
adentrar um novo ramo e acrescentaram uma função inusitada: minerar
criptomoedas. A questão é que, em muitos casos, isso ocorre sem que os usuários
tenham a real dimensão das operações realizadas. Após a divulgação da
informação, pesquisadores da área de cibersegurança analisaram o caso e revelam
preocupação, porque essa é uma novidade que coloca os cidadãos no mundo das
criptomoedas e muitos não dominam o assunto.
A empresa de cibersegurança CySource avaliou essa
nova funcionalidade dos softwares e questiona a transparência dos antivírus.
Para o especialista Luli
Rosenberg, da CySource, a mineração de criptomoedas é feita sem
que a maioria dos usuários saibam como atuar no mercado virtual das
criptomoedas. O que pode trazer consequências sérias. “A nova funcionalidade
poderá colocar muitos usuários em situações de risco e as empresas de antivírus
não irão se responsabilizar pelas operações. Ao habilitar essa nova função, as
empresas utilizam a energia e o processador do usuário. Esse procedimento é
muito vantajoso para as empresas, porque o gasto de energia e o risco de dano
no aparelho ficam a cargo do usuário. Nesse sentido, as empresas não estão
sendo claras o suficiente com o usuário”, alerta Rosenberg.
Outro ponto questionado, é a cobrança de
uma taxa de 15% sobre todas as criptomoedas obtidas pelos usuários. O valor
é considerado abusivo, uma vez que a maioria das plataformas que atua com
sistemas semelhantes tende a cobrar somente 1 ou 2% dos usuários — que, na
prática, também precisam arcar com custos de hardware, energia e com as taxas
de transação do Ethereum. O dinheiro gerado a partir dessa transação, ou sua
parcela dele, é depositado em uma carteira digital.
Apelidados de Norton Crypto e de Avira
Cryto, essas funcionalidades permitem que os usuários configurem os programas
de segurança para minerar Ethereum dos seus sistemas, principalmente quando
esses sistemas não estão sendo utilizados.
Quando habilitado, o Norton Crypto faz
uso da placa de vídeo instalada no computador do usuário para minerar Ehereum.
A partir disso, a moeda é transferida para uma carteira da Norton hospedada na
nuvem. Embora a empresa Norton Antivirus tenha revelado, em junho de 2021, essa
capacidade, a mudança também vem causando discussões.
Sobre a Luli Rosemberg
Luli Rosenberg é Hakcer Ético e
professor na CySource no Brasil. Mexe com programação e tecnologia desde a
infância. É formado em Administração de Empresas pelo Centro Acadêmico de
Tecnologia Lev (Jerusalém, Israe)l, além de graduado em Hacking ético e Análise
de Malwares pelo instituto ITSafe de Segurança Cibernética (Tel Aviv, Israel) e
formado em Combate a Crimes digitais e Perícia Forense Digital pelo IFCI (EUA).
Luli também é membro de fóruns internacionais de hackers éticos e palestrante
de cibersegurança ofensiva e defensiva.
Sobre a CySource
Fundada por veteranos israelenses das forças de defesa militar de Israel e da NSO Group, empresa líder da indústria de segurança cibernética. Após anos estabelecendo academias de segurança cibernética para organizações militares, HLS, empresas e organizações financeiras em todo o mundo, reunimos o feedback de inúmeros clientes e usamos nossa sólida experiência para construir a melhor plataforma de educação e treinamento em segurança cibernética baseada em IA do mundo.
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