Maersk firma parceria com universidade para criar tecnologia que previne desperdício de alimentos
Esta iniciativa se junta aos esforços
estabelecidos pela FAO para reduzir o desperdício de alimentos no mundo
Na atualidade, onde a
tecnologia é a principal ferramenta de solução para grandes desafios globais, é
necessário ressaltar os problemas relacionados ao desperdício de alimentos
frescos, a qual o grupo o A.P. Moller - Maersk possui fácil acesso graças às
cadeias de abastecimento de produtos frios, que conseguem ser o grande elo
entre a colheita e o varejista.
De acordo com dados da Maersk, 13% dos produtos frescos do mundo se perdem
neste processo, o que equivale a milhões de reais para os produtores. O cenário
não difere na América Latina, onde registros da Organização para Alimentação e
Agricultura (FAO) mostram que cerca de 14% dos alimentos são perdidos todos os
anos, na primeira fase da cadeia de abastecimento, antes que cheguem ao
varejista. Na América Latina, perdem-se cerca de 127 milhões de toneladas de
alimentos por ano. Isto equivale a 348 mil toneladas de alimentos desperdiçados
diariamente.
A.P. Moller - Maersk/Divulgação |
Este cenário dá lugar a um novo projeto liderado pelo grupo, em conjunto com a
Universidade de Wageningen, considerada uma das 150 melhores universidades de
investigação dos Países Baixos, dedicada a criar um modelo tecnológico de
previsão de dados sobre o cuidado e vida útil remanescente dos alimentos,
determinada por múltiplos parâmetros de qualidade. O projeto foi iniciado no
começo deste ano e será conduzido pela Wageningen
Food & Biogen Research, nos institutos de investigação da
universidade, em parceria com 13 sócios privados de diferentes partes da cadeia
de fornecimento de alimentos frescos.
Uso da tecnologia no
combate ao desperdício
A tecnologia pode ser realmente útil na indústria alimentícia, não se limitando
apenas às plataformas de delivery, mas também para auxiliar todos os envolvidos
na cadeia de abastecimento com dados precisos em tempo real. Os dados trariam
informações relevantes sobre o estado dos alimentos, facilitando a tomada de
decisões, reduzindo a perda de receitas para os produtores e, o mais
importante, o desperdício excessivo de alimentos.
O gerente de
Desenvolvimento Digital Reefer, Ken West, explicou que hoje em dia existe uma
quantidade significativa de dados para todos os carregamentos refrigerados do
sistema de gestão remota de contêineres, e que preveem a carga perdida e o
risco de reclamações, que tem sido durante muito tempo uma área de enfoque para
o departamento de soluções Reefer da Maersk.
“É o que esperamos
conseguir com este projeto, agora que temos participantes de toda a cadeia de
frio envolvidos. Simplesmente necessitamos saber mais sobre o que acontece com
a carga antes de ser acondicionada em um refrigerador da Maersk”, afirma West.
A.P. Moller - Maersk/Divulgação |
A AgroFair e a Westfalia, dois dos clientes mais atuais da Maersk, também fazem
parte da parceria do projeto e compartilham conjuntos de dados entre si, que
vão desde detalhes sobre o clima, solo na exploração agrícola de colheita até
avaliações qualitativas de amostras de produtos e leituras de temperaturas específicas.
A intenção é combinar
todos os dados relevantes e criar um projeto chamado Digital Twist, que
consiste em uma representação digital de um objeto físico com modelos que podem
simular a realidade, em seu caso, de produtos frescos. Se isso estiver
conectado à informação em tempo real, a plataforma poderá proporcionar
previsões em tempo real que podem ser constantemente melhoradas com base em um circuito de retroalimentação.
Este projeto está programado para funcionar durante um período de quatro anos, mas espera-se que as primeiras utilizações sejam testadas e aplicadas durante o próximo ano, à medida que a primeira versão do Digital Twist se desenvolva.
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