Combate precoce da Doença de Gumboro em aves mitiga prejuízos e aumenta lucratividade
Por Eva Hunka, médica veterinária pela UFRPE, mestre em medicina veterinária preventiva pela Unesp e gerente de negócios biológicos da Phibro Saúde Animal.
A produção
agropecuária é o principal motor da economia brasileira. Somos fornecedores de
proteínas animais e vegetais por excelência, reconhecidos em todo o mundo e
enviando alimentos para mais de 180 países. Entre as atividades de destaque
está o avicultura. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA) mostram o potencial: a produção brasileira de carne de frangos cresceu
4,5% em 2020, no comparativo com o ano anterior, fechando com 13,845 milhões de
toneladas. E nas exportações, o país embarcou 4,231 milhões de toneladas no
mesmo período, com receita de US$ 6,097 milhões.
Para continuar
crescendo no mesmo ritmo, a avicultura brasileira precisa de constantes
investimentos e atenção cada vez maior aos detalhes. Muitos gargalos podem ser
potencializados por desafios sanitários. Um deles é, sem dúvida, a Doença de
Gumboro, responsável por até 30% de mortalidade do plantel de aves em casos
extremamente graves. Recorrente e difícil de controlar, a patologia causa
imunossupressão nas aves, o que abre as portas para a ocorrência de diversas
outras doenças, potencializando o problema.
A Doença de
Gumboro é, inclusive, listada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
como uma das patologias de maior impacto econômico da avicultura mundial. Como
todo vírus com alta taxa de contágio, o agente causador dessa doença acabou
sofrendo mutações no Brasil. Atualmente, estamos lidando com a cepa brasileira
G15, variante de alto poder para colonizar a Bursa de Fabricius, que se
aproveita do período de janela imunológica para infectar os lotes. A Bursa é um
importante órgão linfoide primário das aves e sua infecção compromete a
produção de anticorpos.
Um dos grandes
desafios com a infecção é a alta resistência viral. Mesmo com períodos de vazio
sanitário na cama dos aviários, o agente agressor sobrevive e passa de um lote
para outro. Ou seja, mesmo quando o avicultor acredita que conseguiu vencê-la,
a doença reaparece em outros ciclos de produção.
Outro ponto de
alerta da variante G15 é o fato de não causar doença clínica nas aves que
infecta e promover depleção (perda de elementos fundamentais) linfoide muito
parecida à de algumas cepas vacinais. Porém, enquanto o quadro de
imunossupressão causado pelas vacinas é transitório, o quadro causado pela cepa
passa a ser permanente, consumindo recursos energéticos que seriam convertidos
em desempenho nas aves. Ou seja: há consistente queda da produtividade.
Parcela
importante desta batalha contra a Doença de Gumboro e seus prejuízos se dá na
ciência e pesquisa. Na Phibro Saúde Animal, desenvolvemos a vacina MB-1, que
imunizou 55 milhões de aves em todo o país contra a enfermidade apenas
cinco meses após o seu lançamento.
O imunizante faz parte de uma nova geração de vacinas e possui tecnologia inovadora. Por ser uma vacina de vírus livre, tem a capacidade de formar o imunocomplexo naturalmente, usando os próprios anticorpos maternais presentes no pintinho. Assim, promove imunidade cerca de quatro dias antes de outras vacinas. Aliada ao seu mecanismo de ação, MB-1 atinge os alvos e inicia a replicação precocemente. Essa característica é essencial porque na avicultura trabalhamos o todo momento com a máxima: tempo é dinheiro. E não temos nenhum dos dois a perder.
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