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Síndrome de Burnout passa a ser doença do trabalho em 2022

Especialista alerta para deveres de empresas, sindicatos e trabalhadores no combate à síndrome do esgotamento profissional

Dra. Sylvia Figueiras
Divulgação

A Síndrome de Burnout se tornou mais popular nos últimos anos devido ao avanço do coronavírus no mundo. O home-office, os problemas sociais e as diversas formas de isolamento contribuíram para o aumento de pessoas diagnosticadas durante este período. Em 2022, a síndrome do esgotamento profissional passa a ser considerada doença do trabalho no Brasil.

Segundo pesquisa feita pela LHH do Grupo Adecco, empresa suíça de recursos humanos, 38% das pessoas disseram ter sofrido da Síndrome de Burnout ao longo de 2021. Alguns pontos importantes estão relacionados ao desenvolvimento desta doença no mundo moderno, como o excesso de trabalho, pressão constante e o acúmulo de estresse.

As empresas podem ser responsabilizadas por eventuais casos na nova legislação, como explica a advogada do escritório Inácio e Pereira Advogados Associados, Sylvia Filgueiras. “O diagnóstico de Síndrome de Burnout pode acarretar a responsabilização da empresa através de uma ação na justiça do trabalho visando o pagamento de indenização por dano moral e material, a depender do caso.”

Uma vez que o empregado é diagnosticado com a Síndrome de Burnout, a empresa deve se atentar para o laudo médico e o período indicado para afastamento, se houver. Para afastamentos por período igual ou inferior a 15 dias, o pagamento do salário deve ser feito pela própria empresa.  

Entretanto, se o afastamento recomendado for por período superior a 15 dias, a empresa deve encaminhar o empregado para o INSS para afastamento pelo órgão previdenciário e recebimento de auxílio-doença. 

 

O que empresas, sindicatos e trabalhadores podem fazer para combater a Síndrome de Burnout?

As empresas devem se atentar ainda mais para as medidas de prevenção ao desgaste psicológico do empregado, como, por exemplo, controlar o volume de trabalho, coibir metas e cobranças excessivas, evitar posturas agressivas, não estimular a competitividade tóxica no ambiente de trabalho, instituir um canal de relacionamento onde o empregado possa dar sugestões e até mesmo expor eventuais queixas. 

“Criar mecanismos de escape, como happy hours, pausas de descanso durante a jornada, estimular a interação entre os empregados visando criar um ambiente de trabalho mais acolhedor, valorizar o trabalho da equipe, fazer reuniões com coordenadores/gestores e empregados a fim de serem apresentadas as dificuldades diárias e buscar em conjunto soluções.”, explica Sylvia.

Os sindicatos, na condição de representantes de categorias profissionais, possuem também papel essencial nas questões relacionadas à saúde e segurança do trabalhador. Através da disponibilização de departamentos específicos (médico e jurídico), ações de fiscalização na empresa, convocação de reuniões com os empregados e até mesmo negociação para redução de jornada de trabalho. 

Empregados devem a qualquer sinal de esgotamento mental relacionado ao trabalho, buscar ajuda profissional de psicólogos e terapeutas, além de sinalizar seus superiores sobre o problema. 

Mesmo que ainda seja considerado um tabu por muitos, é necessário atenção aos sintomas e compartilhamento de informações sobre a saúde mental para evitar o desenvolvimento de fadigas mentais e consequentemente a Síndrome de Burnout.

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