O consumidor pós-pandemia e seus impactos no mercado
O consumidor pós-pandemia e seus
impactos no mercado
*Por Ronaldo Bias Ferreira Jr.
Semana passada, estive no gigante Expo
Center Norte, visitando o Fórum PANROTAS 2021. Lá, tive a oportunidade de
assistir à
apresentação da pesquisa “O poder do novo consumidor”, realizada pelo Instituto
Locomotiva para prover informações à liderança da indústria de viagens e
turismo no Brasil.
Pesquisa muito interessante, aliás, como
todos os estudos científicos realizados pelo Instituto, fundado e liderado por
Renato Meirelles. Segundo o estudo apresentado, não estamos entrando em uma
nova normalidade, mas sim ainda vivendo um período de transição, marcado por
medidas e comportamentos excepcionais.
Por muito tempo, vivemos entre os
sentimentos de medo e confiança. Diante de uma avalanche de mudanças, tivemos
que ser disruptivos e aprender a viver ou sobreviver em uma nova realidade de
transformações não planejadas, que nos foram impostas. Testamos nossos limites
e tivemos ainda que encarar as consequências do isolamento prolongado. Sem
vacinas e com a paciência curta, tentamos até inventar um novo normal.
Agora, nos últimos meses, com a vacina
no braço da maioria dos brasileiros e brasileiras, quando ensaiávamos entrar na
fase de superação da pandemia, somos surpreendidos por uma nova cepa do vírus e
obrigados a retornar à
fase anterior: revisando todas as estratégias, para, novamente, lidar com o
desconhecido sem ter que parar o trabalho e a vida.
É tudo tão extraordinariamente ao vivo,
que no palco do PANROTAS 2021 a pauta era constantemente atropelada pela
realidade dos assuntos que chegavam a cada hora. Na agenda, executivos das
principais companhias aéreas do mundo apresentavam
planos de retomada. Na vida real, novas barreiras sanitárias e possíveis
fechamentos de fronteiras chegavam, ameaçando destruir planos que sequer tinham
sido anunciados.
Toda essa dura realidade estava
retratada na pesquisa, que mostrava que as pessoas iriam continuar pisando no
freio da economia, pois a maioria vai continuar evitando aeroportos, shoppings
centers, comércios de rua, restaurantes, transporte público, salões de beleza e
academias de ginástica, entre outros serviços. Para se sentirem seguras e com
coragem para lutar, continuarão a usar máscaras, a evitar aglomerações no
comércio e aferindo suas temperaturas, entre outros cuidados citados. Essas são
medidas que todos consideram temporárias, mas ainda necessárias nos tempos
atuais. A consequência desses dados é que 51% dos brasileiros dizem estar
pessimistas com a situação econômica do país.
Mas, como as pesquisas não são usadas só
para confirmar fatos ou reafirmar resultados anteriores, o estudo do Instituto
Locomotiva também apresentou dicas preciosas para lidar com o novo cenário de
incertezas.
Quando falamos dos hábitos e do poder
dos novos consumidores, 91% deles acreditam que a vida não voltará a ser como
antes da pandemia. E essa pode ser uma boa notícia.
Numa leitura de oportunidades, a
pesquisa mostra que, embora pessimistas com a situação geral do país, as
pessoas estão se sentindo mais fortes e confiantes nelas mesmas. Mais de 62%
afirmam que sua situação financeira já está igual ou melhor do que antes. Esse
alto percentual mostra que estamos aprendendo a fazer mais com menos e que
muitas oportunidades surgiram.
Durante a pandemia, 23,1 milhões de brasileiros passaram
a pedir delivery e 42,9 milhões tornaram esse um hábito frequente. Desde o
início do isolamento social, os cursos online aumentaram em 69%, o consumo de
cerveja no Brasil foi o maior desde 2014, e o de vinho bateu recorde absoluto
de consumo. E não foi só o setor de bebidas que ganhou; o consumo de alimentos
também foi turbinado por uma multidão de 26,4 milhões de brasileiros que
começaram a cozinhar em casa.
A pandemia também tem provocado
sentimentos positivos e humanizados nas relações: 71% estão cuidando melhor das
pessoas que amam e 99% destes pretendem continuar a cuidar de seus entes
queridos após o isolamento social. Isso justifica a busca por refúgios
familiares, que oferecem comodidade e privacidade, turbinando o turismo
regional e nacional.
O Brasil é um dos países que tiveram
maior crescimento de novos usuários nas redes sociais nos últimos 12 meses.
Segundo estudos da Hootsuite-We Are Social, os dados sugerem uma média de 900
mil novos usuários de redes sociais por dia ao redor do mundo, o que representa
10 novos usuários por segundo.
E por falar neste mundo online em que
estamos inseridos, a democratização do acesso à rede revelou que o mercado das
ditas minorias, na verdade, é um gigante e poderoso mercado formado por mulheres, negros,
pessoas LGBTQIA+ e pelas classes C, D e E. Um mercado que representa 76% do
consumo do comércio em nosso país e que mostra que, quando abraçamos a
diversidade e incluímos diferentes pessoas no ambiente e na estratégia dos
negócios, estamos protegendo as empresas e tornando-as mais fortes para superar
o futuro, seja ele qual for.
*Ronaldo Bias
Ferreira Jr. é sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa (https://www.linkedin.com/in/ronaldobias/ - https://linktr.ee/Ronaldobias). Formado em
Comunicação Social e Marketing, é empresário, empreendedor e fundador do
programa de capacitação MDI Mestre Diversidade Inclusiva, em parceria com a
Pearson Educacional. É membro permanente do conselho da Ampro – Associação
Brasileira de Live Marketing, colunista da Promoview e Portal Eventos e atua
ampliando a voz de protagonistas, como um forte aliado da diversidade, equidade
e inclusão no mundo corporativo.
Sobre a um.a
Fundada em 1996, a um.a #diversidadecriativa
está entre as mais estruturadas agências de live marketing do Brasil, especializada em eventos, incentivos e trade. Entre seus principais clientes, estão Anbima, Atento,
Bristol, B3, Citi, Carrefour, Corteva, Cielo, Mapfre, Motorola, Nextel,
Pandora, Sanofi, Sumup, Tigre, Via Varejo e Visa, entre outras. Ao longo de sua
história, ganhou mais de 40 “jacarés” do Prêmio Caio, um dos mais importantes
da área de eventos.
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