Brasil: entenda quais são os principais fatores para a escolha do país como o principal destino LATAM de data centers
*Por Vitor Caram
O Brasil possui o principal mercado de
data centers da América Latina, impulsionando mais de 40% do investimento total
na região. Segundo relatório divulgado pela ReportLinker, em
2021, são cerca de 17 provedores terceirizados operando em mais de 44
instalações no país. Além do mercado ter gerado mais
de US$ 680 milhões apenas em 2020. A aceleração da transformação
digital, projetada pela pandemia da Covid-19, aqueceu o setor e houve
um aumento no desenvolvimento de data centers em hyperscale, colocation e investimento por provedores em nuvem.
Um dos fatores que
não se pode ignorar é o fato do Brasil ser o país mais
populoso da América Latina, com mais de 210 milhões de habitantes. Segundo o
IBGE, os dados de 2020 indicam que o país possui cerca de 24,9 habitantes
por quilômetro quadrado, o que já é um atrativo para
o setor. Além disso, as empresas de cloud services querem e precisam estar perto dos seus
usuários. Portanto, o Brasil se torna
uma opção atrativa na hora de escolher um local para
abrigar seu centro de processamento de dados.
Hoje, quando se fala em data
center, logo se pensa em latência, ou seja, o tempo
que os dados levam para viajar da origem ao destino. Fica mais
prático optar por um país que não atenda só o mercado nacional, mas aos
países que estão próximos também. Segundo lista feita pela Data Centre Magazine, com
o top 10 principais, entre os países emergentes, mercados de data
centers do mundo, São Paulo ficou em 5º lugar .
O Brasil é o único país da América Latina a entrar no
ranking. Ainda em 2020, São Paulo recebeu mais de US$ 295
milhões em investimento no setor.
A tendência é esse número
crescer, principalmente com o leilão do
5G realizado. A chegada desta nova
tecnologia acarretará um gigantesco aumento do tráfego de dados
gerado pela Internet das Coisas (IoT), realidades virtual e aumentada, e
Big Data. Os investimentos em mais espaços de armazenamento de
dados ficarão ainda mais fortes.
A aplicação de uma internet
mais potente no país, como o 5G, é fundamental. Já
que, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), temos 78,3% de brasileiros
conectados e o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de
países em população on-line. Ou seja, a sociedade brasileira é super
engajada em termos digitais. Com a pandemia
da Covid-19, onde o consumo de dados aumentou, essa realidade
ficou ainda mais evidente.
Para auxiliar toda essa demanda
por conectividade e transferência de dados, é preciso da
infraestrutura de data centers, como o Colocation, por exemplo, que
esteja preparada para hospedar servidores de todos os
tamanhos. Segundo o relatório divulgado
em 2016 pelo departamento de Comércio Internacional dos EUA (International Trade Administration –
ITA), o Brasil foi apontado como o quarto maior
consumidor de data centers americanos, atrás de Canadá, Japão e Reino
Unido. A expectativa é que esses números cresçam, o
que mostra um potencial de atração para o nosso mercado,
seguindo a tendência de que o consumo de dados está cada
vez mais próximo da borda.
Outro item relevante é a natureza
geomorfológica e geológica. Comparando a outros países da América
Latina, o Brasil possui baixos riscos de desastres naturais, sendo um
ponto importante e vantajoso ao país como escolha
de implantações de data centers. Ainda possui uma extensão
favorável a instalação de rede e uma área continental super conectada. Já
que são três pontos diferentes de chegada de cabos submarinos: São Paulo,
Rio de Janeiro e Fortaleza. Os estados recebem dados de diversos continentes,
que permite maior tráfego de dados, com alta velocidade e com menor latência.
Ainda segundo o relatório divulgado pelo ReportLinker, um dos
principais atrativos do país para o mercado de data centers é o fato de existirem mais de 75 instalações, que incluem colocation, telecomunicações e provedores de
serviços, credenciadas pelo Uptime Institute Tier III. Este certificado garante o funcionamento ininterrupto
do data center, evitando que ele seja desativado por falta de energia, por
exemplo. É um número bastante expressivo e que colabora com a oferta
de mercado, ou seja, mais um ponto a favor do Brasil.
Outro fator que se mostrou bem relevante
ao setor, foi a introdução da Lei Geral de Proteção de
Dados (LGPD). O que trouxe ainda mais
credibilidade ao mercado, consolidando o processamento e
armazenamento de dados em território nacional, visando o que é de mais
importante: a segurança.
Essa junção de fatores, aliados a um
mercado que historicamente tem um gap
de alguns anos de infraestrutura e virtualização, colocam o Brasil como um dos
principais países para atrair tal demanda. Apesar de
todos esses benefícios, ainda é necessário investir
mais em mão de obra especializada, já que a escassez do mercado de
tecnologia da informação continua recorrente no setor. Além disso, outro ponto
de atenção é a necessidade de instalação de mais capacidade, pois com a rapidez
da aceleração digital e com a chegada do 5G, a tendência é precisar
de cada vez mais espaços para armazenamento de dados.
O que também podemos destacar
é que temos uma matriz energética favorável ao desenvolvimento da indústria,
aliando o crescimento dos negócios à agenda ESG. Com um mercado de energia livre
maduro, que viabiliza boas soluções de fornecimento através de fonte de energia
limpa e renovável. Além disso, nossa infraestrutura de transmissão e
distribuição de energia se destacam no cenário latino-americano.
*Por Vitor
Caram, Diretor de Expansão LATAM da ODATA
Sobre a ODATA
Fundada em 2015, a ODATA é uma provedora brasileira de serviços de data center, que fornece infraestrutura de TI escalável, confiável e flexível na América Latina. Focada em Colocation, a ODATA atende à crescente demanda por energia, espaço e confiabilidade de organizações de diversos setores, sendo completamente qualificada para oferecer soluções de enterprise/retail (desde meio rack, racks inteiros e cages) até projetos built to suit (constrói e opera data centers novos, para um único cliente, na região escolhida). A ODATA busca a criação da mais moderna e eficiente rede de data centers da América Latina. Atualmente, a empresa possui três data centers operando no Brasil, um na Colômbia e já iniciou sua expansão para o México e Chile, trazendo a experiência, solidez e competência do Patria Investimentos e tendo uma atuação global através da parceria estratégica com a CyrusOne, um dos maiores player do mercado de Data Center do mundo. Mais informações em: https://odatacolocation.com/
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