Embora utilizem a mesma matéria prima em suas produções, rum e cachaça possuem diferentes características e histórias
A linha de produção e os processos do rum e da
cachaça são muito semelhantes, com a diferença de apenas alguns pequenos
ajustes na linha de produção
Duas bebidas
consagradas, com sabores inconfundíveis e que carregam em suas trajetórias
histórias curiosas: assim podemos definir o rum e a cachaça, bebidas que muitas
vezes acabam sendo confundidas por utilizarem a mesma matéria prima em suas
produções: a cana-de-açúcar. A linha de produção e os processos do rum e da
cachaça são muito semelhantes, são feitos apenas alguns pequenos ajustes na
linha de produção. Apesar dessa coincidência, ambas são de países diferentes.
Segundo historiadores, a cachaça surgiu
por volta de 1532 em São Vicente. Já o Rum foi criado em Barbados, Caribe, por
volta do século XVII. “De
acordo com a legislação brasileira, a cachaça é um produto que só pode ser
produzido em solo nacional, e o rum pode ser feito em qualquer região do mundo”,
explica Joseph Van
Sebroeck, criador do Cavendish
Rum. Por mais que a cana esteja presente na receita das bebidas,
a cachaça é feita a partir da fermentação e destilação da garapa, ou seja, do
suco de cana fresco.
Já o rum é produzido do melaço, que é um
dos produtos resultantes do processo do refino do açúcar, também derivado da
cana de açúcar. Esse processo é que faz com que ambas tenham sabores e
características distintas. Outra similaridade entre o rum e a cachaça é a
graduação alcoólica: Cada bebida é conhecida por ter aproximadamente o mesmo
teor de álcool em sua composição (pelo menos aqui no Brasil). A legislação
brasileira que regulamenta a indústria de bebida possui um decreto desde 2009
que diz que o teor alcoólico da cachaça deve ficar entre 38% até 48%.
O rum, para ser vendido no país, pode
ter entre 35% e 48% de álcool, porém, como esse decreto vale apenas no Brasil,
o rum pode ser vendido em outros países com teor alcoólico de até 70%. “Como cada país possui sua própria
legislação, essa questão de controle da graduação alcoólica das bebidas acaba
variando, então é possível encontrar fora do Brasil o overproof rum, que é
qualquer rum com mais de 50% de álcool por volume”, afirma Van
Sebroeck. Tanto a cachaça como o rum também possuem suas versões envelhecidas
em madeira. Isso é feito para conseguir que as bebidas criem suas próprias
características, aromas e sabores.
Esse processo é feito há mais de dois
mil anos, e inicialmente era apenas uma forma de armazenar e deslocar grandes
quantidades de vinho. Porém, foi constatado que esse tipo de armazenamento agregava
sabor nas bebidas fermentadas como o vinho e, posteriormente, em destilados
como a cachaça e o rum. “Existe
uma legislação e instrução normativa em relação ao envelhecimento de cachaça,
assim como o rum, onde cada país escolhe o tempo mínimo que a bebida precisa
ser maturada”, ressalta o empreendedor.
O envelhecimento do rum maciçamente é
feito em barris de carvalho. Já a cachaça pode ser envelhecida em madeiras
nacionais como jequitibá, amburana, ipê e bálsamo, ou seja, é possível criar
mais opções de aromas e sabores com ela através desse processo. “Cada bebida possui suas próprias
características e histórias, então o importante é saborear cada uma delas da
forma que for mais apreciada pelos consumidores e estar sempre aberto a
conhecer novos sabores, receitas e harmonizações”, finaliza Van
Sebroeck.
Sobre o Cavendish
O Cavendish Rum foi desenvolvido por Joseph Van Sebroeck, de família proprietária de alambique na região de Ilhabela, e tem notas aromáticas de banana, cana de açúcar e especiarias. A bebida é uma homenagem ao litoral de São Paulo, já que o nome é uma referência ao pirata inglês Thomas Cavendish, que fez história quando usou essa região como base por cinco anos. O rótulo é o segundo produto produzido pela Destilaria Dona Filó.
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