Fundos ESG: Especialistas explicam como os novos critérios da Anbima impactarão o mercado
Gestoras precisarão definir e divulgar a
estratégia, a metodologia e os dados que dão suporte à gestão da carteira, além
de realizar ações de diligência e monitoramento dos objetivos sustentáveis
São Paulo, 03 de janeiro de 2022. A partir de hoje (3) passam a
valer os novos critérios da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais (Anbima) para investimentos sustentáveis. Essas novas
regras têm o intuito de assegurar, via autorregulação, um crescimento saudável
e robusto dos produtos categorizados como ESG, que englobam aspectos
ambientais, sociais e de governança nas análises de investimento. As diretrizes
acompanham o crescimento de fundos com essas características no Brasil que no
mês de novembro somavam R$ 2,4 bilhões de patrimônio (listados na B3).
Apesar de já existir uma classificação
de fundos sustentáveis na Anbima, ela comportava apenas as carteiras de ações.
Após um mapeamento realizado pela entidade em 2020, foi identificado um número
muito maior de fundos que se denominavam “verdes” e que contemplavam também a
renda fixa, estimulando a entidade a formular regras mais objetivas quanto a
esta denominação, que foram refletidas em práticas incorporadas ao Código de
Administração de Recursos de Terceiros.
Os critérios definidos pela Anbima para
categorizar um fundo como “verde” partem do princípio da autorregulação, e
visam trazer mais transparência e diligência para este tipo de ativo, que tem
sido tão aclamado pelo mercado, bem como direcionar os participantes ao
estabelecimento de critérios objetivos que facilitem a comparação das carteiras
no futuro, tanto entre fundos como entre fundo x benchmark. Os fundos que têm
como objetivo o investimento sustentável carregarão no nome o sufixo IS
(Investimento Sustentável).
Segundo Carolina Souza - Gerente de
Produto da BRITech, uma wealthtech com soluções para
o setor de gestão de ativos - escolher fundos que alocam recursos usando
como um dos critérios às práticas de sustentabilidade, beneficia não somente o
patrimônio dos investidores, mas também toda a sociedade. “Isto ocorre porque
as práticas de sustentabilidade, de alguma forma, se relacionam com um futuro
melhor economicamente e socialmente, pois o uso mais consciente de recursos
ambientais, assim como a responsabilidade social que beneficia os setores mais
carentes da sociedade e também as relações com os funcionários e demais
stakeholders, são capazes de promover longevidade e, por consequência, maior
valor a estas empresas”, explica.
Ajustes no mercado
Essas novas diretrizes estão
especialmente relacionadas às práticas de seleção de ativos adotadas por
gestores, bem como o monitoramento dos critérios utilizados, estabelecendo
diligências sobre a execução de práticas ESG. Luiz Eduardo Gasparelo, Chief
Product Officer para Mercados Globais da BRITech, aponta que serão necessários
ajustes cadastrais nos fundos para refletir adequadamente a nomenclatura.
Adicionalmente - a exclusivo critério do gestor no que tange os controles
estabelecidos para aderências a novas diretrizes - poderão ser criados novos
itens a serem observados no enquadramento das carteiras.
A partir de janeiro de 2022, as gestoras
precisarão definir e divulgar a estratégia, a metodologia e os dados que dão
suporte à gestão da carteira, além de realizar ações de diligência e
monitoramento dos objetivos ESG. “Caso utilize índices como referência, eles
precisam estar igualmente alinhados aos compromissos sustentáveis do produto”,
informa a Anbima.
Além disso, será exigido da gestora - quando
da adoção de políticas de integração ESG -, que mantenham uma estrutura de
governança que contemple questões sustentáveis e que sejam divulgadas
informações atualizadas sobre a política de investimento e a governança ao
público em geral.
As novas regras ainda determinam que os
fundos que considerem aspectos ESG em sua gestão, mas não têm como seu
principal objetivo o investimento sustentável, tenham uma diferenciação. Assim,
o investidor poderá identificá-lo pela seguinte frase: “esse fundo integra questões
ESG em sua gestão”, não podendo utilizar o sufixo IS. Também será obrigatório o
atendimento a outros requisitos tanto para o fundo quanto para a gestora com
relação ao compromisso, diligência e transparência.
Sobre a BRITech
A BRITech é uma wealthtech com soluções
SaaS para o ecossistema de gestão de investimentos. Presente em 22 países, a
empresa possui mais de 330 clientes e sua plataforma tem R$ 1 trilhão de ativos
sob controle, colaborando diretamente com a transformação da cadeia de
investimentos e o modelo de negócios de gestão de ativos.
Para isso, a BRITech fornece um sistema exclusivo que gerencia todas as informações essenciais para todo o ecossistema de gestão de investimentos, oferecendo soluções para distribuição de fundos, controle de carteiras, espelhamento de fundos, riscos de liquidez e mercado, compliance e terceirização de backoffice, entre outros.
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