EDUCAÇÃO | As 12 práticas de acolhimento para a retomada das aulas presenciais
Alunos, professores e familiares devem ser
contemplados e envolvidos nas ações empreendidas pelas escolas no retorno às
aulas presenciais. A comunidade escolar deve investir na escuta ativa, no
diálogo e no desenvolvimento de competências socioemocionais em um
momento-chave de retomada. Essas são algumas das dicas da equipe de
especialistas da Geekie - empresa nacional de educação que é referência
internacional no uso de dados para gerar evidências de aprendizagem.
São
Paulo | Depois de
quase dois anos de pandemia e de ensino remoto, entrecortados por alguns
períodos de aulas presenciais, o início do ano letivo de 2022 marca a volta de
muitos estudantes e docentes para o espaço físico da escola. Neste momento de
reencontro – sobretudo após várias pessoas terem vivido perdas e experiências
difíceis em função da crise da Covid-19 –, o acolhimento dos alunos, dos
professores e das famílias é fundamental. Para isso, o trabalho de competências
socioemocionais se torna um instrumento poderoso. Essas são algumas das
conclusões da equipe de especialistas da Geekie, empresa de educação que é
referência internacional no uso de dados para gerar evidências de aprendizagem.
Para apoiar a comunidade escolar na
elaboração de planos de acolhimento, a equipe da Geekie – com o suporte da
psicóloga e neurocientista Fernanda Leite – reuniu 12 dicas.
| PARA PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
_Levantar as necessidades da equipe |
Para acolher bem os estudantes, os docentes precisam antes ser acolhidos. E
para que essa acolhida seja efetiva, ela deve atender às principais demandas
dos profissionais do colégio e, para isso, nada melhor do que fazer um
levantamento de como eles estão se sentindo nesse retorno e entender quais são
as expectativas, os receios e os desafios deles. Esse diagnóstico pode ser
feito, inclusive, por meio de um formulário on-line.
Uma vez identificadas as necessidades – por exemplo, alguma questão relacionada
à saúde mental ou mesmo pedagógica –, pode-se pensar em ações específicas, como
uma palestra ministrada por um psicólogo ou profissional da saúde; uma
alternativa é criar um curso ou uma formação sobre a lacuna identificada.
_ Proporcionar escuta atenta e diálogo |
Além de expressarem suas percepções por escrito, também é importante abrir
espaço para que os docentes e os funcionários falem sobre as próprias
vivências, emoções e perspectivas; e troquem impressões com os colegas. Isso
pode ser feito em rodas de conversa, em pequenos grupos, o que também fortalece
os vínculos afetivos. Garanta um ambiente respeitoso, empático e seguro,
para que possam se sentir confortáveis para falar, ouvir e serem ouvidos, sem
julgamentos. A leitura de um pequeno texto – ou a apresentação de um vídeo
curto, com perguntas norteadoras – pode ser um disparador interessante para
estimular a reflexão, sensibilizar a equipe e propiciar o diálogo.
_Realizar um encontro geral de
boas-vindas | Para mostrar que a escola inteira está unida em torno dos mesmos
objetivos – acolhimento dos alunos e foco no avanço da aprendizagem –, um
encontro com todos os docentes para selar o início do ano letivo de 2022 e dar
as boas-vindas será muito bem recebido. É importante que os professores sintam
que têm o apoio da escola e o suporte entre seus pares para planejar este ano
desafiador.
_Compartilhar as intervenções
necessárias | Os resultados do levantamento com os professores e o registro das
ideias e necessidades apontadas nas rodas de conversa podem dar origem a um
documento a ser compartilhado com todos os docentes e funcionários. Assim, os
profissionais ficarão a par da situação e podem se engajar e colaborar na
proposição de soluções para as dificuldades relatadas.
| PARA OS ESTUDANTES
_Fortalecer os vínculos com os
educadores | Estabelecer uma relação de confiança entre estudantes e
professores é fundamental para criar um ambiente seguro e acolhedor, que
favoreça a aprendizagem. Uma forma dos profissionais demonstrarem empatia e se
aproximarem dos alunos é falarem de suas experiências e dificuldades durante a
pandemia. Esse tipo de relato cria identificação e conexão com o interlocutor,
estreitando os laços afetivos.
_Dar
voz aos estudantes | Um ponto central para o acolhimento dos alunos é a escuta
ativa: proporcionar um ambiente empático e respeitoso para que possam falar –
ou desenhar, no caso das crianças pequenas – como a pandemia impactou as suas
vidas e quais as expectativas para o retorno presencial. A atividade pode ser
feita em rodas de conversa ou grupos, com a mediação do professor. Novamente, é
essencial não julgar e acolher diferentes ideias e pensamentos dentro do
coletivo, que deve ser heterogêneo e diverso.
_ Acenar com outros meios de expressão |
É possível que nem todos os alunos se sintam à vontade para falar sobre
acontecimentos, sentimentos e emoções que vivenciaram na pandemia – ou
problemas que estejam enfrentando nesse período. Para essas situações, uma
opção pode ser uma caixa de relatos ou dúvidas, em que eles descrevem uma
situação ou sugerem uma temática que gostariam que fosse abordada. Não é
necessário que se identifiquem. A ideia é que se leia, de tempos em
tempos, os relatos e as sugestões que vão aparecendo; e que se pense,
conjuntamente, em possíveis ações e soluções para lidar com a questão,
exercitando habilidades socioemocionais como a empatia e a imaginação criativa.
_Propor atividades de integração |
Durante a pandemia, as crianças e os jovens não puderam vivenciar a infância
ou adolescência na sua plenitude. Voltar à escola significa, também,
voltar a interagir presencialmente com os seus pares e fazer novas amizades.
Essa experiência social é o que nos faz desenvolver e avançar nos aspectos
cognitivo e emocional, por isso, é importante proporcionar brincadeiras e
recreações em grupo, que vão ajudar os alunos a reativar suas amizades e a vida
social.
_ Olhar para o futuro | Outra forma de
promover acolhimento na escola é ensinar os alunos a ter esperança, uma visão
de futuro melhor – e levar isso para suas casas. Precisamos fazer com que
crianças e adolescentes se tornem multiplicadores de esperança, e uma proposta
nesse sentido é montar um painel dos sonhos com os alunos. Divididos em grupos
– e até mesmo com a participação de docentes e funcionários –, cada um escreve
ou desenha algo referente aos seus sonhos e o que deseja para o futuro. Após a
conclusão da atividade, a pessoa que está conduzindo a dinâmica mostra a
diversidade de ideias, ou a proximidade entre elas, e conduz uma conversa
coletiva. O painel dos sonhos de cada turma pode ser reunido e compor um grande
mural, enfeitando a escola e servindo de inspiração para todos.
_ Oferecer apoio psicológico | Palestras
sobre temas diversos – como a importância da resiliência, da saúde mental e do
autocuidado, e atendimentos individuais, em alguns casos – podem ajudar os
alunos a superar as dificuldades do período pandêmico e a se prepararem melhor
para os desafios do ano que inicia.
| PARA AS FAMÍLIAS
_Abrir ou manter um canal de diálogo |
Durante a pandemia, com o ensino remoto, muitas famílias se aproximaram das
escolas e passaram a acompanhar mais de perto a aprendizagem dos seus filhos. O
desafio agora é manter esse canal de comunicação aberto e funcionando
plenamente. No início das aulas, na tradicional reunião realizada com as
famílias para apresentar o projeto pedagógico da série, é preciso ouvir as preocupações
e os anseios dos familiares e responder às dúvidas de forma empática e
transparente. Também é importante tranquilizar pais, mães e responsáveis,
mostrando todas as medidas e os cuidados que a escola está adotando para que a
retomada seja segura.
_Dar atenção especial aos casos mais
delicados | A pandemia provocou uma série de mudanças na dinâmica das famílias,
desde a alteração da rotina até questões relacionadas à saúde física e mental
das pessoas e situação financeira. Assim, muitas famílias ainda podem estar
sofrendo os impactos da crise nos seus múltiplos aspectos, o que pode ter
consequências no comportamento e no desempenho escolar das crianças e dos
adolescentes. Para identificar os casos mais delicados e poder oferecer algum
nível de apoio, o envio de um formulário on-line
pode ser uma boa alternativa também.
SOBRE A GEEKIE | Referência em educação com apoio de
inovação no Brasil e no mundo, a Geekie foi fundada em 2011 – pelos
empreendedores Claudio Sassaki e Eduardo Bontempo – com a missão de transformar
a educação do país. Em uma década, a empresa tem desenvolvido soluções
inovadoras que potencializam a aprendizagem. Com foco no Ensino Básico, a edtech alia tecnologia de
ponta a metodologias pedagógicas inovadoras. Primeira plataforma brasileira de
ensino adaptativo credenciada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para
o Guia de Tecnologias Educacionais – que identifica soluções tecnológicas
capazes de melhorar a qualidade do ensino brasileiro –, em sua trajetória a
Geekie alcançou mais de cinco mil escolas públicas e privadas de todo o país,
impactando cerca de 12 milhões de estudantes.
Entre as certificações mais relevantes, a empresa destaca: WISE 2016 (Qatar Foundation), TOP Educação (Revista Educação, categoria software educacional mais lembrado do mercado), Empreendedor Social Brasil (Folha de S. Paulo e Fundação Schwab), Empreendedor Social Mundial (Fundação Schwab), Trip Transformadores e Empresas Mais Conscientes (Revista IstoÉ). A Geekie já contou com aporte de investidores de tradição na área educacional como família Gradin (por meio do fundo Virtuose), Fundação Lemann, Jorge Paulo Lemann (por meio do Fundo Gera), Arco Educação, além dos fundos, o norte-americano Omidyar Network e o japonês Mitsui & Co. www.geekie.com.br
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