O caminho rumo à diversidade passa pelo RH
A diversidade e a inclusão no mercado de
trabalho são temas que vêm dominando as discussões empresariais em todo o mundo
e ganhando cada vez mais relevância nas estratégias de negócios no país.
Valorizar a diversidade nos quadros funcionais é o principal caminho rumo a um
futuro de sucesso, e as empresas que não acelerarem esse processo estão sob
risco de serem vistas como ultrapassadas, inclusive perdendo clientes,
parceiros de negócios e até profissionais talentosos.
No âmbito dessa discussão, existem
questões às quais as empresas precisam estar atentas, afinal não basta propagar
a preocupação com a inclusão em seus quadros de profissionais que fazem parte
de minorias (mulheres, negros, LGBTQPIA+, PCDs, 50+ anos, entre outras). É
preciso que os projetos de diversidade sejam feitos com o máximo cuidado e
tenham monitoramento constante, com resultados mapeados periodicamente. Esse
trabalho de acompanhamento, tão necessário na jornada rumo a uma inclusão efetiva,
passa obrigatoriamente pela área de Recursos Humanos.
Dados divulgados na revista Forbes em
2021 mostram que 85% das empresas concordam que a diversidade é importante, mas
apenas 45% têm uma estratégia de recrutamento de profissionais pertencentes aos
grupos de minorias. Isso porque a implementação de uma estratégia de
diversidade é um desafio que, muitas vezes, exige diversas mudanças na
organização, inclusive culturais. Por sua própria natureza, a inclusão envolve
uma multiplicidade de pontos de vista e um aprendizado constante. Além da
escala do desafio, a possibilidade de danos à reputação associados a um erro
pode parecer assustadora.
Diversificar o local de trabalho
adotando medidas para garantir que ele inclua toda a demografia brasileira em
seus quadros não deve ser encarado apenas como uma forma de obter vantagens
competitivas, mas também como um importante movimento de garantia de direitos
humanos.
Tão importante quanto isso são os
benefícios tangíveis que a diversidade traz para as empresas. Destaco um estudo
de 2017 da McKinsey & Company, consultoria global de gestão, mostrando
que empresas no quartil superior para diversidade de gênero em suas equipes
executivas eram 21% mais propensas a ter lucratividade acima da média do que as
no quartil inferior, enquanto as com diversidade étnica e cultural tinham
probabilidade 33% maior de ter uma margem EBIT superior, na mesma comparação.
Os jovens das gerações X, Y e Z trazem
um novo conjunto de expectativas tanto para a força de trabalho quanto para o
mercado. Mas um estudo da PwC aponta que 80% dos candidatos querem estar em
empresas que têm políticas de diversidade em curso – ou seja, companhias que
não priorizam o tema correm risco de se tornarem obsoletas.
São muitos os estudos que comprovam os ganhos
das empresas com a diversidade, entre eles aumento de inovação (Hossain, 2019)
e melhora na tomada de decisões (Levine, 2014). Já nas empresas lideradas por
mulheres, a governança e a responsabilidade social têm excelentes resultados,
aumentando ainda o bem-estar ocupacional entre ambos os sexos (Fine, 2020).
Com base nesses estudos, não há dúvida
de que a diversidade é fundamental para o desenvolvimento das empresas. Sendo
assim, o que dificulta a implementação de projetos de diversidade?
Acredito que o ponto principal é querer
realmente mudar a realidade, pois sem vontade e engajamento ninguém sai do
lugar. Nesse sentido, o setor de Recursos Humanos, que é a porta de entrada da
diversidade nas empresas, além de ser responsável por manter, reter e desenvolver
todos os profissionais, pode facilitar o processo a partir do uso de
ferramentas de avaliações psicométricas. Além de reduzir os vieses
inconscientes no momento da seleção, uma vez que essas ferramentas avaliam
exclusivamente as habilidades dos candidatos, e não raça, orientação sexual ou
idade, elas são uma fonte objetiva de informações sobre o desempenho futuro do
indivíduo no dia a dia do trabalho.
É importante não esperar mais para
começar sua jornada rumo ao futuro. Você pode ampliar e desenvolver seus
projetos de diversidade em sua empresa com o apoio dessas ferramentas ou a
partir do trabalho de consultorias especializadas no tema, que têm a capacidade
de tornar esse processo mais assertivo e eficiente. Esses são bons caminhos
para que os resultados possam ser percebidos por todos na organização, nos
prazos estabelecidos pelas lideranças.
Taís Rocha de Souza – psicóloga e diretora de Operações do Grupo Soulan.
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