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Nota Econômica CNS – Confederação Nacional de Serviços

Forte inércia complica o cenário para o setor de Serviços, avalia CNS

A inflação do Setor Econômico de Serviços registrou redução de 0,39% em comparado ao mês anterior, de0,79% a.m. em dezembro 2.021, conforme medição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Neste período, o IPCA apresentou alta acumulada de 10,38%, em 12 meses, sendo 0,54% no mês de janeiro.

Ajudou nesse movimento de desaceleração a queda de 18,35% dos preços das passagens aéreas. A inflação subjacente de serviços, porém, mostrou aceleração, passando de 0,8% para 0,94%.

O IPCA avançou 0,54% em janeiro, em linha com esperado. A desaceleração em relação ao mês anterior, quando houve alta de 0,73%, foi explicada pela deflação de energia elétrica no mês, além da menor pressão dos preços de vestuário. Porém, as medidas de núcleo continuaram em patamar elevado.

No acumulado dos últimos 12 meses, observamos inflação em serviços ainda pressionada com efeito da inércia e inflação de bens acima do patamar observado nos últimos anos e ainda sem sinais de desaceleração. Essa alta ainda persistente da inflação subjacente deve reforçar cautela do Banco Central na etapa atual do ciclo de aperto monetário. No curto prazo, seguimos monitorando os riscos vindos dos preços de alimentos, além do possível impacto adverso da piora da pandemia sobre o ritmo de regularização das cadeias produtivas globais.

A forte alta dos juros deverá derrubar o IPCA ao longo do ano, mas o processo tende a ser lento, dada a persistência das pressões inflacionárias. A forte inércia, o fenômeno pelo qual a inflação passada alimenta a inflação futura, complica o cenário.

O resultado do IPCA de janeiro mostrou mais uma vez um cenário de pressões inflacionárias disseminadas, com altas fortes em alimentação no domicílio, bens industriais e serviços mais sensíveis à atividade econômica.

Preços ao produtor seguem pressionados por commodities. Essa elevação ainda se justifica, em grande medida, pela pressão vinda de commodities e combustíveis, com destaque para as altas substanciais de minério de ferro, soja, milho e óleo diesel. No curto prazo, entendemos que os preços das principais commodities agrícolas e industriais devem seguir elevados, em um contexto global de estoques apertados e demanda sustentada.

Após um ano desafiador, a inflação ao consumidor encerra em sua máxima desde 2015, fechando o ano de 2021 em dois dígitos. Prospectivamente, itens importantes que pressionaram a inflação no ano passado devem arrefecer no decorrer de 2022, como a energia elétrica residencial, que afetou fortemente os preços administrados, e os bens industriais.

Esses movimentos de descompressão devem fazer com que o IPCA acumulado desacelere ao longo do ano. Contudo, ressaltamos que ainda assim a inflação segue como um dos principais fatores de risco para o país.

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