CRESCEM OS CASOS DE DIABETES E HIPOTIREOIDISMO EM MULHERES RECUPERADAS DA COVID-19
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Dados de estudo científico de fevereiro/2022 revelam que o
coronavírus pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 em pessoas sem
antecedentes da doença ao infectar as células das ilhotas pancreáticas
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Segundo o endocrinologista Bernard Barreto Barroso,
membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, houve
um aumento de 30% de novos casos de hipotireoidismo em mulheres que tiveram
Covid, somente no consultório onde clinica
O sedentarismo e as mudanças de hábitos alimentares durante a
pandemia contribuíram para o aumento de casos de doenças metabólicas, como
sobrepeso, obesidade, diabetes e alterações na tireoide - glândula que produz
os hormônios T3 e T4 e regula funções importantes, como coração, cérebro,
fígado e rins. O isolamento social somado ao medo da contaminação pelo
coronavírus fez com que as pessoas deixassem de fazer exames preventivos e
procurar auxílio para outras doenças.
Disfunções tireoidianas, em especial o hipotireoidismo,
registraram crescimento, principalmente em mulheres que não apresentavam a
doença antes da contaminação pelo coronavírus, chamando a atenção dos
especialistas. De acordo com o endocrinologista Bernard Barreto Barroso, membro
titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e médico
da Clinipae, centro médico localizado em São João de Meriti, na Baixada
Fluminense, foi registrado um aumento de 30% de novos casos de hipotireoidismo
em mulheres que tiveram covid, somente no consultório da clínica.
“A pandemia trouxe sintomas que se confundem com disfunções
tireoidianas, como cansaço e fadiga, queda de cabelo e fragilidade nas unhas.
Somente após a retomada dos exames de rotina pela maioria das pessoas, a partir
de 2021, foi possível diagnosticar que eram casos de hipotireoidismo, em
especial nas mulheres que não tinham a doença antes da pandemia”, explica
Barroso. Ele salienta que o aumento de peso não tem nenhuma associação direta
com o hipotireoidismo, comprovada cientificamente, mas é o principal alerta
para as mulheres que procuram por exames de tireoide.
Vários estudos científicos apontam que o diabetes é mais uma
complicação decorrente da covid-19. Um deles, denominado “Risk of
new-onset type 2 diabetes in 600.055 people after COVID_19: a cohort stydy”,
publicado em fevereiro desse ano na revista Diabetes, Obesity and Metabolism,
revela que o coronavírus pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 (DM2) em
pessoas sem antecedentes da doença ao infectar as células das ilhotas
pancreáticas. Os dados estimam um aumento de 3 a 12 vezes na taxa de DM2 após a
COVID-19 leve ou moderada/severa, respectivamente.
O estudo corrobora com os números de casos de diabetes
pós-covid registrados no consultório, que foram ainda mais reveladores, segundo
o médico. “Houve um aumento de 25% a 30% de novos casos de diabetes em
pacientes que não apresentavam nenhum sintoma antes da covid, incluindo homens
e mulheres”.
Segundo o relato, muitos pacientes com suspeita de diabetes
tipo 1 chegaram ao setor de emergência, sendo a maioria fora da faixa etária –
crianças, adolescentes e jovens adultos.
“Alguns pacientes apresentaram sintomas importantes, juntos ou
isolados, como dormência na palma da mão ou planta dos pés, perda de peso
repentina, vista embaçada, urina com mais frequência durante o dia e à noite
(poliúria), fome acentuada (polifagia), sede excessiva (polidipsia) ou as 3
“polis” de uma vez. No exame, a glicose no sangue (glicemia) em jejum, acima ou
igual a 126, já pede uma investigação mais detalhada, mas uma glicemia a partir
de 200, com ou sem jejum, e em associação com um ou mais sintomas mencionados,
já pode ser classificada como diabetes”, elucida Barroso.
Ainda de acordo com a observação dos pacientes no consultório,
os casos de obesidade cresceram mais de 35% em mulheres que já estavam no grupo
de risco, não estando associados à covid. “Durante o isolamento, muitos
pacientes descontinuaram os tratamentos e, quando retornaram às consultas e
exames de rotina, apresentaram um agravamento do quadro”, diz Barroso. A
obesidade é um fator de risco para infecções por covid e, geralmente, outras
doenças metabólicas estão associadas. A descontinuidade ao tratamento pode
agravar a doença e, se houver contaminação pelo coronavírus, as chances de
complicação são ainda maiores.
O especialista dá algumas dicas para pessoas que tiveram Covid
e apresentam sintomas de diabetes, para auxiliar na investigação:
Praticar
exercícios regularmente, prestando atenção no quadro – a caminhada de 30 a
40 minutos por dia, de 3 a 4 vezes na semana, auxilia no controle da glicose.
Exercícios de alto impacto devem ser avaliados pelo médico para não agravarem a
doença.
Procurar
uma nutricionista para auxiliar no troca de alimentos – é importante fazer
algumas substituições, como a de carboidratos comuns por carboidratos de fontes
integrais e do açúcar refinado por adoçantes naturais. Os sucos, dependendo da
fruta, podem ser substituídos pelo consumo da própria fruta, pois o suco
concentra toda a glicose em um só copo, aumentando a quantidade de açúcar no
sangue. As proteínas de alto valor biológico, como peito de frango e peixe,
grelhado ou assado, estão liberadas, assim como verduras e legumes.
Pedir
ao médico o exame de hemoglobina glicada, caso o exame de glicemia de jejum
apresente alterações. “Esse exame serve para o
acompanhamento e controle de diabetes já existente, principalmente de pacientes
já em tratamento, bem como para auxílio no diagnóstico do pré-diabetes e
diabetes de pacientes que ainda não sabem que têm a doença. Ele aponta a taxa da glicemia dos últimos
3 meses, um parâmetro importante na condução do tratamento. Se o paciente
estiver muito descompensado, pode ser que o medicamento oral não seja
suficiente para equilibrar o quadro, então a insulina deve ser introduzida para
depois ser feita a transição para a medicação oral”, esclarece o médico.
É importante ressaltar que esses relatos são decorrentes da rotina
em consultório e essas estatísticas apontam que as mulheres apresentaram mais
incidência, possivelmente, por serem mais ativas na procura por médicos do que
os homens. “Geralmente, as mulheres vão ao médico assim que notam algo
diferente no metabolismo, assim como fazem check-ups com mais frequência que os
homens. É possível que esse aumento de casos de diabetes também esteja entre os
homens, mas os registros são menores tanto nas consultas quanto nos exames
realizados na clinica”, finaliza o especialista.
Sobre a Clinipae
A Clinipae - Centro Médico e
Odontológico - está localizada em São João de Meriti (RJ), Baixada Fluminense,
e faz parte do grupo Riopae, empresa de assistência familiar e plano funeral
com 21 anos de atuação. Com serviços médicos de qualidade e preço acessível a
todos, a Clinipae conta com mais de 16 especialidades, além de realizar
exames laboratoriais e de imagem. Atualmente, a clínica realiza, em média, 1700
atendimentos por mês para a população da Baixada Fluminense e Grande Rio.
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