E se a criança quiser ser vacinada contra a Covid-19 e os pais negarem?
Especialista diz que público infantil foi o
mais prejudicado nessa pandemia
Já
imaginou que crianças a partir de 7 anos já têm certa consciência sobre a
importância da vacinação contra a Covid-19, mas podem ter pais contra a
imunização? O que fazer nestes casos? A bacharel em Direito e pós-graduanda em
Direitos da Mulher, Sabrina Donatti, aborda a discussão e afirma que todas as
crianças têm direito a tomar essa vacina assim que ficar disponível. Isso
porque, de acordo com dados da Câmara Técnica
de Assessoramento em Imunização da Covid-19, desde 2020, a cada dois dias uma
criança morre no Brasil por causa da doença.
Ela explica que apesar da questão ainda não ter sido
amplamente debatida precisa ser olhada porque compõe parte importante sobre
Direitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente aponta como obrigatória a
vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, no
art. 14 §1º. Ela explica que a vacina contra a Covid-19 ainda não se
encaixa neste item, porque não entrou para a lista do Cadastro Nacional de Vacinação,
mas pode entrar. “Para a criança é assegurado o direito a proteção da sua
vida e a saúde e, em um caso como esse, o Ministério Público pode agir se
houver denúncia. É preciso entender que a vacinação é de interesse coletivo e
não apenas individual”, afirma.
Para
Sabrina as crianças foram as mais prejudicadas nessa pandemia com as aulas
online e com o distanciamento dos amigos. "É nosso dever como pais e
sociedade proteger as crianças. Essa revolta da vacina em pleno 2022 só
atrapalha. É realmente necessário vacinar as crianças o quanto antes",
enfatiza. Ela diz que já foi demonstrado que a Covid-19 é a doença com
vacina existente que mais mata crianças no Brasil, isso contando todas essas
doenças juntas. Sabrina ressalta que a maioria dos adultos vacinados tem
voltado à vida social e muitos, inclusive, levam os filhos junto. “O problema é
que como as crianças ainda não foram imunizadas estão em risco, porque estão
mais vulneráveis a contrair o vírus e ainda o transmitem muito mais”,
alerta. A especialista lembra que é preciso ter consciência e parar com
teorias conspiratórias.
Sobre
Sabrina Donatti
Formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, Sabrina Donatti é
pós-graduanda em Direitos das Mulheres. Em 2013, começou a trabalhar com comunicação
digital como criadora de conteúdo para incentivar, empoderar e ajudar mulheres
a ficarem menos sobrecarregadas após a maternidade. Em seus canais do Instagram
(@eusabrinadonatti) e do Youtube (@Sabrina Donatti) aborda temas que vão do
Direito à Política, de Legislação à Educação Infantil. Além de assuntos do dia
a dia, como a realidade de muitas mulheres que enfrentam de violência doméstica
até depressão com assuntos que as estimulem a viver com boa autoestima, de
maneira leve e descomplicada
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