7 dicas para PMEs que desejam importar da China
Especialistas da Consultoria China Gate e da
fintech de comércio exterior Vixtra contam os primeiros passos para importar da
China com segurança
A China é o principal e maior parceiro
comercial do Brasil, sendo responsável pela maioria dos produtos que chegam no
país. Com um aumento de quase 27% das importações, os acordos entre os países
atingiram a marca de US$
47,6 bilhões em 2021, de acordo com dados do governo federal. “Mesmo sendo
uma relação já consolidada, não é uma das tarefas mais fáceis encontrar um
fornecedor de confiança”, revela Caio Gelfi, diretor comercial da Vixtra, fintech brasileira de comércio exterior.
Para Rodrigo Giraldelli, da consultora de importação China Gate, PMEs que querem comprar na
China devem se organizar, pesquisar e negociar. “É totalmente possível importar
da China com legalidade, segurança e com boa margem de lucro”, diz Giraldelli,
que há 21 anos ajuda empresários a importar do país asiático.
Confira as dicas dos especialistas:
Como saber qual produto importar
O primeiro ponto é simples: importe um
produto que você sabe vender ou que conhece bem o ramo. Não adianta ter capital
para importar um produto que aparentemente dá retorno, se você não tem
conhecimento sobre o melhor canal de vendas, se não sabe fazer marketing para
aquela mercadoria, ou se não tem clientes específicos prontos para comprar de
você. Não escolha um produto só porque está aparentemente em alta.
Busca de fornecedor
A China já superou a fama de produtos de
baixa qualidade, tendo em vista que os equipamentos de telecomunicações,
incluindo peças e acessórios, são os mais enviados para o Brasil. Sites como
Alibaba e Rakumart são os mais comuns para a busca de fornecedores e oferecem
uma grande variedade de produtos e fabricantes. É necessário investir tempo
pesquisando. Ou você faz isso por conta própria, ou contrata uma assessoria
para fazer uma busca por você.
Como saber se o fornecedor é
confiável
Mas, como saber se a fábrica existe de
verdade na China, se os fornecedores vão entregar o produto? “Para isso, é
preciso contratar um serviço de inspeção de fábrica em território chinês, que
vai até o local verificar se a fábrica existe, se o local produz a mercadoria,
além de checar os documentos da empresa”, explica Rodrigo Giraldelli. Há
empresas especializadas nesse tipo de serviço e que podem entregar um relatório
com todos os dados sobre o fornecedor em até 48 horas. “O grande gargalo é
encontrar informações sobre o fornecedor que passem confiança ao importador,
como, por exemplo, saber se o mesmo é bloqueado em outros países ou se cumpre
com as regras de compliance internacional”,
complementa Caio Gelfi.
Tenha um processo de importação
organizado
Apesar do avanço da tecnologia, muitos
importadores brasileiros ainda utilizam planilhas para fazer o controle e
acompanhamento do processo de importação. “A falta de visibilidade dos
processos e necessidade de consolidação das informações dos diversos players envolvidos em um
processo de comércio exterior geram retrabalho e gargalos na cadeia de
fornecimento”, diz Gelfi. Por isso, ter um processo de importação organizado é
importante para evitar dores de cabeça depois que o produto já está em
trânsito.
Faça a cotação dos produtos e simulação
de custos
Para fazer a cotação dos produtos e
simulação de custos, você terá que entrar em contato com o fornecedor através
do chat ou e-mail que aparecem no site Alibaba. Muitas vezes, o preço que
aparece no site não é o real e funciona apenas para chamar a atenção. Ao entrar
em contato com a empresa que está anunciando, especifique o tamanho do seu
pedido e dê informações sobre o produto, se necessário. O preço unitário pode
reduzir ou aumentar dependendo do tamanho do pedido. “Sempre siga a planilha de
custos, levando em conta o capital total que você tem para investir na
importação e analise se vale a pena ou não importar”, disse Giraldelli. “Se o
custo for 30% menor do que se comprado no Brasil, já é considerado vantajoso. O
cenário ideal é se o custo do produto for 50% mais barato”, diz.
Tenha a documentação necessária para
importar
Para importar da China, é necessário ter
um CNPJ ativo (de qualquer natureza) e ser habilitado no Radar Siscomex. Essa é
uma obrigatoriedade para quem quer atuar no comércio exterior. O Siscomex é o
sistema onde o despachante aduaneiro irá registrar a Declaração de Importação
(DI) assim que os produtos entrarem no Brasil. O Radar é um mecanismo utilizado
pela Receita Federal para analisar a capacidade operacional e financeira da
empresa importadora. Você pode habilitar o radar siscomex por conta própria,
acessando o Portal Único do Siscomex.
Capital para investir na
importação
Muitos fornecedores chineses priorizam o
fechamento das negociações em dólares por ser a moeda mais valorizada no mercado.
Não é por acaso que as principais dificuldades que os importadores enfrentam é
o capital de giro e o próprio financiamento da mercadoria. "Para isso, é
importante ter acesso a outros serviços financeiros, como de hedge, seguro e câmbio, para
o cliente se proteger de flutuações de moedas", explica Gelfi. Além de
fechar acordos em dólares, outra prática bastante recorrente é o pagamento
adiantado antes mesmo do produto chegar ao país. “Algumas cadeias produtivas,
os fornecedores solicitarem o pagamento antecipado em até 180 dias, gerando uma
necessidade de caixa ainda maior”, finaliza Gelfi.
Sobre a China Gate
A China Gate é uma empresa de educação e
consultoria focada em importação empresarial da China para o Brasil, presente
no mercado há 20 anos. Com sede em Maringá (PR) e escritórios na China, auxilia
empresários de pequeno e médio porte, de diversos ramos, a fazer busca por
produtos e fornecedores no mercado chinês. Também presta assessoria de cálculo
de custos, negociação e compra, inspeção, desembaraço aduaneiro, e
acompanhamento em viagens de negócios à China. Além disso, ensina
empreendedores a importar do país asiático através de cursos online e lives
diárias em suas redes sociais.
Sobre a Vixtra
A
Vixtra é uma fintech de comércio exterior e atua como um meio de pagamento
internacional na relação entre importador e fornecedor, com o objetivo de
conceder limite de crédito para médias empresas importarem produtos do
exterior. Fundada em julho de 2021 por Caio Gelfi, Guilherme Rosenthal e
Leonardo Baltieri, os administradores criaram uma forma de pagamento e
financiamento em reais (R$), com menor risco cambial, menos burocrática e mais
segura, cujo importador terá capital de giro, confiança e dados em relação ao
exportador, outros serviços financeiros (seguros, hedge e câmbio) e controle e
visibilidade do processo de importação. A companhia recebeu um aporte de R$ 35
milhões, um dos maiores valores para uma startup em estágio inicial, pelos
sócios da Sertrading e mais dois investidores (Mauro Negrete e Gustavo Jobim).
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