Carnaval sem HIV
Ginecologista alerta que, mesmo sem os blocos
de rua, Carnaval ainda é uma época de grande contaminação pelas IST´s. 52,9% dos infectados estão na faixa etária dos 20 aos 34 anos
e, a cada 28 homens, dez mulheres são infectadas
Para especialista, faz parte do empoderamento
feminino exigir o uso do preservativo em todas as relações, de modo a reduzir a
disseminação de vírus como HIV. Mas, essa responsabilidade não é apenas delas
Dra. Mariana Rosario,
ginecologista e mastologista
São Paulo, 21 de
fevereiro de 2022 – O carnaval está chegando e, mesmo com a maior parte dos
municípios brasileiros proibindo as aglomerações e blocos de rua, o feriado
ainda é considerado perigoso para a disseminação das IST´s – Infecções Sexualmente
Transmissíveis.
Essa é uma época em que
as pessoas consomem mais álcool, sentem-se mais libertas e, então, variam os
parceiros sexuais – muitas vezes se esquecendo que o preservativo, tanto o
feminino quanto o masculino, podem protegê-las de doenças como sífilis,
gonorreia, clamídia, HPV e HIV, que causa a AIDS e não tem cura.
Dados do Boletim
Epidemiológico HIV/AIDS 2021, pulicado pelo Ministério da Saúde em dezembro de
2021, mostraram que, no ano de 2020, foram notificados 32.701 casos de infecção
pelo HIV, sendo 4.299 (13,2%) casos na região Norte, 8.190 (25,0%) no Nordeste,
11.270 (34,5%) no Sudeste, 5.732 (17,5%) no Sul e 3.210 (9,8%) no Centro-Oeste.
A razão de sexos para o
ano de 2020 foi de 2,8 (M:F), ou seja, 28 homens para cada dez mulheres. No
período analisado, no que se refere às faixas etárias, observou-se que a
maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se na faixa de 20 a 34 anos,
com percentual de 52,9% dos casos.
Com relação à
escolaridade, no mesmo período, verificou-se um elevado percentual de casos com
escolaridade ignorada (25,1%), o que dificulta uma melhor avaliação dessa
variável nos casos de infecção pelo HIV. Quanto aos casos com escolaridade
informada, a maior parte possuía ensino médio completo, representando 21,5% do
total. Em seguida, observam-se 11,7% de casos com escolaridade entre a 5ª e a
8ª série incompleta.
“Analisando os dados,
percebemos que os mais jovens ainda estão bem expostos ao vírus. O maior número
de parceiros pode ser responsável por esse fenômeno, mas o hábito de não usar
preservativo está diretamente ligado à contaminação”, alerta a ginecologista e
obstetra Mariana Rosario, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein,
de São Paulo.
Para ela, é preciso
haver mais campanhas de conscientização, que estão cada vez mais esparsas. Além
disso, ela acredita que as mulheres devem se proteger, carregando consigo
preservativos e exigindo o uso deles. “A mulher está cada dia mais empoderada e
o uso do preservativo faz parte desse ato de empoderamento. Obviamente, não se
trata de uma obrigação unilateral, mas proteger a saúde é um ato fundamental e
ela deve dizer não ao parceiro que se recusa a respeitar seu direito ao uso do
preservativo”, orienta a especialista.
Dra. Mariana Rosario
acredita que seja importante instruir todas as jovens a criarem o hábito de ter
preservativos no nécessaire, assim como se faz com a escova de dentes e o creme
dental, por exemplo. “A mulher deseja sua liberdade sexual e isso é excelente.
Então, precisa aprender, de uma vez por todas, que sua saúde merece ser
preservada”, finaliza.
Sobre a
Dra. Mariana Rosario
Formada pela Faculdade
de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui
os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB –
Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto
Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É
membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de
Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em
Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento.
É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do
professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro
do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.
Possui vasta
experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica
como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher,
bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de
adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à
saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas
que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em
cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo
científico para produções acadêmicas.
Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.
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