Dez dicas para aprender melhor em 2022
Especialistas ensinam técnicas de memorização e
consolidação de conhecimentos para alunos de todas as idades
Aprender a aprender: esse é um dos
principais desafios para os estudantes brasileiros, estejam eles em qualquer
fase da vida escolar ou acadêmica. Exercitar o cérebro para absorver e guardar
melhor as informações trazidas pelos professores, livros e outras fontes de
conhecimento é fundamental para quem quer aproveitar melhor o tempo de estudo.
Mas como fazer isso de forma mais eficaz e assertiva?
Muitas são as contribuições da
neurociência nesse sentido. Das descobertas que demonstram que o cérebro humano
é capaz de aprender em todas as idades as técnicas de memorização, uma vasta
gama de possibilidades têm se desdobrado nos últimos anos. E as aplicações
dessas práticas nas escolas, até mesmo com estudantes muito jovens, têm dado
sinais de que vieram para ficar. Para a consultora pedagógica do Sistema de
Ensino Aprende Brasil, que atende a rede pública municipal de mais de 200
cidades no país, Yasmim Paim Forte, ampliar o uso das ferramentas da
neurociência é uma forma de tornar a Educação brasileira cada vez mais
eficiente. “Durante a pandemia ficou ainda mais claro que, mais que passar os
conteúdos da BNCC, precisamos ensinar nossos alunos a aprender. Não basta ter
uma boa didática, é fundamental que os estudantes também saibam como ajudar o
próprio cérebro a compreender o que está sendo ensinado”, salienta.
Mas aprender nem sempre é fácil e
envolve uma série de esforços - conscientes e inconscientes. Além do esforço
para entender os conteúdos, também é necessário ter uma boa dose de foco. Segundo
o especialista em psicopedagogia, neurociência e emoção, Julio Cesar Luchamnn,
“é preciso esquecer a ideia de que temos que aprender tudo, o tempo todo, e com
vários estímulos ao mesmo tempo. A neurociência mostra que ser multifuncional o
tempo todo não é necessariamente uma coisa boa para a aprendizagem”. Ele e a
professora Ana Lopes, que mantém o programa Mais Aprendizagem, para ajudar
estudantes a redescobrirem o prazer em aprender por meio da ciência cognitiva,
neurociência e pedagogia, elencam algumas dicas importantes para quem quer
aprender melhor.
- Leia muito
Ter o hábito da leitura é imprescindível
para manter o cérebro ativo. “Há muitas pesquisas mostrando que a leitura
altera o cérebro porque funciona como uma espécie de musculação, que atua justamente
nas áreas que envolvem o raciocínio e a consolidação das memórias de longo
prazo”, explica Ana.
- Entender é diferente de
aprender
Aprender, já se sabe, requer muita força
de vontade. Luchamnn esclarece que, embora o entender seja uma função primordial
dos professores, o processo de aprender vai um pouco além de apenas compreender
os conteúdos. “Aprender precisa de associação, repetição e emoção. Isso não
acontece apenas no ambiente escolar, mas também fora dele. E o aluno precisa
fazer sua parte nesse processo.”
- Seja ativo na sala de aula
“Temos currículos muito inchados e, por
isso, gastamos cada vez mais tempo em aulas expositivas em que os alunos têm
uma atitude muito passiva”, pontua Ana. Ela defende que os estudantes devem ser
mais ativos para fixar melhor o que estão aprendendo. Para melhorar isso, tente
fazer anotações resumidas durante as aulas e revise os conteúdos no máximo 24
horas depois de ter contato com eles pela primeira vez. Esse período é crucial
para a memorização.
- Durma da maneira correta
Um corpo bem cuidado contribui
significativamente para uma mente mais saudável e, portanto, capaz de aprender
melhor. Para isso, dormir bem é indispensável. “Nós temos dois sistemas de
memória: um que organiza as coisas do nosso dia e outro que é definitivo, de
longo prazo. Para os conhecimentos passarem de um sistema para o outro não
existe outra forma, senão pelo sono” detalha Luchamnn.
Dormir bem, entretanto, não é o mesmo
que dormir muito. O especialista explica que o corpo ainda responde a estímulos
que foram programados há milhares de anos. O estágio de maior produção dos
neurotransmissores acontece entre o pôr-do-sol e a meia noite. Quando se dorme
nesse horário, cada hora de sono equivale a duas horas, do ponto de vista
hormonal. Depois da 1h da manhã, esse aproveitamento cai, e cada hora de sono
vale apenas 20 minutos.
- Aprenda como funciona seu
cérebro
O ser humano é capaz de aprender em
qualquer idade. Internalizar esse fato é muito importante, porque alguém que
cresceu ouvindo que o cérebro adulto não consegue se expandir tem mais
resistência a dedicar-se ao estudo. Entender que as conexões continuam sendo
feitas mesmo na idade adulta - e certamente até mesmo na velhice - ajuda a
vencer a barreira da autodeterminação, segundo Ana Lopes.
- Dedique-se de corpo e alma
“Nosso processo emocional tem grande
participação na aprendizagem. Então, é importante fazer a programação do tempo
psicológico, principalmente ao lidar com conteúdos que não te agradam muito”,
diz Luchamnn. Ou seja, se você estiver em uma aula, esteja ali 100% e faça
daqueles momentos o mais proveitosos possíveis para aprender aquele conteúdo.
- Aprenda técnicas de memorização
Memorizar o que foi aprendido não é só
questão de escutar com atenção, mas também de usar as técnicas corretas. Ana
Lopes afirma que a escola precisa começar a ensinar técnicas de memorização.
“Só repetir o conteúdo é ineficiente, precisamos ensinar coisas básicas sobre o
funcionamento da memória. A gente só memoriza por associação e, para conteúdos
mais gerais, há uma enorme gama de métodos de memorização que vão de coisas
muito simples até técnicas mais avançadas”, revela.
- Evite interrupções
As notificações do celular podem parecer
muito úteis para não perder nada do que está acontecendo no mundo, mas são
muito prejudiciais quando se está tentando aprender algo. “Um dos
neurotransmissores que nos ajudam a aprender é a noradrenalina, responsável por
nos permitir ter foco. E, para que a produção de noradrenalina seja suficiente
para ter atenção concentrada, você precisa de, no mínimo, 20 minutos de
trabalho sem distrações. As interrupções constantes trazem fadiga muito antes
do que seria esperado e, assim, atrapalham o processo”, destaca Luchamnn.
- Procure se engajar
Uma vez que o processo de aprendizagem
envolve muito trabalho duro, há um segredo para não pegar raiva do que está
sendo estudado: engajar-se no conteúdo. A professora Ana dá algumas dicas para
isso, como fazer perguntas. “As perguntas aumentam a curiosidade e te levam a
buscar naturalmente a informação, sem que alguém esteja te obrigando a isso.”
Outra dica é opinar sobre o conteúdo, procurar entender como você se sente em
relação àquilo. Por fim, tente explicar para alguém o conteúdo em questão.
“Quando você explica, você se mobiliza mais e vai descobrir nas primeiras
tentativas que há coisas que não aprendeu tão bem quanto imaginava”, pontua.
- Ajude seu cérebro a ancorar
conhecimentos
De acordo com Luchamnn, quando se ouve a
explicação de um professor, o organismo usa quatro áreas do cérebro para
ancorar o que está sendo dito. Repetir o que o professor disse, por sua vez,
ativa oito áreas, o que dobra a capacidade de ancoragem. “À medida que explico
a alguém ou escrevo sobre o conteúdo, estou ativando nada menos que 40 áreas do
cérebro. Esses exercícios são fundamentais para ampliar a capacidade de guardar
o que foi aprendido”, finaliza.
Essas e outras curiosidades sobre o
processo de aprendizagem estão no episódio 35 do podcast PodAprender, com Ana
Lopes e Julio Cesar Luchamnn. Todos os episódios do PodAprender estão
disponíveis no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br),
nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos
principais agregadores de podcasts disponíveis no Brasil.
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Sobre o Aprende Brasil
O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece às redes municipais de Educação uma série de recursos, entre eles: avaliações, sistema de monitoramento, ambiente virtual de aprendizagem, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado, que contribuem para potencializar o aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Atualmente, o Aprende Brasil atende 290 mil alunos em mais de 210 municípios brasileiros. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.
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