House flipping é uma tendência no mercado imobiliário que precisa de atenção para gerar o retorno esperado
Segundo Danilo Duarte, cofundador da Conecta Reforma, além dos custos de aquisição e de reforma é preciso se preocupar com a transformação do layout para atender as exigências dos clientes nos dias atuais
Recentemente, a Conecta, reformou um apartamento nos Jardins, em São Paulo, que possuía quatro quartos e dois banheiros. O modelo atendia perfeitamente às famílias de antigamente. Hoje, porém, os clientes dão preferência a apartamentos cujos dormitórios tenham banheiros exclusivos ou home office, por exemplo.
“Refizemos o layout transformando dois quartos em suítes. Juntamos os outros dois para que se tornassem uma suíte master com um super closet. Porém, esta parte da transformação pode ser desfeita com pouco custo caso o comprador assim prefira. Dessa forma, o espaço ficou apto para atender as exigências de hoje, mas com a possibilidade de voltar a ter quatro quartos”, conta Duarte.
A preocupação com o layout deve considerar também a fluidez e funcionalidade dos espaços, além da amplitude. E como não se conhece o perfil do comprador, Duarte dá uma dica. “Convém que a reforma deixe o apartamento ou a casa atemporal, o que pode ser feito usando cores neutras na pintura e na decoração”.
Antes da reforma, porém, é essencial que o investidor saiba escolher o imóvel, pois, segundo especialistas, é na compra que está o lucro. Ou seja, pesquisar as oportunidades existentes para pagar um valor bem abaixo do preço de mercado e saber avaliar o quanto será gasto na reforma.
“O ideal é que o custo da reforma gire entre 10% a 15% do valor do imóvel, caso contrário, o que se economizou na compra pode acabar sendo comprometido na reforma. Se isso ocorrer, o retorno financeiro pode ser baixo”, alerta.
E nesta conta deve-se ainda considerar o efeito da inflação sobre os materiais de construção. Dados divulgados pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), mostram que os preços dos itens para construção e reforma subiram 23,89% no acumulado de 12 meses, enquanto o valor da mão de obra aumentou 6,37% e o das operações administrativas do setor 5,12%. Os números têm como base o mês de janeiro.
Por fim, a localização também é importante. O imóvel está em um bairro cuja tendência é de valorização ou de decadência? Se a resposta for a segunda opção, o risco será bem maior e talvez não seja interessante. “Bairros em decadência não atraem famílias com boas condições financeiras. E isso deve ser considerado porque a reforma até vai gerar valorização, mas quem pode não vai querer comprar naquele lugar e o imóvel poderá ficar vazio por muito tempo”.
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