Eletricidade 4.0: novo conceito para a descarbonização do planeta e o impacto positivo na receita das empresas
*Por Rafael Segrera, presidente da Schneider
Electric para a América do Sul
O Brasil passa por um momento de
desafios severos no abastecimento hídrico, o que impacta diretamente a geração
de energia. Prova desse impacto é que já tivemos um registro de crescimento
acima de 100% na tarifa de energia, segundo dados da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE).
Como a energia desempenha papel vital em
nossas vidas, é necessário analisar cada etapa da cadeia de valor, da geração,
transmissão e distribuição, ao uso e consumo de energia, e disseminar a mudança
contínua na mentalidade e nas práticas corporativas nacionais e internacionais,
maximizando a performance energética das organizações com mínimo impacto
ao meio ambiente.
Nesse contexto, acredito que a
Eletricidade 4.0 é o caminho para a gestão efetiva da aplicação dos
recursos energéticos e para evitar medidas mais drásticas, como o racionamento,
ao ampliar a visibilidade das oportunidades de resposta à demanda, eficiência
energética e redução associada de emissões de carbono em ritmo significativo e,
consequentemente, beneficiando o planeta ao promover o uso da energia de forma
resiliente, segura, e muito mais sustentável.
Por unir a eficiência da gestão de
energia com o potencial da digitalização, a Eletricidade 4.0 torna-se um
diferencial no engajamento em ações sustentáveis. Ela influencia não
apenas a reputação de uma empresa perante seus parceiros e clientes, mas
principalmente o seu resultado financeiro, por elucidar o impacto do uso da
energia e recursos na matriz de competitividade da organização, permitindo
concatenar esforços em prol de um melhor desempenho dos negócios.
Por que Eletricidade 4.0?
“Eletricidade Quatro Ponto Zero” remete
ao termo “Indústria Quatro Ponto Zero” e vem do conceito de Quarta Revolução Industrial.
Porém, há outro significado mais profundo que usaremos cada vez mais:
“Eletricidade para Zero”, com a implicação de zero desperdício, zero emissões
ou zero carbono.
Como acontece essa união entre gestão e
digitalização?
A gestão é possível por meio das
tecnologias de automação, que permitem racionalizar o uso da
energia, por meio da ampla capacidade de comando e controle de processos,
instalações e equipamentos, reduzindo o consumo de uma empresa entre 30 e 40%.
Por sua vez, a digitalização torna essa energia “inteligente”, gerando
informações e dados relevantes para tomada de decisão em tempo real, dando
transparência ao manuseio e gerenciamento dos dados sobre a performance
energética.
Atuando em conjunto, os dois fatores
produzem aumento da eficiência e eliminam o desperdício, além de permitir a
integração de fontes energéticas em qualquer escala e ao longo de todo sistema
elétrico - reduzindo perdas e maximizando o uso de infraestrutura,
“traçando” um caminho para a sustentabilidade, uma vez que a eletricidade
continua sendo o melhor e mais eficiente vetor de descarbonização.
É uma forma de agilizar a “recuperação
verde” do planeta, por ser uma solução difusa, com grande capacidade de geração
de emprego e renda, impedindo que o mesmo seja irreversivelmente impactado
pelas mudanças climáticas e pela falta de integração dos recursos energéticos.
Tudo isso compõe uma inovação que certamente proverá para as empresas a máxima segurança energética - a partir de uma energia “acessível, renovável e inteligente”, combinando todo o potencial de redes inteligentes, geração distribuída, armazenagem, resposta à demanda e eficiência energética, devido à integração total proporcionada pela Eletricidade 4.0.
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